(22/04/2009)
Há exatos sete anos, em 22 de abril de 2002,
a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) colocava
à disposição da sociedade gaúcha
um dos parques melhor estruturados do Rio Grande
do Sul, junto a uma natureza exuberante, que abriga
ecossistemas fundamentais para o equilíbrio
natural: o Parque Estadual de Itapuã. Localizado
em Viamão, o parque guarda a última
amostra dos ambientes originais da Região
Metropolitana de Porto Alegre, com praias, lagos,
campos, restingas, dunas e morros graníticos,
povoados por animais e plantas, com número
significativo de espécies raras e ameaçadas
de extinção.
A área total é de
5.566 hectares de natureza conservada, mas ao público
é permitido o acesso somente às praias
das Pombas, Pedreira e de Fora, justamente para
evitar impacto aos locais que precisam de proteção
integral.
Retrospectiva - Em 1973 a área
foi definida, por decreto, como um Complexo Turístico
dotado de balneários, centros de artesanato,
atividades recreativas, culturais e de lazer, que
não chegaram a ser implantados. O parque
era explorado como um balneário, desprovido
de preocupação com o meio ambiente.
Itapuã sofria com caça
e pesca predatórias, sucessivas queimadas
e exploração indiscriminada do granito
rosa. Loteamentos clandestinos, em especial na Praia
de Fora, permitiram que mais de mil casas fossem
construídas, degradando a vegetação
e afugentando animais silvestres. Nas praias da
Pedreira e das Pombas, mais de 200 famílias
passaram a residir e chegaram a instalar comércios.
No verão, mais de 10 mil pessoas freqüentavam
as praias.
A situação começou
a ser revertida em dezembro de 11000, quando a área
passou a ser administrada pelo então Departamento
de Recursos Naturais Renováveis (DRNR), hoje
Departamento de Florestas e Áreas Protegidas
(Defap) da Sema. A primeira atitude foi a publicação
de um novo decreto que transformou o Complexo Turístico
em uma unidade de conservação de proteção
integral. Assim, o parque passou a ter como principais
objetivos a conservação dos ambientes
naturais, a pesquisa científica, a educação
ambiental e a visitação pública.
Estas medidas facilitaram a decisão judicial
para a retirada das ocupações ilegais.
As casas construídas na área de preservação,
o gado e animais domésticos foram removidos.
Entre 1991 e 2002 o acesso à
área ficou proibido para que a natureza se
recuperasse. Foram investidos R$ 11,5 milhões
provenientes do programa Pró-Guaíba
e de medidas compensatórias em obras de infra-estrutura.
Em 22 de abril de 2002, a Sema reabriu o Parque,
completamente estruturado para a visitação
pública, aliada à conservação
dos ecossistemas.
Serviços - O Parque abre
de quartas a domingos, entre 9h e 18h. O ingresso
para cada praia custa R$ 4,37, sendo que crianças
até 10 anos são isentas. Vendas na
entrada do Parque. É proibida a entrada de
animais domésticos. O visitante precisa levar
lanche e bebidas. Há trilhas interpretativas
gratuitas, com acompanhamento de condutor local.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
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RS elabora Plano de Mudanças
Climáticas
(23/04/2009) A partir de agosto
de 2010 o Rio Grande do Sul poderá contar
com o seu Plano de Mudanças Climáticas.
A previsão foi feita nesta quinta-feira (23)
em reunião do Fórum Gaúcho
de Mudanças Climáticas (FGMC), presidido
pelo Secretário Estadual do Meio Ambiente,
Berfran Rosado.
O Plano Estadual de Mudanças
Climáticas deverá ser encaminhado
para a Assembléia Legislativa, a fim de que
se torne lei e possa conduzir políticas públicas
específicas para o tema. O FGMC, órgão
interinstitucional criado em 2007, está elaborando
o documento básico para isso.
O Plano será elaborado
a partir de diagnósticos do clima e de possíveis
mudanças que já estariam acontecendo,
além de prognósticos realizados por
cientistas, como vulnerabilidades, impactos, adaptação,
mitigação e suas interfaces com as
diferentes atividades produtivas. A partir de informações
de cunho global, serão identificados os impactos
específicos sobre o Cone Sul e, em particular,
sobre o RS. O documento pretende priorizar regiões
e setores produtivos do Estado com algum fator vinculado
às mudanças climáticas já
identificado, que permita ações imediatas.
“O aquecimento global e as mudanças
climáticas se apresentam como dois dos principais
temas para o futuro da humanidade neste Século
XXI. Se confirmados os prognósticos iniciais,
seus efeitos se farão sentir mundialmente,
podendo o Rio Grande do Sul ser influenciado tanto
negativa, como positivamente, dependendo do conhecimento
e capacidade de adaptação disponíveis”,
disse a bióloga e pesquisadora da Fundação
Zoobotânica do RS, Luiza Chomenko, que integra
o FGMC, ao explanar o planejamento das ações
do órgão. “O Estado deve estar preparado
para agir, liderando a sociedade na aplicação
de medidas de adaptação e mitigação
dos efeitos das mudanças climáticas,
através de ações integradas
e integradoras entre distintos setores envolvidos”,
complementou.
O Secretário Berfran Rosado,
destacou o cunho interinstitucional do Fórum,
como forma de tornar perenes as suas ações.
“Este é um Fórum que tem que ser cada
vez mais de Estado e não de governo para
ter garantidas as condições políticas
de implementação de suas proposições.
A participação de vários representantes,
seja do governo, do setor produtivo, das instituições
de pesquisa, reveste-se de muito valor”, falou Berfran.
Ele se comprometeu em buscar a consolidação
das ações do Fórum, por meio
da articulação com possíveis
parceiros, já que o órgão não
conta com destinação específica
de recursos para efetivação de suas
propostas.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli