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DEPUTADOS NÃO CONSEGUEM DO SUPREMO NOVO PRAZO DE SAÍDA DA RAPOSA SERRA DO SOL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2009

Deputados querem convencer Justiça a prorrogar prazo para desocupação da Raposa

28 de Abril de 2009 Boa Vista - Parlamentares da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada para acompanhar a saída dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), voltaram a Brasília na noite de ontem (27) e tentarão, entre hoje e amanhã, convencer o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Jirair Meguerian, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, a prorrogar o prazo de conclusão da desintrusão, que termina na próxima quinta-feira (30).

Após visitarem diversas comunidades na reserva nos últimos dias, os deputados constataram que não há condições para a desintrusão ser consumada no prazo estabelecido, sem ferir direitos daqueles que deixarão suas antigas ocupações na área de 1,7 milhão de hectares.

“Até o dia 30 não tem como definir as terras para assentar todas as pessoas e o decreto de homologação falava em indenização justa, prévia e reassentamento. O prazo tem que ser determinado pela condição de se cumprir o decreto de homologação assinado pelo governo federal”, argumentou o deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR). Além dele, estiveram em Roraima os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ), Helena Varonese (PSB-RR) e Neudo Campos (PP-RR).

Os deputados alegam ter encontrado na região pessoas sem qualquer condição financeira para arcar com a retirada de seus pertences da reserva. O governo do estado se comprometeu a ceder veículos para esse trabalho. As opções de reassentamento ainda seriam, entretanto, inviáveis, de acordo com os parlamentares. A área indicada pelo governo estadual demoraria um ano para ter acesso em boas condições. A prefeitura de Boa Vista já se comprometeu a doar 30 casas populares no Bairro Satélite para abrigar famílias que saírem da Raposa, mas a infra-estrutura é precária.

“O gesto foi humanitário, mas as casa estão inabitáveis, sem rede de água e energia elétrica. Como vão colocar essas famílias lá?”, questionou Junqueira. A comissão estima que aproximadamente 50 famílias de pequenos agricultores que terão de deixar a reserva ainda estejam com situação de realocação indefinida.

Em relação aos produtores de arroz, a divergência é quanto à definição de um prazo maior para que concluam colheitas pendentes. Estão nessa situação o produtor Paulo César Quartiero e a família Faccio. Até agora, a Justiça tem se mostrado irredutível. O ministro Ayres Britto já declarou que o governo federal poderia ficar responsável pela colheita e posterior indenização aos produtores.
“Em dez a 15 dias estará pronto para colher e o governo não tem como fazer isso. É uma questão de bom senso e não de querer cumprir uma decisão a qualquer custo”, criticou Junqueira.

Amanhã à noite os deputados da Comissão Externa voltarão a Roraima, se possível com um representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, para acompanhar de dentro da terra indígena uma eventual desocupação forçada pela Polícia Federal (PF), que ocorreria em cumprimento à determinação judicial.

A Superintendência da Polícia Federal em Roraima garante que cerca de 300 agentes da corporação e da Força Nacional de Segurança estão aptos a atuar, mas espera que não haja resistência.
Marco Antonio Soalheiro

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Deputados não conseguem do Supremo novo prazo de saída de não-índios da Raposa Serra do Sol

28 de Abril de 2099 Brasília - Um grupo de parlamentares da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, criada para acompanhar a saída dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR), esteve hoje (28) com o ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), para apresentar o que consideram impasses para o cumprimento do prazo de retirada dos não-índios da reserva, que vence quinta-feira (30). Os deputados não conseguiram do ministro compromisso com um novo prazo para a saída dos arrozeiros da reserva.

“Viemos deixá-lo a par de que não será possível cumprir o decreto até o dia 30. O decreto fala em indenização e assentamento, e isso não está garantido para todas as famílias. As pessoas lá querem saber para onde vão e como vão”, afirmou o deputado Márcio Junqueira (DEM-RR).

De acordo com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), o principal impasse é o reassentamento de um grupo de cerca de 40 famílias, que juntas, têm cerca de 12 mil cabeças de gado e não têm onde para onde deslocar o rebanho.

“Essas famílias estão no meio entre os ricos arrozeiros que saíram e os pobres que estão sendo colocados na periferia”, relatou. Segundo Gabeira, o estado de Roraima informou que poderá realocar as famílias para uma área a cerca de 80 quilômetros da reserva, mas a infra-estrutura para a transferência – estradas e georeferenciamento das terras – só estaria disponível daqui a pelo menos um ano.

“O problema é para onde vão essas pessoas, e o que fazer com esse gado. Nossa proposta é que o governo compre o gado, através de uma medida provisória, que nós encaminharíamos rapidamente e distribua para os índios. É muito mais prático que o gado seja entregue aos índios e o governo indenize as pessoas a partir desse processo”, sugeriu Gabeira.

