Panorama
 
 
 

ATROPELAMENTOS DE ANIMAIS SILVESTRES PREOCUPAM CHEFIA DA REBIO DE SOORETAMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

Brasília (28/04/09) – O número de acidentes envolvendo animais silvestres na Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama, no Espírito Santo, tem aumentado nos últimos anos. Muitas vezes os atropelamentos são causados pelo descuido dos motoristas e pela falta de respeito aos limites de velocidade estabelecidos para o pequeno trecho de cinco quilômetros da BR 101 Norte, que corta o único espaço protegido ao longo da rodovia no norte capixaba. A BR-101 alcança a unidade de conservação no quilômetro 101, sentido Norte/Sul, Barra Seca da Ponte Nova, no município de Jaguaré até o Km 106, Juaerana B, nos municípios de Linhares e Sooretama.

A rodovia nesse trecho de cinco quilômetros é plana e reta, o que estimula os motoristas a ultrapassarem os limites de velocidade. Estima-se que a maior parte dos veículos circulem a mais de 120 quilômetros por hora dentro da unidade de conservação, eliminando todas as chances de um animal silvestre atravessar a rodovia com segurança.

Segundo dados apresentados pela bióloga Juliana Agnezi, entre dezembro de 2002 e setembro de 2003, 581 animais foram atropelados no trecho, dentre os quais 193 espécies de mamíferos. Em diversas partes do mundo, passagens têm sido construídas sob rodovias para permitir a transposição de animais silvestres, inclusive no trecho da Rodovia do Sol, que atravessa o Parque Estadual Paulo César Vinha, em Setiba, Município de Guarapari, Espírito Santo.

ESTUDOS – Estudos conduzidos nestas localidades demonstram que, para os túneis atingirem seus objetivos, uma série de aspectos tem que ser considerada, como o seu dimensionamento, a existência de áreas secas com espaço adequado para o deslocamento dos animais, iluminação mínima, valas para a circulação de água e estruturas como cercas para direcionar os animais para as passagens.

Em 2003 foi realizado um monitoramento na rodovia, que constatou uma média de atropelamento de dois animais por dia, afirma o chefe da Rebio de Sooretama, Eliton Lima. De acordo com ele, já foram realizadas várias campanhas na rodovia para conscientizar os motoristas a trafegar em baixa velocidade. “Nenhuma campanha teve retorno satisfatório. Já recorremos ao Deparamento de Infraestrutura de Transportes para melhorar a sinalização da rodovia, sem muito resultado”, afirma.

O chefe da unidade disse que está trabalhando junto à Procuradoria Federal para que os órgãos envolvidos – DNIT, ICMBio, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público Federal – façam um estudo a fim de elaborar um projeto com medidas eficazes para a diminuição dos atropelamentos, mortes e mutilação de animais silvestres, considerando os diferentes grupos e hábitos de animais que vivem no ambiente protegido e que transitam naturalmente de um lado para o outro da rodovia.

“Uma das principais medidas que devem ser priorizadas num estudo de melhoria do trecho da BR deve envolver o controle de velocidade dos veículos, para assegurar que qualquer espécie de animal silvestre cumpra sua função ecológica dentro da unidade de conservação sem ser molestada pelo descaso de condutores que colocam em risco a vida animal da reserva”, conclui o chefe da unidade.

RELATÓRIO – O último relatório realizado a pedido da Promotoria Federal de São Mateus, no Espírito Santo, aponta que algumas estruturas podem ser utilizados para contribuir com a redução de atropelamentos de animais silvestres no trecho em discussão, como a colocação de redutores de velocidade ou a alocação de pontes construídas com cabos e redes no dossel da mata para a transposição de espécies arborícolas, desde que utilizados conjuntamente com as passagens subterrâneas, alternativa indispensável para a solução do problema apresentado neste relatório. Outra alternativa levantada seria a construção de canaletas no trecho de cinco quilômetros com limitadores de velocidade para evitar a ultrapassagem de veículos na travessia da BR pela Unidade de Conservação.

Uma das principais ameaças à vida dos animais da reserva é representada pela alta velocidade com que os veículos são conduzidos no trecho. Nos últimos sete anos, três onças foram atropelas nesse trecho. O último caso ocorreu nesse mês, causando a morte de morte uma onça parda com idade estimada de quatro anos e com cerca de 60 quilos.
Priscila Galvão

CPB alerta sobre importância de se proteger os macacos em casos de surto de febre amarela

Brasília (29/04/09) – O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), do Instituto Chico Mendes, acaba de divulgar nota técnica sobre informações veiculadas pela imprensa de São Paulo e Rio Grande do Sul a respeito de suposta ameaça que os macacos representariam na transmissão da febre amarela aos humanos. Municípios dos dois estados enfrentam, no momento, surto da doença.

De acordo com a nota do CPB, a febre amarela, ao contrário do que tem sido divulgado, não é uma doença transmitida diretamente de macacos para humanos, ou mesmo de um macaco para outro ou de um humano para outro. Os mosquitos – principalmente dos gêneros Haemagogus, Sabethes e Aedes – é que são os vetores (transmissores) do vírus tanto em humanos quanto em primatas.

Os macacos, segundo o CPB, têm, na verdade, reconhecido papel de “sentinelas” sobre a circulação do vírus da febre amarela, possibilitando identificar as áreas onde os órgãos competentes devem concentrar os esforços na prevenção da doença em humanos. Portanto, “matar macacos” elimina seu papel de “sentinela” pois o ciclo de transmissão do vírus da febre amarela aos humanos não passa obrigatoriamente por esses animais. Eles não são os únicos hospedeiros silvestres deste vírus.

O centro alerta ainda que, caso sejam encontrados macacos mortos ou caídos no solo adoentados, não se deve manipular os animais pelo risco de contaminação por outras doenças (não pelo vírus da febre amarela). Deve-se, na verdade, comunicar imediatamente ao ICMBio, Ibama, às Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde e/ou Delegacias do Ministério da Saúde, responsáveis por analisar os casos. Já os macacos encontrados vivos, sadios e em vida livre não devem ser capturados nem alimentados, nem retirados do seu habitat ou levados para outras áreas, muito menos mortos.

Segundo o chefe do CPB e mestre em Genética e Biologia Molecular, Leandro Jerusalinsky, foi registrada pela Vigilância Sanitária, no Rio Grande do Sul, a morte de cerca de 1,4 mil primatas em 117 municípios, com confirmação laboratorial da circulação do vírus da febre amarela em mais de 35 localidades. Estima-se que pelo menos 83 primatas morreram em 26 municípios de São Paulo, sem confirmação laboratorial da circulação do vírus amarílico (da febre amarela).

Diante do cenário, o CPB esclarece, por meio da nota, como funciona o ciclo de vida do vírus, o histórico da sua chegada às Américas durante o tráfico de escravos por meio, principalmente, do mosquito Aedes aegypti e os procedimentos que as pessoas devem tomar ao ter contato com macacos na natureza.
Aldo Vasconcelos

 
 

Instituto Chico Mendes
Ascom

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.