Panorama
 
 
 

PF CRÊ EM SAÍDA PACÍFICA DE TODOS OS NÃO-ÍNDIOS DA RAPOSA SERRA DO SOL ATÉ O DA 30

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

20 de Abril de 2009 - Marco Antonio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O superintendente da Polícia Federal (PF) em Roraima, José Maria Fonseca, acredita que não será necessário uso de força para retirar não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol após o dia 30 de abril, data limite imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto para que produtores de arroz e agricultores brancos deixem a área de 1,7 milhão de hectares. Em entrevista à Agência Brasil, Fonseca ressaltou, entretanto, que a corporação estará preparada para controlar e dissipar rapidamente eventuais resistências.

“Não há mais do que se recorrer. A decisão judicial está aí, deverá e terá que ser cumprida. Não há porque haver resistência”, afirmou o superintendente. “Não vai adiantar nada uma resistência. Estaremos com mais de 300 homens na área. Resistir como?”, acrescentou.

O prazo para retirada dos agricultores brancos foi estabelecido pelo STF após o julgamento do mês passado, no qual a Corte decidiu manter a demarcação da reserva em faixa contínua, com usufruto exclusivo dos indígenas.

Até o dia 30, a PF e a Força Nacional de Segurança oferece garantia de proteção e segurança para a remoção dos bens por parte daqueles que deixarão a área. Sob solicitação, agentes estão aptos a providenciarem escolta e controle de movimentação das máquinas nas estradas até o local em que ficarão recolhidas, a ser indicado por seus proprietários.

“Todas as vezes em que isso for pedido nós vamos atender. A gente trabalha para que até o dia 30 seja cumprida essa retirada de forma pacífica e ordeira”, disse Fonseca.

O ministro Ayres Brito descarta completamente uma prorrogação de prazo para que os não-índios saiam da reserva, mesmo que não consigam retirar todos os seus pertences até o dia 30. Para o ministro, governo federal pode se responsabilizar pelo aproveitamento da produção de culturas não-colhidas, indenizar adequadamente os produtores e viabilizar a saída de algum maquinário remanescente. Na próxima sexta-feira(24), ele irá receber da Fundação Nacional do Índio (Funai) um relatório prévio da desintrusão (retirada dos brancos).

Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Funai, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Ministério da Agricultura já foram autorizados a entrar na reserva. Caberá a eles levantar a área plantada, estimar safra e prazo de colheita, identificar danos ambientais e fazer as devidas autuações.

Por delegação de Britto, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), desembargador Jirair Meguerian, tem feito visitas a Roraima para supervisionar a execução da decisão judicial. Esta semana, Meguerian dá sequência a reuniões com as partes interessadas. Ele tem intermediado com os órgãos de governo a busca de soluções para o reassentamento de famílias e para que haja consenso entre as comunidades indígenas quanto à ocupação das áreas que estavam sob posse de brancos.

Meguerian deixará Roraima no fim da semana, mas voltará no dia 30 para acompanhar uma possível desintrusão forçada. Antes da decisão do STF, permaneciam na reserva seis grandes produtores de arroz e cerca de 50 famílias de agricultores brancos, que não concordavam com o valor das indenizações depositadas pela Funai e com o reassentamento em outras áreas de Roraima.

Dia do Índio é comemorado no Rio com a presença dos kayapó

20 de Abril de 2009 - Flávia Vilella - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Rituais, artesanato e pintura corporal marcaram o Dia do Índio nesse domingo (19) no Rio de Janeiro. Cerca de 30 índios da tribo Kayapó, da Aldeia Moikarakô, no Pará, participaram das celebrações organizadas pelo Museu do Índio, em Botafogo, na zona sul da cidade. Houve uma apresentação das cerimônias da Festa do Peixe e do Milho.

O cacique Akyaboro, líder da maior tribo Kaiapó do Pará, acha importante esse contato com as pessoas da cidade para que elas conheçam melhor sua cultura. “As festas que apresentamos hoje duram o ano inteiro. Na Festa do Peixe, nós registramos os nomes das nossas crianças recém-nascidas. Na Festa do Milho, nós comemoramos a colheita."