Pelo menos 14 famílias desse grupo poderão ser encaminhadas para uma fazenda próxima, após o arrendamento da área, segundo Gabeira. “Mas a fazenda é pequena para tanto gado. Algumas famílias terão que buscar outro caminho, enquanto esperam a realocação pelo governo do estado”, ponderou.

Durante a reunião, o ministro Carlos Ayres Britto não sinalizou qualquer possibilidade de estender o prazo, segundo Gabeira. O parlamentar acredita em uma “retirada pacífica”, sem grandes conflitos entre as autoridades policiais e os não-índios.

De acordo com Gabeira, o ministro Ayres Britto garantiu que os possíveis casos de resistência serão tratados com “humanidade” após o prazo de saída voluntária. “Haverá muito drama. Fiz um pedido ao ministro para que sejam pacientes com os que têm mais de 80 anos, que nasceram e viveram lá e possivelmente terão uma vida muito curta ao serem retirados e colocados em outros lugares”, apontou.
Luana Lourenço

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Parlamentares vão acompanhar de perto desocupação da Raposa Serra do Sol

28 de Abril de 2009 Boa Vista (RR) - Representantes da Câmara e do Senado estão em Roraima para acompanhar nos próximos dias a saída dos não-índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto estabeleceu o dia 30 de abril como data-limite para a desocupação. No mês passado, o STF confirmou a manutenção da demarcação da área da reserva, de 1,7 milhão de hectares, em faixa contínua.

Desde o fim de semana, os parlamentares têm visitado comunidades da região. Alguns cogitam pedir à Justiça uma prorrogação do prazo, para atender produtores de arroz que ainda não terminaram suas colheitas e famílias que alegam dificuldades operacionais para deixar a reserva.

Da Comissão Externa da Câmara fazem parte os deputados Márcio Junqueira (DEM-RR), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Helena Varonese (PSB-RR). Os parlamentares pretendem elaborar um relatório em que vão avaliar se as pessoas que estão sendo retiradas da reserva têm os seus direitos assegurados. Pelo Senado, farão o trabalho Augusto Botelho (PT-RR) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Também chegará em Roraima no dia 30 o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Jirair Meguerian, encarregado pelo ministro Ayres Britto de supervisionar a desocupação. Ele já esteve no estado por duas vezes após a decisão do STF sobre a reserva. Durante as visitas, se reuniu com as partes interessadas para reiterar prazos, opções de reassentamento, de discussão de indenizações na Justiça e de custódia de bens pelo governo federal.

Por determinação de Ayres Britto, a Polícia Federal está preparada para promover a retirada forçada dos não-índios que insistirem em permanecer ilegalmente na reserva após o dia 30. A Superintendência da PF em Roraima garante que cerca de 300 agentes da corporação e da Força Nacional de Segurança estão aptos a atuar, mas espera que não haja resistência.
Marco Antonio Soalheiro

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Dois produtores de arroz dizem que não vão deixar a Raposa no prazo dado pela Justiça

30 de Abril de 2009 Boa Vista - Dois produtores de arroz garantem que estarão amanhã (1º) nas fazendas que ocupam dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR). O prazo dado pela Justiça para a desocupação termina hoje (30), mas os agricultores insistem que não podem deixar a área porque ainda têm colheitas pendentes.

“O arroz ainda não está no ponto para ser colhido, só depois do dia 15”, afirmou o produtor Paulo César Quartiero. Ele diz ter cerca de 400 hectares à espera da colheita na Fazenda Providência. Ele não admite ser retirado da região com truculência. “Estarei lá esperando. Se vier com ordem judicial escrita e clara, eu saio, mas não vou sair na marra, só porque terão muitos policiais”, afirmou.

A Fazenda Depósito, que também era ocupada por Quartiero, teve sedes e galpões destruídos e ele poderá ser responsabilizado criminalmente, pois a Fundação Nacional do Índio (Funai) já depositou em juízo indenizações pela benfeitorias. “A propriedade é minha e eu destruo da maneira que quiser”, argumentou o rizicultor.

O outro produtor que ainda tem colheita pendente na Raposa Serra do Sol é Tiaraju Faccio. Ele ainda teria 80 hectares plantados na Fazenda Canadá e também está disposto a esperar pela eventual desocupação forçada. “Vamos lutar pelo que é nosso. Plantamos e temos direito a colher. O governo não tem nenhuma máquina para colher arroz.”

Trezentos agentes da Polícia Federal (PF) e da Força Nacional de Segurança estão mobilizados para participar da operação de desintrusão a partir de amanhã. Segundo o superintendente da PF em Roraima, José Maria Fonseca, os produtores de arroz deverão sair da área sem resistir, “até porque o arroz deles já está embargado pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]”.

O órgão aplicou multas milionárias aos produtores por degradação ambiental.
Marco Antonio Soalheiro

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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