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PROIBIÇÃO DE AMIANTO PODE TORNAR CONSTRUÇÃO CIVIL BRASILEIRA DEPENDENTE EXTERNA, DIZ FGV

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

17 de Abril de 2009 - Lourenço Canuto - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A proibição da extração, uso e comercialização de amianto do tipo crisotila no Brasil pode causar um colapso no fornecimento de telhas, que recobrem mais de 50% das moradias no país, além de provocar impacto negativo na geração de empregos do setor, segundo mostra um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A pesquisa foi encomendada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O uso de produtos à base do amianto é questionado pelo Ministério do Meio Ambiente e já conta com adesão dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Rio Grande do Sul.

O estudo realizado pela FGV destaca que foram usados apenas critérios econômicos sobre o impacto que a proibição dos derivados do amianto provocaria, sem entrar no mérito quanto à questão da saúde. Segundo a FGV, não há nenhuma alternativa de substituição a curto prazo do produto, o que poderia levar a construção civil brasileira a uma dependência externa. O texto destaca também que haveria um longo período de adaptação para substituir a tecnologia.

A retirada de cena do uso do amianto colocaria em risco também o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Milhares de trabalhadores do setor participaram ontem (16) de uma manifestação na Esplanada dos Ministérios em defesa da exploração e comercialização de compostos de amianto – usados na produção de equipamentos automobilísticos à base de fibras e na fabricação de telhas e caixas d'água.

Eles tentaram sensibilizar o governo e os poderes Legislativo e Judiciário sobre a importância econômica do produto e para a manutenção de seus empregos. Entre ocupações diretas e indiretas, o setor emprega cerca de 170 mil trabalhadores, e responde por R$ 2,6 bilhões em exportações por ano. A cidade de Minaçu, no norte de Goiás, concentra a única mina de amianto crisotila da América Latina.

O movimento realizado em Brasília em defesa do amianto foi promovido pela Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto (CNTA) e centrais sindicais. Josélio Pires Cunha, um dos manifestantes, afirmou que está aposentado e trabalhou na reserva de Minaçu durante oito anos e não teve nenhum problema de saúde. Segundo ele, a tecnologia hoje empregada para extração do amianto é toda feita por máquinas e utiliza água para evitar a poeira do produto, apontada como elemento cancerígeno. Ele disse que "muito mais perigosa é a manipulação de amônia" feita na cidade goiana de Niquelândia "e ninguém fala nada".

Romeu Petrônio Souza, outro morador da cidade que estava na manifestação, afirmou que, se a mina for fechada, município de 30 mil habitantes vai virar uma cidade fantasma. Segundo ele, "quando morre uma pessoa de 70 anos na região, todos dizem que foi por causa do amianto". "Mas a média de vida do brasileiro não está abaixo dos 70?", pergunta. Matilde Siqueira, também moradora de Minaçu, tem um irmão que é funcionário da mineradora que explora o amianto. Ela diz que apesar da segurança que hoje existe, sua família fica sempre preocupada com a possibilidade dele adoecer.

O governador de Goiás, Alcides Rodrigues, já se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para defender a atividade, a propósito de ação impetrada na Corte pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). Eles questionam a Lei federal 9.055/95 que permite a exploração e a comercialização do amianto crisotila no país. Na ocasião, o governador defendeu que o amianto crisotila, é diferente do tipo anfibólio, e não oferece maiores riscos se explorado com as devidas precauções. Além disso, Rodrigues mencionou a importância econômica do produto para o estado.

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Trabalhadores querem alertar governo sobre necessidades do setor de amianto

16 de Abril de 2009 - Lourenço Canuto* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Trabalhadores ocupam hoje (16) a Esplanada dos Ministérios em prol da manutenção de empregos, na área de manipulação do amianto, na cidade de Minaçu (GO), onde está localizada a única mina do país. A manifestação foi organizada pela Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto (CNTA), em conjunto com centrais sindicais.

Segundo Adilson Santana, a finalidade do movimento é chamar a atenção do governo e dos poderes Legislativo e Judiciário para "as necessidades dos trabalhadores, nessa atividade que gera 170 mil empregos diretos e indiretos no país."

O vice-presidente da Comissão Nacional dos Trabalhadores do Amianto, Adilson Santana, que participa da manifestação, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional que "a experiência adquirida nos últimos 20 anos no trato com o mineral permite que se possa trabalhar com ele com segurança".

Para Adilson, "a experiência obtida pode inclusive ser aproveitada no trato com outros produtos igualmente tidos como nocivos à saúde, a exemplo do urânio ou do chumbo". "São muitas centenas os produtos do solo que podem agredir a saúde, mas que, com investimentos dos empresários na segurança do trabalhador, têm condições de ser manipulados com segurança para a saúde".

Ele é usado na fabricação de telhas e de caixas-d'água. Segundo a CNTA, o amianto foi abolido em quatro estados brasileiros e não é utilizado em 44 países.

O assunto conta com a preocupação do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que assinou portaria proibindo o uso de materiais contendo amianto em qualquer construção ou bem comprado pelo ministério e por seus órgãos vinculados.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o amianto está classificado entre 200 produtos nocivos à saúde, e é apontado por ela como responsável por doenças pulmonares que levam ao câncer.