O cacique explicou que os kayapó vivem na região do Xingu, na Amazônia. A língua falada pertence à família lingüística Jê e os kayapó têm dialetos diferentes. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), em 2000 a população era de 6.300 pessoas.

Maria Eduarda, de cinco anos, disse que só havia visto um índio na televisão e que gostou muito da apresentação. “Eles são muito bonitos e cantam muito diferente. Agora, quero ir lá na Amazônia conhecer a casa deles.

O diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, acredita que as atividades ajudam o público do Rio de Janeiro a entender melhor a realidade indígena. “O contato direto ajuda a quebrar um pouco o estereótipo que ainda é muito forte com relação ao índio,” disse.

Para o presidente da Funai, Márcio Meira, que participou da festa, o Dia do Índio é uma oportunidade de reflexão crítica sobre a história do Brasil, que é muito pouco conhecida. “Muitos pensam que os índios são iguais aos norte-americanos ou que são uma tribo só. Nós temos quase 1 milhão de indígenas de 225 povos diferentes no Brasil, com línguas e culturas diferentes. É preciso que a sociedade brasileira entenda que eles são parte da nação e têm tantos direitos quanto qualquer cidadão”.

As celebrações do Dia do Índio fazem parte de uma série de atividades promovidas pelo Museu do índio desde o dia 15 e continuarão até o dia 26 deste mês. A partir de hoje (20) até o dia 26, os fulni-ô, de Pernambuco, farão apresentações de danças tradicionais de sua cultura nos jardins do museu. Os fulni-ô são os únicos do Nordeste que conseguiram manter ativa a sua própria língua, o yatê, do tronco Macro-Jê. Sua população é estimada em 2.930 pessoas (dado de 1999).

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Índios paranaenses fecham acordo para recebimento de recursos atrasados da Funasa

22 de Abril de 2009 - Lúcia Nórcio - Repórter da Agência Brasil - Curitiba - As lideranças de várias etnias indígenas do Paraná concordaram com o prazo de 20 dias para a liberação, pela Funasa, de R$ 1,6 milhão, valor referente à última parcela de dezembro de 2008, destinada a programas de saúde de 46 aldeias paranaenses, onde vivem aproximadamente 12 mil índios.

O acordo foi feito no fim da tarde de hoje (22), em Curitiba, após reunião dos indígenas, a coordenação da Funasa no Paraná e o Ministério Público Federal. (MPF). Segundo o cacique Neoli Olíbio, da aldeia Kaingang Boa Vista, no município de Laranjeiras do Sul, o atraso no repasse da verba “travou” o atendimento médico nas aldeias, o repasse de alimentos e ocasionou atraso no pagamento de funcionários, médicos, enfermeiros e agentes de saúde.

“Viemos para Curitiba para resolver o assunto e estamos voltando para nossas aldeias satisfeitos com a solução. Se o pagamento não for realizado em até 30, 60 dias, voltamos e ocupamos novamente os órgãos envolvidos”, disse.

Os líderes indígenas estão em Curitiba desde segunda-feira (20), quando um grupo de cerca de 20 deles invadiu a sede da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Reimer, uma organização não-governamental que recebe os recursos da Funasa e fica responsável pela distribuição dos medicamentos e compra de alimentos as aldeias. O impasse começou quando a Funasa não repassou a última parcela por ter encontrado irregularidades na prestação de contas da instituição.

Hoje eles chegaram a ocupar a sede da Funai, mas saíram para participar da reunião. Outras lideranças do interior do estado ocuparam também praças de pedágio. A desocupação da BR-476, no município de Laranjeiras do Sul, obstruída desde as 10h foi determinada por decisão judicial após a concessionária Rodovia das Cataratas S/A, que administra o trecho, entrar com ação de reintegração de posse. As ocupações estavam atreladas ao resultado da reunião em Curitiba.

