17/04/2009
- Crédito: Jefferson Rudy/MMA - Portaria
interministerial foi assinada pelo ministro Carlos
Minc e pelo secretário Luiz Elias - Os ministérios
da Ciência e Tecnologia (MCT) e do Meio Ambiente
(MMA) lançaram, hoje (17), no Rio de Janeiro
(RJ), o Painel Brasileiro sobre Mudanças
Climáticas (PBMC). Inspirado no Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC),
o Painel Brasileiro vai elaborar relatórios
de avaliação nacional, sumários
para tomadores de decisão sobre mudanças
climáticas e relatórios especiais
sobres temas, visando a atualização
das bases técnicas e científicas sobre
a situação do Brasil frente às
mudanças climáticas, seus riscos,
efeitos e impactos sobre o desenvolvimento do País.
O PBMC disponibilizará
aos tomadores de decisão e à sociedade
em geral informações técnico-científicas
sobre mudanças climáticas, por meio
do uso de conhecimento produzido no Brasil ou no
exterior, sobre causas, efeitos e projeções
relacionadas às mudanças climáticas
que tenha foco ou relevância para o País.
O Painel vai reunir pesquisadores e cientistas das
principais universidades e institutos do País,
que estarão empenhados em produzir, até
2012, um relatório com a atualização
completa das bases técnicas e científicas
sobre a situação do Brasil frente
às mudanças do clima.
A portaria interministerial que
cria o Painel Brasil foi assinada hoje no Rio de
Janeiro, em cerimônia que contou com as presenças
do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do secretário
executivo do MCT, Luiz Antonio Elias Rodrigues,
e do coordenador-geral de Mudanças Globais
de Clima (MCT), José Domingos Miguez, do
superintendente da área de institutos tecnológicos
e de pesquisa da Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep/MCT), Avílio Antônio Franco,
além de outros representantes do MCT e do
MMA .
Painel
Pela manhã, foi realizado
um encontro entre autoridades científicas
de várias áreas que debateram a estrutura
e os subtemas integrantes do PBMC. A secretária
de Mudanças Climáticas do MMA, Suzana
Kahn, apresentou uma proposta de estrutura do Painel,
elaborada em parceria com o MCT. Também foi
discutido o estabelecimento de parâmetros
científicos e critérios para o processo
de indicação e seleção
de autores e colaboradores. A reunião serviu,
ainda, para a indicação dos membros,
coordenadores e coordenadores adjuntos dos órgãos
que integram o Painel, seus grupos de trabalho e
unidades técnicas associadas.
O encontro também contou
com a participação de representantes
de áreas técnicas do governo e cientistas
brasileiros que atuam no IPCC e na Rede Clima, do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT),
do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT)
e outras instituições.
+ Mais
Pesquisador diz que momento positivo
para estudo das mudanças climáticas
16/04/2009 - O pesquisador Paulo
Nobre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe/MCT), disse ontem (15), no 1º Workshop
sobre Mudanças Climáticas no Nordeste
do Brasil, realizado no Instituto de Tecnologia
de Pernambuco (Itep), no Recife (PE), que o País
vive um momento singular bastante positivo no que
diz respeito aos estudos e pesquisas relativas às
mudanças climáticas. Ele destacou
diversas iniciativas financiadas pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT) e pelos governos
estaduais, que contribuem para a formulação
do Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas.
Entre os aprovados na chamada
pública do MCT para o financiamento de projetos
apresentados pelas redes estaduais e/ou regionais
de meteorologia, hidrologia e oceanografia para
previsão de clima e tempo e previsão
e alerta de fenômenos extremos, está
o Projeto sobre Mudanças Climáticas
de Pernambuco, a ser desenvolvido pelo Itep, por
meio do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco
(Lamepe), num investimento de R$ 1,54 milhão.
