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MORATÓRIA DA SOJA REDUZ A MENOS DE 1% PLANTIOS EM NOVOS DESMATAMENTOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

14/04/2009 - Lucia Leão - Os plantios de soja, oleaginosa que já foi a grande vilã do desmatamento da Amazônia, hoje respondem por menos de 1% do uso e ocupação dos solos desmatados no bioma desde 2006. Este é o resultado de dois anos da "moratória da soja" constatado por um detalhado monitoramento, apresentado nesta terça-feira (14), de 630 áreas desmatadas desde a assinatura do pacto, em junho daquele ano, em municípios de Mato Grosso, Rondônia e Pará, tradicionalmente produtores do grão. Apenas doze desses polígonos foram ocupados, na última safra, com plantios do cereal cujas produções não serão adquiridas por nenhuma das indústrias ou exportadores filiados à Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) ou à Anec (Associação Nacional de Exportadores de Vegetais). Eles são responsáveis pela compra de 90% de toda a soja produzida no País.

"É um resultado extraordinário. A soja deixou de ser fator determinante do desmatamento da Amazônia e este pacto certamente tem uma cota-parte do mérito pela acentuada redução no desmatamento da região, que caiu 40% nos últimos dez meses", afirmou o ministro Carlos Minc, signatário da Moratória em nome do Ministério do Meio Ambiente, ao lado do Greenpeace, do WWF, do Amigos da Amazônia e outras organizações não-governamentais.

O monitoramento, que subsidiou o cumprimento efetivo da moratória, acompanhou o uso das áreas desmatadas nos períodos 2007/ 2008 e 2008/2009. O resultado mais significativo é o do segundo período, tanto pela extensão monitorada (157 mil ha contra 49 ha no período anterior) quanto pelo reconhecimento de que o solo do bioma só está apto para a cultura da soja no mínimo um ano após o desmate.

Para monitorar a última safra foram produzidas seis mil fotos aéreas em 230 horas de vôos e 1.300 imagens de satélite. O trabalho, de responsabilidade da Globalsat Monitoramento Agrícola, utilizou as bases de dados oficiais do Inpe/Prodes, IBGE, Ibama e Funai.

"Não foi um trabalho perfeito, mas chegamos perto disso", constatou o presidente da Abiove Carlo Lovatelli, destacando a iniciativa dos empresários, da sociedade civil e do governo respondeu a uma exigência do mercado. "A soja é commodity internacional que sofre muitas restrições e pressões. Se avançarmos os plantios sobre a Amazônia corremos o sério risco de ficarmos fora do mercado".

A "moratória da soja" foi o primeiro de seis pactos que já foram firmados pelo Ministério do Meio Ambiente com o setor privado para colocar os mecanismos de mercado a serviço da sustentabilidade ambiental. O último foi assinado na semana passada com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos Privados) e agora estão sendo detalhados os termos para um pacto com o setor frigorífico, que também deve impactar positivamente na redução do desmatamento da Amazônia.

"A pecuária está muito atrasada com relação à soja", afirmou Minc com base nos dados divulgados nesta terça-feira: a grande maioria dos polígonos desmatados monitorados foram destinados a pastagens. Além do acordo que deve ser firmado em termos semelhantes ao da moratória da soja, Minc antecipou que haverá condicionantes ambientais no pacote de ajuda que o governo prepara para ajudar o setor frigorífico a atravessar a crise econômica internacional.

"Todos sabemos que o mundo está atento e, como já faz com a soja, imporá barreiras ao nosso etanol, à nossa carne, à nossa madeira e a tudo que seja produzido às custas de desmatamentos ou danos ambientais", alertou.

Os plantios de soja que desrespeitaram a moratória estão nos municípios de Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Querência e Sinop, no Mato Grosso, e Dom Eliseu no Pará. Segundo o presidente da Abiove, os produtores poderão ser excluídos do catálogo de fornecedores. Já as entidades estudam uma forma de pagamento por serviços ambientais aos proprietários que mantiverem suas florestas em pé.