Segundo o coordenador da Funasa no Paraná, Geraldo de Castro, o último relatório apresentado pela ONG foi encaminhado para ser analisado pelo departamento jurídico do órgão, em Brasília, e deverá estar concluído num prazo de vinte dias.

“Se esse relatório técnico for aprovado, a Reimer efetuará todos os pagamentos atrasados aos fornecedores e empregados. Em caso contrário, a própria Funasa se compromete num prazo mais breve possível e efetuar os pagamentos”. Segundo o coordenador, a Funasa é uma fiscalizadora de convênios, “cuidamos que os relatórios estejam sempre muito corretos”, afirmou.

O contrato da Funasa com a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Reimer termina na sexta-feira (24), quando assume uma contratada do Projeto Rondon. Na reunião de hoje, ficou acertada também a criação de uma comissão indígena de controle social composta por representantes de cada etnia que vive no Paraná, como Guarani, Kaingang e Xetá, a fim de gerar a transparência entre a nova contratada e as comunidades indígenas.

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Presidente da Funai diz que visão sobre índio ainda é estereotipada

20 de Abril de 2009 - Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A população brasileira ainda tem uma visão desinformada e preconceituosa sobre os indígenas do país. A opinião é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira. “A sociedade como um todo tende a ver o índio ou de uma forma negativista, como se ele fosse um problema, ou romântica, como a de que índio autêntico é o que vive isolado na floresta com os mesmos costumes do século 16. Precisamos romper com nossos preconceitos, aceitar que eles são diferentes e reconhecer seu valor”.
As afirmações foram feitas por Meira nesse domingo (19), durante as celebrações do Dia Nacional do Índio, no Museu da República, no Rio. Segundo ele, esse dia é uma oportunidade de reflexão crítica sobre a história do Brasil que é muito pouco conhecida, principalmente entre as crianças e os jovens. “Cada um de nós brasileiros herdou um pouco dos hábitos, costumes das tradições indígenas. É uma contribuição muito rica para nossa cultura”.

Márcio Meira lembrou que os índios têm uma contribuição muito grande também para a preservação das florestas, do meio ambiente. “As terras indígenas demarcadas pelo governo nos últimos 20 anos são as áreas mais protegidas, até mais que as unidades de conservações, os parques nacionais e reservas florestais.”

O diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, acredita que nos últimos anos, com as novas tecnologias, a comunicação e a informação sobre as culturas indígenas têm melhorado, mas lamentou que o preconceito ainda exista. “Hoje, você vê índios criando suas próprias páginas na internet, seus filmes, com programas de rádio. O acesso à informação hoje é um ponto positivo a favor da causa indígena. Mas,ainda assim, muita gente acha que o índio ainda deve viver no mato. Assim como nós, eles também mudam.”

Para Levinho, o grande desafio do governo e das autoridades competentes é ajudar os índios a preservar o que consideram importante de suas culturas e dar subsídios para que tenham um futuro melhor.

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Reunião no Ministério Público vai buscar solução para invasão de ONG por indígenas em Curitiba

22 de Abril de 2009 - Lúcia Norcio - Repórter da Agência Brasil - Curitiba - Uma audiência marcada para hoje (22), às 16h, no Ministério Público Federal (MPF), vai buscar uma solução para pôr fim à invasão, na tarde da última segunda-feira (20), da sede da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Reimer, em Curitiba, por um grupo de cerca de 20 indígenas do interior do Paraná. Eles mantêm reféns três funcionários e o presidente da organização não-governamental, Eduardo Zardo.

Os índios querem a liberação imediata de R$ 1,6 milhão, valor referente a última parcela do mês de dezembro de 2008, destinada a programas de saúde de 46 aldeias paranaenses, onde vivem aproximadamente 12 mil indígenas. A Reimer administra a verba, repassada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e é responsável pela distribuição de medicamentos e compra de alimentos que combatem a desnutrição infantil nas aldeias.

