22 de
Abril de 2009 - Ivy Farias - Repórter da
Agência Brasil - São Paulo - A produção
de cana-de-açúcar cresceu 20% em áreas
que antes eram de pastagem em São Paulo.
A constatação foi feita pelo Levantamento
Censitário das Unidades de Produção
Agrícola (Lupa), que detalhou toda a produção
agropecuária do estado de São Paulo.
Segundo Valquíria da Silva, diretora do Instituto
de Economia Agrícola (IEA), a produção
de cana tem repeitado o protocolo do zoneamento
ambiental.
"A cana cresceu na região
noroeste do estado, onde até então
a pecuária era mais forte", afirmou.
Para ela, o novo sentido da produção
é um reflexo do protocolo. "A produção
está em uma área apta para o plantio
e não invadiu as regiões onde ainda
há Mata Atlântica", disse.
Para a diretora do IEA, a preocupação
com o meio ambiente se tornou um critério
de mercado e o Lupa mostrou que "há
uma evolução na consciência
ecológica dos produtores". Um dos dados
relevantes do levantamento apontou que são
180 mil propriedades, que produzem de acordo com
normas de conservação do solo. Em
1996, quando foi feito o último censo, eram
147 mil.
Outro dado que Valquíria
considerou positivo foi o aumento da área
de vegetação natutal em 25%. "Estamos
recuperando a vegetação natural do
estado", disse. A produção de
reflorestamento também cresceu, em termos
de valor de produção. Hoje, a produção
de árvores está em quarto lugar (depois
da cana, carnes e laranja, respectivamente). Em
1996, o quarto lugar era ocupado pela produção
de grãos.
Esta é a segunda vez que
o governo do estado realiza o Lupa. "Este censo
é importante para definir as políticas
públicas para a agropecuária. A informação
sobre as mudanças ocorridas nos últimos
anos ajuda o próprio setor a se reconhecer
e avaliar os rumos que deve tomar", acrescentou
Valquíria.
+ Mais
Governo usará fiscalização
eletrônica para conter desmatamento na Amazônia
23 de Abril de 2009 - Vinicius
Konchinski - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A fiscalização
eletrônica dos grandes frigoríficos
é a novo instrumento que o governo federal
vai usar para conter o desmatamento na Amazônia.
O ministro da Agricultura, Reinhold
Stephanes, afirmou hoje (23) que entrará
em funcionamento no ano que vem um novo sistema
de controle de abate de animais criados na Região
Norte. O objetivo é reduzir a derrubada de
árvores da Floresta Amazônica.
Stephanes disse, em entrevista
coletiva concedida na sede da Sociedade Rural Brasileira
(SRB), em São Paulo, que a pecuária
é a maior causa do desmatamento da floresta.
Segundo ele, se o governo conseguir evitar que a
carne do gado criado em áreas desmatadas
ilegalmente chegue ao mercado, a derrubada de árvores
tende a acabar.
Pelo novo sistema, cada animal
terá uma espécie de registro com o
nome da fazenda em que foi criado e o nome de outrasp
propriedades por onde passou até chegar ao
abate.
O governo vai cruzar, eletronicamente,
os dados de georreferenciamento dessas fazendas
com os dados de desmatamento na Amazônia.
Se uma dessas propriedades estiver derrubando árvores
ilegalmente, o abate não poderá ser
realizado pelos frigoríficos.
Segundo Stephanes, o novo sistema
já está sendo estruturado. Ele disse,
inclusive, que o governo do Pará e os cinco
maiores frigoríficos do estado, onde é
abatida grande parte do gado criado na Região
Norte, já concordaram em adotar o método
de fiscalização.
“Não podemos mais derrubar
uma árvore da Amazônia para criar gado”,
afirmou Stephanes, citando ainda que o fim do desmatamento
da floresta deve constar também das metas
do governo para elaboração do novo
Código Florestal.
Em sua visita à SRB, o
ministro debateu com representantes do setor agropecuário
a necessidade da criação de uma nova
legislação ambiental para o país,
ainda neste ano. Em sua palestra, ele afirmou que,
se cumprido rigorosamente, o atual Código
Florestal pode inviabilizar novos empreendimentos
agrícolas e também a produção
de cerca de 1 milhão de pequenos agricultores.