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FUNAI LANÇA PROGRAMA DE DOCUMENTAÇÃO DE LÍNGUAS INDÍGENAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

14 de Abril de 2009 - Da Agência Brasil - Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr - Brasília - Lançamento do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras com a abertura da exposição "Tisakisu - tradição e novas tecnologias da memória" sobre os Kuikuro do alto Xingu (MT), no Ministério da Justiça. À direita, o presidente da Funai, Marcio Meira
Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) lançou hoje (14) o programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras, em Brasília. O objetivo da iniciativa é fortalecer cerca de 20 línguas nativas que estão correndo o risco de desaparecer. Também foi aberta a exposição Tisakisu - Tradição e Novas Tecnologias da Memória elaborada pelos índios da etnia Kuikuro, localizada no Alto Xingu (MT).
De acordo com o presidente da Funai, Márcio Meira, o programa irá disponibilizar equipamentos digitais de alta tecnologia aos jovens índios para o registro das formas de comunicação indígena. “Documentar uma língua é mais do que escrever uma gramática ou um dicionário. É preciso reunir gravações em áudio e vídeo que representem todos os gêneros da fala indígena”, afirmou.

O presidente da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu, Mutua Mehinaku, afirmou que, no início, a realização dos trabalhos da exposição foi difícil pela resistência dos mais velhos da tribo. “Quando começamos o trabalho foi difícil porque os mais velhos não aceitaram as câmeras, mas depois que explicamos que era para o futuro da língua do povo indígena, eles aceitaram”, disse.

Com o programa, será criado um acervo digital, um dicionário, uma gramática básica, mídias de divulgação e publicações científicas, abrangendo as etnias localizadas no Parque Indígena do Xingu, no estado de Mato Grosso. Segundo Meira, existem 180 línguas nativas no Brasil e a expectativa é de que o programa cresça e passe a documentar a língua de todo povo indígena do Brasil. “O programa será aplicado em várias etnias indígenas, a princípio o foco é nos povos xinguano porque a iniciativa partiu deles”, informou.

A exposição fica no Salão Negro do Ministério da Justiça até o dia 14 de maio e apresenta um acervo de 11 vídeos, 100 fotos e dois filmes produzidos pelos índios kuikuro.

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Regularização de terras da Amazônia ajudará a reduzir desmatamento, segundo ministro

15 de Abril de 2009 - Lourenço Canuto - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou hoje (15), na Câmara dos Deputados, que o processo de regularização de terras da Amazônia deverá contribuir para a redução do desmatamento e preservação do meio ambiente.

De acordo com Cassel, o processo de regularização das terras da região está previsto na Medida Provisória 458, que deverá ser votada em forma de projeto de lei nas próximas semanas pela Câmara.

Segundo ele, trata-se de "um programa que mexe com a terra pública, fazendo controle social, especialmente em favor das populações que foram atraídas para a região em movimentos como o do soldados da borracha ou na campanha Brasil, ame-o ou deixo-o".

Esses agricultores, no entanto, segundo o ministro "foram abandonados pelo governo na região e agora poderão ser beneficiados com a regularização, com a possibilidade de conseguir crédito para alavancar a produção.

A previsão do ministro é que os casos menos complexos de titulação possam ser resolvidos entre 90 a 120 dias.

A MP 458 foi assinada em fevereiro último e prevê a titulação de terras para posseiros que ocupem até quatro módulos fiscais, equivalente em média a 76 hectares, beneficiando 283,6 mil posses em 172 municípios.

O ministro do Desenvolvimento Agrário está participando de audiência pública na Comissão da Amazônia, da Câmara dos Deputados.

O secretário de Política Fundiária do Amazonas, George Tasso, disse na comissão que é necessário estudar com cuidado a questão da titulação de terras para as populações tradicionais, que envolvem terra de posse coletiva. Dessa forma, a regularização tem que ser feita para pessoa jurídica e, por isso, o assunto precisa ser bem discutido.

Tasso manifestou apoio à MP, dizendo que os produtores pobres ocupam até quatro módulos e, por isso , seus interesses realmente merecem prioridade.

"Quando se pensa em grileiro, no entanto, a relação envolve sempre a violência e a fraude nos documentos nos cartórios", disse Tasso.