O cacique Neoli Olíbio, da aldeia kaingang Boa Vista, no município de Laranjeiras do Sul, disse à Agência Brasil que um impasse burocrático entre Funasa e a ONG atrasou a liberação da verba. Com isso, segundo ele, os fornecedores estão sem receber desde o começo do ano e médicos, enfermeiros e agentes de saúde também estão com salários atrasados.

“Pessoas que tomam medicamentos de uso contínuo estão com sérios problemas de saúde”, disse o cacique. Ele disse que há suspeitas de que a associação desviou recursos da Funasa, o que deverá ser apurado pelo MPF. O presidente da associação alega que o repasse dessa parcela não foi feito pela Funasa, que ainda analisa os relatórios técnicos enviados para prestação de contas.

De acordo com o coordenador da Funasa no Paraná, Geraldo de Castro, a documentação analisada até agora apresentou “sérias deficiências” e foi enviada ao departamento competente do órgão, em Brasília. Para ele, a ONG deveria ser questionada sobre a aplicação da parcela de R$ 4,2 milhões do convênio, repassada em agosto do ano passado.

“Deveriam mostrar, inclusive para a imprensa, para serem transparentes, os extratos de como esses recursos foram utilizados, qual foi a finalidade do convênio.” De acordo com Castro, há muitas informações contraditórias.

O cacique Neoli Olíbio disse que ainda virão mais indígenas do interior para reforçar a mobilização. Segundo ele, o grupo vai permanecer nas dependências da associação, de forma pacífica, até que uma solução seja apresentada. “Na sexta-feira, termina o contrato dessa ONG com a Funasa e assume outra instituição, o Projeto Rondon, temos que estar com tudo esclarecido.”

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Campanha Nacional de Vacinação do Idoso inclui população indígena de áreas remotas

22 de Abril de 2009 - Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Com o objetivo de atingir 80% da população alvo de 60 anos ou mais, durante a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra o vírus Influenza (causador da gripe), os técnicos do Ministério da Saúde vão até as áreas mais remotas do país para vacinar os povos indígenas, que tradicionalmente não têm acesso aos postos de saúde do governo.


A informação foi dada hoje (22), no Rio de Janeiro, pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao lançar oficialmente, no Retiro dos Artistas, a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, que em sua 11ª edição terá como slogan “Deixe a Gripe na Saudade”.

A campanha custará aos cofres públicos R$ 160 milhões e a meta é atingir 80% da população idosa de todo o país – cerca de 16 milhões de pessoas com 60 anos ou mais.

Para o ministro Temporão, a relação custo/benefício da campanha é para lá de vantajoso. “É uma campanha prática, objetiva e econômica importante, na qual a relação custo/benefício é importantíssima. A redução (de custo) é brutal: enquanto uma internação por pneumonia custa ao SUS [Sistema Único de Saúde] entre R$ 1 a 2 mil, uma dose da vacina para nós custa menos de R$ 4”, disse.

Sobre a preocupação com os indígenas, o ministro da Saúde disse que a intenção do governo é a de garantir a todos o direito à vacina. “Todos os brasileiros com 60 anos ou mais serão vacinados contra a gripe durante este período, que começa no próximo sábado (25) e vai até o dia 8.

As estratégias poderão mudar em razão das especificidades locais de cada região. "As populações indígenas que moram em áreas mais remotas do país também serão beneficiadas, uma vez que teremos que ir até lá. Nas grandes cidades, as pessoas vão até o posto de saúde, mas onde a estrutura é diferente, de pior acesso, iremos até elas”, garantiu.

Aplicada gratuitamente, a vacina vai estar disponível em postos de saúde de todo o país a partir de sábado. “São cerca de 65 mil postos de vacinação. Ao todo, 241 mil pessoas participarão da mobilização, que contará com 27 mil veículos (terrestres, marítimos e fluviais). Mais de 21 milhões de doses adquiridos do Instituto Butantã, em São Paulo, serão distribuídas pelo ministério”, disse Temporão.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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