O projeto instalará duas
torres de medição de gás carbônico
em Petrolina (será reformada uma existente)
e Araripina, para análise do bioma Caatinga
em ambientes preservado (Petrolina) e degradado
(Araripina), com foco nos processos de desertificação
em andamento no semiárido pernambucano. Nesta
chamada, foram aprovados 10 projetos voltados para
estudos de mudanças climáticas e sete
para estudos de fenômenos extremos.
Entre as iniciativas financiadas
pelo MCT também está a implantação
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
para Mudanças Climáticas (INCT-MC),
reunindo 90 grupos de pesquisa de oito países,
e da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças
Climáticas (Rede Clima), coordenada pelo
Inpe. A Rede Clima, a um custo de R$ 10 milhões,
é considerada por Nobre "um salto quântico"
de investimentos e qualidade em pesquisa sobre mudanças
climáticas no Brasil.
Supercomputador
Além disso, o MCT, por
meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep),
e a Fundação de Amparo à Pesquisa
no Estado de São Paulo (Fapesp) estão
investindo R$ 48 milhões na aquisição
de um supercomputador com capacidade de processamento
efetivo de 15 TFlops (15 trilhões de operações
matemáticas por segundo). Esta capacidade
é cerca de 50 vezes maior do que a atingida
pela aparelhagem hoje utilizada pelo Inpe, e resultará
na elaboração de cenários de
mudanças climáticas globais muito
mais precisos, com altíssima resolução.
O supercomputador tem memória de 20 TBytes
e capacidade de armazenamento de 400 TBytes.
Todas estas ações
objetivam, de forma articulada, servir para o desenvolvimento
do Modelo Brasileiro do Sistema Climático
Global (MBSCG), o que permitirá o ingresso
do País no Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), estabelecido
em 1988 pela Organização Meteorológica
Mundial e pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para fornecer
informações científicas, técnicas
e sócio-econômicas relevantes para
o entendimento das mudanças climáticas
mundiais.
O Modelo Brasileiro será
fruto de estudos a serem desenvolvidos nos próximos
cinco anos e utilizará como base o modelo
acoplado oceano-atmosférico do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
(CPtec), do Inpe, acrescido de mais cinco componentes,
entre eles dados químicos atmosféricos
e aerossóis e oceânicos e de gelo marinho.
Rede Clima
A uma platéia formada por
meteorologistas de 14 estados Nobre detalhou as
ações a serem desenvolvidas pela Rede
Clima, que conta com dez sub-redes temáticas:
Biodiversidade e Ecossistemas (Museu Emílio
Goeldi – PA), Recursos Hídricos (UFPE), Negócios
Internacionais (UnB), Energias Renováveis
(Coppe-UFRJ), Saúde (Fiocruz-RJ), Modelagem
(Inpe), Cidades (Unicamp), Agricultura (Embrapa
Campinas), Economia das Mudanças Climáticas
(USP) e Erosão em Zonas Costeiras (FURG-RS).
Entre as ações estão a geração
e a disseminação de conhecimentos
e tecnologias; produzir dados e informações,
com foco no monitoramento; a realização
de estudos sobre os impactos climáticos globais
e regionais com ênfase nas vulnerabilidades
do País às mudanças climáticas;
estudo de alternativas de adaptação
dos sistemas sociais, econômicos e naturais
do Brasil às mudanças climáticas;
pesquisa dos efeitos das mudanças climáticas
no uso da terra e nos sistemas sociais, econômicos
e naturais; além de contribuição
para a formulação do Plano Nacional
sobre Mudanças Climáticas.
Análise Climática
Amanhã (17), ocorre a 5ª
Reunião de Análise Climática
para os setores Norte e Leste do Nordeste do Brasil
– 2009, quando será elaborada a previsão
climática para maio, junho e julho próximos.
Participam meteorologistas e demais pesquisadores
de 13 centros estaduais de meteorologia, do MCT,
do Inpe, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),
da Embrapa, do CPtec e das universidades federais
de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (Ufrpe),
de Campina Grande (UFCG) e do Vale do São
Francisco (Univasf). Com informações
do Itep.