Belém (29/04/09) – Na última
terça-feira, dia 28, a fiscalização
do Ibama autuou a Alunorte pelo vazamento na bacia
de rejeitos da empresa, no município de Barcarena,
localizada na região metropolitana de Belém.
A multa lavrada foi de R$ 5 milhões pelo
vazamento que atingiu os córregos da região,
mais R$ 50 mil por dia até que a empresa
solucione o problema.
De acordo com o Superintendente
do Ibama no Pará, Aníbal Picanço,
a Alunorte ainda terá que pagar multa de
R$ 100 mil por ter dificultado a ação
de fiscalização, que foi iniciada
no último dia 27, segunda-feira, quando o
órgão recebeu a denúncia de
que haveria o vazamento. “Ao chegar na portaria
da empresa, os funcionários impediram a entrada
dos fiscais durante 45 minutos, tempo suficiente
para que o dia escurecesse e a vistoria no local
fosse impossibilitada. Questionados sobre o problema,
os diretores da empresa negaram qualquer tipo de
vazamento”, afirma Picanço.
Na manhã do dia seguinte,
28, com o retorno da fiscalização
à área, os diretores continuaram a
negar qualquer problema de transbordo de alguma
bacia, o que tornaria, segundo eles, desnecessária
a vistoria no local. Porém, mesmo com a dificuldade
imposta pela Alunorte, a equipe do Ibama percorreu
toda a área de bacias da empresa, e constatou
o vazamento na bacia de rejeitos que transborda
para a floresta ao redor e, consequentemente, às
nascentes da região.
Preliminarmente, verifica-se que
o problema do vazamento se deve ao alteamento insuficiente
da bacia de rejeitos para que pudesse suportar a
produção da empresa e a pluviosidade
da região. E com esse acidente ambiental,
os moradores estão sendo afetados. “A comunidade
local mostrou à nossa equipe os problemas
de pele que a água atingida pelos rejeitos
está causando às suas crianças,
que brincam na área ou a utilizam para o
banho, além disso, alguns peixes foram encontrados
mortos nos rios”, conta Picanço.
Depois da constatação
do crime ambiental, o Ibama solicitou a visita técnica
do Centro de Perícias Científicas
Renato Chaves, para verificar o grau de contaminação
da água atingida pelos rejeitos da bacia,
que é conhecido como “lama vermelha”. Essa
lama é oriunda do beneficiamento da bauxita,
processo em que há separação
do alumínio dos outros componentes. O principal
insumo utilizado nesse processo é a soda
cáustica, cuja principal característica
é a alcalinidade, que faz com que a lama
seja corrosiva e tóxica. O Instituto Evandro
Chagas também ajuda nos trabalhos. Após
o diagnóstico dos danos, o Ibama poderá
lavrar novos autos de infração contra
a Alunorte. Os autos de infração aplicados
ainda não foram julgados e a empresa tem
20 dias a partir do seu recebimento para apresentar
defesa ao Ibama.
Luciana Almeida
+ Mais
Ibama tem participação
especial no Simpósio de Sensoriamento Remoto
Natal (29/04/2009) O superintendente
do Ibama no estado do Rio Grande do Norte, Alvamar
Costa de Queiroz, participou da abertura do XIV
Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto,
que acontece no Centro de Convenções
de Natal/RN. Além do superintendente do Ibama,
que representou o Ministério do Meio Ambiente
e o presidente do Ibama, Roberto Messias Franco,
estavam presentes na mesa de abertura o pesquisador
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE,
José Carlos Neves Epiphanio e Lênio
Galvão, coordenadores do SBSR; o diretor
do INPE, Gilberto Câmara; Pedro Ronalt Vieira,
do Serviço Geográfico do Exército;
Kalazans Bezerra, secretário do Meio Ambiente
e Urbanismo de Natal; Edna Maria da Silva, pró-reitora
de Pós-Graduação da UFRN; Maria
José Resende Oliveira, do Centro de Pesquisa
da Petrobras; Luis Paulo Fortes, diretor de Geociências
do IBGE; e Pierre Soler, do Institut de Recherche
por le Développement (IRD).
O diretor do INPE disse, na abertura
do evento, que o Google popularizou a informação.
“Hoje, qualquer pessoa busca uma imagem de satélite
para se localizar. Esta é uma das mudanças
na cultura do sensoriamento remoto”. Para ele, a
outra mudança é a facilidade de obtenção
dos dados e o Brasil é o primeiro país
a colocar todos os seus dados livres pela internet,
sem custo e sem qualquer tipo de restrição.
Conhecer e trabalhar com as diversas
informações oferecidas pelos novos
programas de observação da terra foi
o desafio lançado à platéia
de mais de mil pessoas, grande parte estudantes
de mestrado e doutorado. “O sensoriamento remoto,
enfim, tornou-se um dado para o dia a dia. E, agora,
teremos que considerar dados de múltiplos
sensores em nossos estudos. Estamos em um novo patamar
científico”, disse Gilberto Câmara.
Na oportunidade, Alvamar abriu
a exposição técnica do simpósio
onde o Ibama participa com um estande que mostra
as atividades que o Centro de Sensoriamento Remonto
realiza. O chefe do centro, Humberto Mesquita, marca
presença com sua equipe no atendimento aos
participantes do evento. Com o objetivo de capacitar
e reciclar conhecimento neste campo de atuação
do Ibama, a equipe do CSR, além de atender
os congressistas, participa das palestras e cursos,
e busca uma maior interação com os
expositores, professores e pesquisadores.
Programação
Amazônia, cerrado, semi-árido, calibração,
educação, processamento de imagens,
agricultura, oceanografia, novos sensores, meio
ambiente e mudanças climáticas são
alguns dos temas em discussão no SBSR. Participam
do evento 50 dos maiores especialistas internacionais
em sensoriamento remoto, instituições
de todos os estados brasileiros e mais de 1500 inscritos.
Entre os temas que estão
sendo discutidos, destacam-se as novas missões
para observação da terra, o Programa
Espacial Brasileiro e a contribuição
do sensoriamento remoto para estudos de mudanças
ambientais globais. A programação
conta com 21 Sessões Especiais e Workshops,
24 Sessões Orais com nove trabalhos cada,
51 sub-sessões de pôsteres, entre outras
atividades, além da Exposição
Técnico-Científica.
Prêmios
Durante a abertura, foram premiados os cinco melhores
trabalhos com Dados do Satélite Sino-Brasileiro
Cbers e os cinco melhores trabalhos de Iniciação
Científica. Os 10 trabalhos vencedores receberam
R$ 1.000,00 cada. Na categoria de iniciação
científica, o prêmio foi patrocinado
pela Space Imaging; na de uso de dados Cbers, pela
AMS Kepler.
A comissão julgadora levou
em conta a originalidade, a pertinência do
tema, o rigor científico, a clareza e a qualidade
da apresentação. Escolher os melhores
não foi tarefa fácil, pois foram aprovados
1.012 trabalhos pelo Comitê Técnico-Científico
do XIV SBSR. A lista completa dos trabalhos que
estão sendo apresentados em Natal está
em http://www.dsr.inpe.br/sbsr2009/aceitos/.
Antonio Carlos Lago