Carlo Lovatelli aproveitou o encontro com o ministro Carlos Minc para também cobrar os compromissos que ele assumiu em nome do MMA quando da assinatura da prorrogação da moratória, em junho do ano passado, especialmente quanto ao zoneamento ecológico-econômico, à regularização fundiária e cadastramento das propriedades rurais e à elaboração de mapa do bioma em escala mais aproximada.

Minc informou que os zoneamentos estaduais e o ZEE da Amazônia devem estar concluídos em dezembro, um ano antes do previsto. Também disse que a regularização fundiária e o cadastramento são objetos de Medida Provisória já assinada pelo presidente Lula, e acrescentou que o mapa do bioma amazônico, em escala 1:100 mil está sendo elaborado pelo IBGE com o apoio técnico e financeiro do Consórcio ZEE Brasil, coordenado pelo MMA.

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Nas Ondas do Ambiente vai virar programa nacional

13/04/2009 - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta segunda-feira (13), durante encontro com representantes de rádios comunitárias, na sede da ONG Viva Rio, no Rio de Janeiro, que vai lançar em nível federal projeto com base semelhante às experiências do programa Nas Ondas do Ambiente, em execução hoje no estado do Rio de Janeiro. O projeto Nas Ondas do Ambiente foi lançado em 2007 quando o ministro era secretário estadual de Meio Ambiente daquele estado.

O programa é uma parceria das secretarias estaduais do Ambiente e de Educação e da ONG Viva Rio. Ele tem por objetivo a capacitação de professores e alunos das escolas públicas na produção de spots de rádios com programas de comunicação e informação ambiental, tendo por base temas ligados à preservação e à educação ambiental. O projeto conta com a participação das comunidades escolares e comunitárias, tendo a participação ativa de pais, alunos, professores. O conteúdo do programa é veiculado pelas rádios comunitárias.

Minc também informou aos participantes do encontro que, com seu apoio, o Poder Executivo enviou ao Congresso Nacional projeto de lei que, entre outros assuntos, regulariza a situação das rádios comunitárias, permitindo que elas recebam recursos para veiculação de campanhas públicas relacionadas à cidadania e à educação ambiental.

Um outro projeto anunciado pelo ministro na reunião refere-se à promoção de um congresso nacional de rádios comunitárias, onde se debaterá a situação do setor e as formas de apoio ao trabalho desenvolvido pelas rádios comunitárias.

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Municípios da região dos Lagos, do RJ, terão aterro sanitário conjunto

14/04/2009 - Os prefeitos dos municípios que fazem parte da região dos Lagos ouviram nesta segunda-feira (13) do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a informação de que haverá liberação de recursos para a instalação de um aterro sanitário na divisa entre Araruama e Saquarema. O anúncio foi feito durante a cerimônia de apresentação do Plano de Manejo da APA Massambaba. O aterro será construído por meio de consórcio entre os municípios e beneficiará localidades como Cabo Frio, São Pedro D'Aldeia, Búzios e Iguaba, entre outros. Ao lado da secretária estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, Minc garantiu aos prefeitos a execução de projetos importantes para a região.

O ministro elogiou a postura dos prefeitos com relação aos planos de conservação ambiental e disse que eles estão fazendo por merecer. "Os investimentos em projetos de conservação e recuperação do meio ambiente que estão em andamento aqui devem servir de modelo a serem replicados para o resto do País", afirmou Minc.

O plano de manejo da APA de Massambaba é uma reivindicação dos moradores da região, desde sua criação da APA em 1986. Além do desenvolvimento sustentável da região, o plano de manejo prevê a criação de uma política hoteleira para o local, o que além de promover a conservação ambiental, propiciará a geração de empregos em região turística. A área é de 76.306 quilômetros quadrados ao longo de 26 quilômetros de praias.

A formação de consórcios entre municípios para a construção de aterros sanitários foi comemorada pelos prefeitos como um dos instrumentos mais eficientes da região. Os consórcios permitem que a necessidade de investimentos seja menor e que a elaboração de projetos seja mais eficiente e preveja estrutura eficiente que vão do despejo adequado dos resíduos ao tratamento do chorume e à proteção do lençol freático.

