14 Apr 2009 - A sojicultura foi
responsável por apenas 0,88% das áreas
desmatadas na Amazônia Brasileira entre 2006
e 2008. O percentual, obtido a partir de monitoramento
realizado em Rondônia, Mato Grosso e Pará
– principais produtores do grão dentre os
estados amazônicos – foi apresentado nesta
terça-feira, 14 de abril. O levantamento
foi realizado no âmbito da Moratória
da Soja, pacto assinado em julho de 2006 pela indústria
da soja, que se comprometeu a não adquirir
o produto originário de novos desmatamentos
na Amazônia.
Além do setor produtivo,
representado pela Associação Brasileira
da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove)
e pela Associação Nacional de Exportadores
de Vegetais (Anec), participaram do acordo o Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Greenpeace e WWF-Brasil,
dentre outras organizações não-governamentais.
O cumprimento da Moratória foi fiscalizado
nos períodos 2007-2008 e 2008-2009, utilizando
cerca de 6 mil fotos aéreas e aproximadamente
1,3 mil imagens de satélite.
Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza,
superintendente de Conservação do
WWF-Brasil, salienta a evolução na
cadeia produtiva da soja ao longo da Moratória.
“É importante observar que uma significativa
parcela do setor do agronegócio lidera um
processo como esse, buscando uma agenda positiva
e gerando resultados favoráveis. O setor
fez a sua parte, em lugar de achar culpados para
o problema do desmatamento”, destacou.
Ainda segundo Scaramuzza, que
representou o WWF-Brasil na reunião em que
os dados do monitoramento foram divulgados, o ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, ressaltou a importância
de iniciativas como a Moratória da Soja,
em que governo, setor produtivo e ONGs sentam à
mesa para discutir soluções.
Outro ponto a ser destacado nos
resultados é a ocorrência de desmatamentos
em áreas inferiores a 100 hectares, não
captadas pelo monitoramento da Moratória,
em municípios selecionados para uma avaliação
mais aproximada. “Isso demonstra que as ações
de comando e controle precisam ser complementadas
com a urgente regularização e cadastramento
fundiário, além da remuneração
pelos serviços ambientais prestados por florestas
e outros ecossistemas”, finalizou Scaramuzza.
+ Mais
Sociedade brasileira contra o
aquecimento global
14 Apr 2009 - Hora do Planeta
é sucesso de mobilização no
Brasil e no mundo e mostra que todos estão
de olho nos
líderes mundiais que precisam assinar este
ano novo acordo global de clima
O Brasil mostrou que se preocupa
com o aquecimento global no último dia 28
de março ao aderir massivamente à
Hora do Planeta 2009. 113 cidades, 1.167 empresas,
527 organizações, 58 veículos
de comunicação e milhares de pessoas
participaram do ato simbólico de apagar as
luzes proposto pelo WWF-Brasil como forma de demonstrar
a preocupação com o aquecimento global.
Monumentos conhecidos internacionalmente
como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o Congresso
Nacional e a Catedral, em Brasília, o Monumento
às Bandeiras, em São Paulo e o Teatro
Amazonas, em Manaus, ficaram apagados por uma hora
representando a adesão das cidades ao movimento.
Além disso, artistas, atletas
e apresentadores famosos ajudaram voluntariamente
na campanha de mobilização.
Internautas gravaram músicas,
agitaram comunidades virtuais e divulgaram ativamente
o movimento em blogs, no Orkut, no Twitter e por
e-mail. Empresas grandes e pequenas aderiram não
apenas apagando as luzes, mas também espalhando
a ideia para seus colaboradores, fornecedores e
clientes. Outras promoveram eventos sem iluminação
elétrica durante a Hora do Planeta 2009.
Cada um fez sua parte!
No mundo, a Hora do Planeta 2009
superou as expectativas da Rede WWF. Na terceira
edição anual do evento, Cerca de 4.000
cidades em 88 países e centenas de milhares
pessoas aderiram.
A expectativa inicial era de que
mil cidades se comprometessem a apagar monumentos
e foi superada em 4 vezes. O movimento começou
em 2007, apenas em Sidney, na Austrália.
Em 2008, foram 371 cidades participantes.
Grandes ícones globais como a Torre Eiffel,
em Paris, o Coliseu, em Roma, a Time Square, em
Nova York, e a Ópera de Sidney tiveram suas
luzes desligadas durante a Hora do Planeta 2009.
Hora de agir
Essas iniciativas são uma forma de mostrar
aos líderes mundiais que a sociedade está
preocupada com o aquecimento global. Eles estarão
reunidos na 15ª Conferência das Partes
da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas,
em Copenhagen, para discutir o novo acordo global
de clima, em dezembro deste ano.
É preciso que eles assinem,
ainda este ano, um acordo justo e eficiente para
manter o aumento da temperatura do planeta abaixo
dos 2oC.
Este acordo internacional é
imprescindível, pois o Protocolo de Quioto,
que atualmente estabelece metas de redução
de emissões para países industrializados,
acaba em 2012.
Se não assinarmos o novo
acordo este ano, corremos o risco de não
termos um tratado vigente até 2012, pois
depois de assinado no âmbito da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, o documento volta para cada país
signatário para que os Congressos Nacionais
aprovem e então ratifiquem o novo tratado.
O processo de ratificação
é lento. Um exemplo disso é o que
aconteceu com o próprio Protocolo de Quioto,
que foi assinado em 1997, porém só
começou a valer em 2005, quando a Rússia
assinou o tratado.
Para que entrasse em vigor, era
necessário que fosse ratificado por pelo
menos 55 países responsáveis por 55%
das emissões.
Impactos do aquecimento global
Os impactos do aquecimento global acima de 2oC na
vida em nosso planeta variam desde a extinção
de animais como ursos polares até a submersão
de ilhas inteiras como Tuvalu, uma nação
no sul do Oceano Pacífico, passando por mudanças
de ecossistemas como a savanização
da floresta amazônica, isto é, parte
do que conhecemos hoje como Amazônia, floresta
fechada de árvores altas e frondosas, se
tornaria parecida com o Cerrado, vegetação
aberta de árvores retorcidas e baixas.
Além disso, eventos
climáticos extremos como grandes secas, inundações
e ciclones tropicais, como o Catarina que atingiu
o sul do país em 2004, devem se tornar cada
vez mais intensos e frequentes.