A MP poderá abranger 67,4 milhões de hectares na Amazônia Legal, que tem 502 milhões de hectares. As terras indígenas na Amazônia Legal estão situadas em 120 milhões de hectares; as unidades de conservação ocupam 66 milhões de hectares; e os assentamentos, 38,3 milhões de hectares.

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Cento e cinquenta novos Pontos de Cultura indígenas serão instalados até o fim de 2010

16 de Abril de 2009 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Um convênio entre a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério da Cultura vai permitir a criação de 150 novos Pontos de Cultura em comunidades indígenas de todo o país. Trinta comunidades dos estados do Acre, Amazonas, de Mato Grosso, Rondônia e Roraima serão contempladas na primeira etapa do projeto - que deve ser concluída ainda este ano, ao custo de R$ 6,4 milhões. Mais 60 equipamentos vão ser inaugurados até o fim de 2009 e os 60 restantes, até o fim de 2010.

Segundo Célio Tuno, secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura (Minc), além de potencializar as iniciativas culturais de cada comunidade, fortalecendo e resgatando manifestações tradicionais como a dança e o artesanato, os Pontos de Cultura possibilitarão que os índios aprendam a lidar com recursos tecnológicos digitais e audiovisuais.

A capacidade dos Pontos de Cultura servir à autonomia das comunidades beneficiadas também é ressaltada pelo presidente-substituto da Funai, Aloisio Guapindaia. “No momento em que falamos de desenvolvimento sustentável dessas populações, dizemos que também é necessária uma política cultural, pois esse desenvolvimento tem que estar baseado nos valores culturais desses povos. E os Pontos de Cultura reforçam essa concepção", disse.

Desde 2004, 33 comunidades indígenas já haviam sido selecionadas, por meio de editais públicos, para abrigar um Ponto de Cultura. Assim, como todos os demais projetos aprovados, eles receberam R$ 180 mil, divididos em três parcelas, valor que tem de ser investido na aquisição dos equipamentos (computadores, mini-estúdios de gravação, câmeras digitais, ilha de edição, etc) e na capacitação dos profissionais necessários à execução do projeto de trabalho apresentado pela entidade beneficiada.

Já pelo convênio assinado hoje, a Funai irá firmar parcerias com entidades responsáveis por escolher e capacitar as futuras comunidades beneficiadas. Para a primeira etapa, a entidade escolhida foi a Associação Cultura e Meio Ambiente (ACMA) – Rede Povos da Floresta, que definiu que os 30 primeiros Pontos de Cultura serão divididos por três pólos: Alto Rio Juruá (Marechal Thaumaturgo – AC), Alto e Médio Rio Negro (São Gabriel da Cachoeira - AM) e Escola dos Professores Indígenas (Rio Branco – AC).

De acordo com Turino, a criação dos novos Pontos de Cultura é fruto da cobrança dos próprios povos indígenas. “Essa é uma grande demanda. Os indígenas clamam para sair dessa idéia da tutela [do Estado] e para se assumirem como protagonistas de seu processo de transformação. E, nesse sentido, os Pontos de Cultura têm alcançado resultados excepcionais”, afirmou o secretário, citando exemplos como a realização de filmes nas aldeias e a criação de uma rede virtual para troca de experiências pela internet.

Para o coordenador estratégico da Rede Povos da Floresta, Ailton Krenak, os Pontos de Cultura são um importante instrumento de sustentabilidade. “Integrado a outras ações já realizadas pelas comunidades, eles vão potencializar a sustentabilidade local”, disse, explicando o cuidado que as 30 comunidades contempladas nesta primeira fase já desenvolvam outros projetos economicamente sustentáveis. Sob este aspecto, diz Krenak, os novos equipamentos serão mais uma ferramenta emancipatória.

“Pensar um Ponto de Cultura como gerador de recursos local é um sonho ainda muito distante. Eu não imagino como uma comunidade, com um simples aporte de recursos, vai se transformar em uma geradora de recursos. Ela não vai vender produtos culturais de imediato”, diz Krenak. “Eu acho que a potência dos Pontos de Cultura é consolidar [negócios], mas o caminho que existe entre instalar um ponto e a criação de uma efetiva rede de venda de produtos culturais pode demorar”, disse.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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