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CNRH aprova plano de recursos hídricos para bacia Tocantins/Araguaia

14/04/2009 - Suelene Gusmão - O plenário do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou nesta terça-feira (14) o Plano Estratégico para a Bacia do Tocantins Araguaia. Aclamado pelos conselheiros, com apenas um voto contrário, o plano já consta da pauta de discussões do governo e será debatido por 10 ministros do governo Lula em reunião agendada para o dia 8 de maio. Esse é o primeiro plano de bacia aprovado pelo CNRH em seus 10 anos de funcionamento e a bacia do Tocantins/Araguaia é a maior do Brasil.

O presidente do CNRH, ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, explicou que o plano vai permitir ao Governo tratar de forma ampla, conjunta e racional questões como a irrigação, a construção de hidrovias, eclusas e hidrelétricas naquela região. Segundo ele, a aprovação pelo Conselho vai conferir legitimidade a todas as políticas que serão adotadas para a partir de agora. "Um plano de bacia combinado com o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) vai permitir eficiência às políticas", disse. O ministro citou como exemplo a questão da agricultura e da irrigação. Segundo ele, o plano identifica, em milhões de hectares, áreas com potencialidade para a irrigação, fazendo crescer a produção de grãos e, consequentemente, baixando os custos dos alimentos.

O ministro do Meio Ambiente lembrou ainda aos conselheiros que a aprovação do plano vai permitir o tratamento conjunto de temas como a construção de eclusas e hidrovias, transporte e produção de alimentos e o desenvolvimento de atividades como a pesca e o turismo na região. "Tudo isso com a chancela do Conselho Nacional de Recursos Hídricos que legitima a adoção das políticas", disse.

O Plano construído pela Agência Nacional de Água (ANA), tem entre seus objetivos a elaboração de um diagnóstico sobre as potencialidades hídricas e demandas de usos de recursos hídricos da bacia; a definição do plano de investimentos para as ações de recursos hídricos; e a identificação de conflitos entre ações e atividades desenvolvidas pelos setores usuários de água e as medidas necessárias à conservação ambiental, que possibilite a compatibilização e mediação de conflitos.

O presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, disse que ao aprovar o plano da bacia, o Conselho estava vivendo um momento histórico. Ele lembrou que é a primeira vez que o CNRH aprova um plano desta natureza. "É uma ferramenta de grande valor, que vai ajudar a ordenar os recursos naturais daquela região e fazer crescer o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região que está abaixo da média do País. É um grande passo para o fortalecimento do Conselho de Recursos Hídricos", falou.

A elaboração do Plano Estratégico da Bacia Tocantins Araguaia foi iniciado em 2005. A área ocupada pela bacia abrange um território de cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados, correspondendo a aproximadamente 11% do território nacional. Ela cobre todo o estado do Tocantins e abrange parte do território dos estados de Goiás, Mato Grosso, Maranhão, Pará e do Distrito Federal.

De acordo com informações da ANA, as usinas hidrelétricas já construídas para aproveitar o potencial da bacia somam mais de 11 mil megawats instalados, o que corresponde a 15,7% da potência instalada no Brasil, conferindo à bacia o segundo lugar entre as bacias brasileiras. Na área em questão, estão localizados a Província Mineral de Carajás e muitos dos principais projetos brasileiros de irrigação, somando mais de 100 mil hectares.

Após a aprovação do texto básico do Plano Estratégico para a Bacia do Tocantins Araguaia, os conselheiros deliberaram sobre emendas apresentadas por alguns conselheiros, como, por exemplo, a que altera de dois para um ano a revisão do plano. Em seguida, foram feitas duas apresentações sobre mudanças climáticas no litoral e sobre o pantanal. A reunião extraordinária foi convocada pelo presidente do Conselho no mês de março, em razão de pedido de vista feita pelo conselheiro João Clímaco que, na primeira apresentação do plano, em março, alegou que o mesmo não teve suficiente participação popular em sua concepção.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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