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Campanha recolhe mais de 7 toneladas de agrotóxicos ilegais, afirma sindicato

14 de Abril de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília - Nos três primeiros meses de 2009, mais de 7 toneladas de agrotóxicos proibidos foram recolhidas no Brasil. Esse é o saldo de uma campanha nacional de conscientização promovida por entidades do setor de defensivos agrícolas. O gerente da Campanha de Combate aos Produtos Ilegais do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola, Fernando Henrique Marini avaliou, em entrevista à Rádio Nacional, o resultado como positivo.

“Nossos dados são animadores. De 2001 até agora, nós tivemos 350 toneladas de produtos ilegais apreendidas”, acrescentou.

A estimativa é de que o comércio de agrotóxicos proibidos provoque perdas de cerca de R$ 500 milhões na economia nacional, se forem considerados os prejuízos das empresas e a sonegação de impostos.

Até agora, 15 pessoas foram presas no Brasil por envolvimento com agrotóxicos ilegais. No total, 450 foram indiciadas em inquéritos e aguardam pronunciamento da Justiça. Recentemente, as polícias apreenderam produtos falsificados nas cidades de Ribeirão Preto (SP), Sinop (MT), Mamborê e Cascavel, ambas no Paraná, e Passo Fundo (RS).

Esses criminosos, em geral, falsificam ingredientes ativos e embalagens de marcas conhecidas. No entanto, de acordo com Marini, é possível identificar um produto ilegal.

“O agricultor deve ficar desconfiado se o produto não tiver nota fiscal e receita agronômica. Segundo, o preço é muito abaixo do praticado no mercado. Terceiro, a maior parte das embalagens [dos produtos ilegais] vem escrita em espanhol e para vender um produto aqui no Brasil essas embalagens devem estar obrigatoriamente escritas em português.”

A produção, o transporte, a compra, a venda e a utilização de agrotóxico contrabandeado ou pirateado são enquadrados na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1988), como contrabando ou descaminho (Art. 334 do Código Penal), na Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/89) e como crime de sonegação fiscal.

A campanha nacional de conscientização quanto aos perigos dos agrotóxicos ilegais mantém um serviço de Disque-Denúncia, que já recebeu quase 11 mil chamadas. O número é 0800-940-7030

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Anvisa vai reavaliar permissões para uso de 14 agrotóxicos no país

16 de Abril de 2009 - Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está reavaliando a liberação e condições de uso de 14 tipos de agrotóxicos utilizados no Brasil. A maior parte deles já foi proibida em países da União Européia e África, além dos Estados Unidos e China. Os agrotóxicos estiveram presentes em nivel elevado nas amostras de 17 tipos de alimentos analisadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (Para), da Anvisa.

A reavaliação não vai significar necessariamente que os produtos terão seu uso proibido. A Anvisa poderá manter a atual permissão, porém com critérios mais rigorosos de liberação como já aconteceu anteriormente com o veneno conhecido como chumbinho.

“O aldicarb, que é o tal do chumbinho, a gente reavaliou e estabeleceu um programa severíssimo de controle. Ele só pode ser utilizado em quatro estados, com seis mil produtores cadastrados. Porque o produto era desviado e um monte de gente se contaminava nas cidades grandes”, disse o gerente geral de toxicologia da Anvisa, Luís Cláudio Meireles.

Para Meireles, o fato dos produtos que estão sendo reavaliados agora terem sido proibidos em outros países é um indicativo de que eles têm grandes chances de serem, também, banidos do Brasil. “É um bom indicativo. Até porque o Brasil é signatário de acordos internacionais, são produtos que estão em listas de controle internacional... E dificilmente os países proíbem por questões agronômicas exclusivamente. Geralmente os produtos são banidos por causam danos à saúde e ao meio ambiente. E eu acho que nós não somos muito diferentes dos outros seres humanos do planeta”, afirmou.

A principal preocupação das autoridades de saúde com o uso de agrotóxicos é com os trabalhadores rurais. No Brasil, o clima quente propicia maior absorção das substâncias, e a carga de trabalho dos trabalhadores do campo é mais alta que em outros países. Além disso, eles, geralmente, não utilizam proteção na hora de aplicar os produtos, e muitas vezes sequer lêem os rótulos.

A professora de toxicologia da Universidade de Brasília, Eloísa Caldas, afirmou que os trabalhadores rurais estão mais expostos aos efeitos danosos dos agrotóxicos do que a população que consome os produtos. “Nenhum dos pesticidas utilizados no Brasil têm efeito cumulativo. E algum efeito pode ser causado no organismo somente se for consumida uma quantidade excessiva do produto durante um período longo de tempo”, disse.

Na opinião de Eloísa Caldas, não basta apenas alertar à população sobre as hortaliças e os legumes com quantidades de resíduos de agrotóxicos acima do permitido, mas que ela seja orientada sobre a melhor maneira de como consumir os produtos contaminados. “A população em geral não deve deixar de comer pimentão nem nenhuma outra coisa. As pessoas precisam apenas lavar os produtos bem lavados, com água e sabão e podem ingerir sem medo”, afirma a professora, fazendo menção ao pimentão, tomate e morango onde foram detectados resíduos de agrotóxicos acima do permitido pela Anvisa.

“Os riscos que as presenças dessas quantidades de resíduos significam são muito menores que os riscos que uma pessoa corre se deixar de se alimentar corretamente. Uma dieta pobre em nutrientes que estão contidos nessas frutas e legumes que contém resíduos de pesticidas, isso sim causa câncer”, disse ainda Eloísa Caldas.

A professora também ressaltou que os produtos não precisam ser cozidos ou ingeridos sem casca para evitar uma possível contaminação de agrotóxicos. Segundo ela, a lavagem é suficiente.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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