14 de Maio de 2009 - Paula Laboissière
- Repórter da Agência Brasil - Antonio
Cruz/Abr - Brasília - O ministro Mangabeira
Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República, dá
entrevista a emissoras de rádio, nos estúdios
da EBC, no programa Bom Dia Ministro.
Brasília - O ministro da Secretaria
Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência
da República, Mangabeira Unger, afirmou hoje
(14) que a Amazônia brasileira não
pode ser salva pela polícia, o que justifica
a necessidade de uma “revolução” no
extrativismo local.
“Não haverá preservação
sem desenvolvimento nem desenvolvimento sem preservação.
Não é um problema de lei. Temos que
fazer tudo ao mesmo tempo. O problema prioritário
é o controle da terra. Se não resolvernos
isso, nada mais funcionará”, disse, ao participar
de entrevista a emissoras de rádio no programa
Bom Dia, Ministro.
Ao comentar o primeiro ano do
Plano Amazônia Sustentável (PAS), Mangabeira
avaliou que já podem ser observados efeitos
positivos na região. Ele reconheceu, entretanto,
que a região permenece um “caos fundiário”,
uma vez que apenas 4% das terras particulares estão
regularizadas.
Lançado pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no dia 8 de maio
de 2008, o PAS prevê a implementação
de um novo modelo de desenvolvimento na Amazônia
brasileira. Para o ministro, o plano requer a concilliação
de “muitas idéias e muitos interesses”, mas
o essencial é adotar medidas que favoreçam
posses de pequenos e médios proprietários.
Ele ressaltou que a estratégia
do governo será ampliar o quadro de responsáveis
pela fiscalização na Amazônia,
além da colaboração do Exército
brasileiro e de estados e municípios. “Só
assim vamos dar conta do recado.”
Mangabeira destacou que a regularização
fundiária e ambiental é um problema
não apenas na Amazônia, mas em todo
o país, o que acaba virando “um jogo de pressão,
de influência e de sufoco”. Para ele, a falta
de alternativas para a população,
sobretudo, amazônica, leva a atividades que
resultam em desmatamento, como a pecuária
extensiva e a exploração ilegal de
madeira.
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Comissões do Senado e da
Câmara fazem vigília pela preservação
da Amazônia
13 de Maio de 2009 - Ivan Richard
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- Com o plenário e as galerias do Senado
lotados, começou, há pouco, a audiência
pública conjunta de comissões do Senado
e da Câmara para realização
de vigília em favor da preservação
da Amazônia. A cerimônia será
marcada pela entrega do documento Amazônia
Para Sempre, que reúne mais de um milhão
de assinaturas pedindo a preservação
da floresta.
O documento, que foi trazido ao
Senado em vários carrinhos, é resultado
de dois anos de viagens por todo o país dos
atores Christiane Torloni e Victor Fasano para recolhimento
de assinaturas. A ideia é entregá-lo
ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A presidente da Comissão
de Mudanças Climáticas do Senado,
que também preside a sessão solene,
senadora Ideli Salvatti (PT-SC), abriu a cerimônia
lembrando as palavras do ambientalista Chico Mendes
de que preservar a Amazônia é salvar
a humanidade.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, afirmou que este é um bom momento para
realização da cerimônia, pois
nos últimos três anos triplicou o número
de espécies ameaçadas e todo o mundo
sofre com as mudanças climáticas devido
ao aquecimento global.
“Em boa hora se organizou essa
vigília. Estamos passando por um momento
muito difícil da preservação
da Amazônia. Olhamos as pessoas sofrendo com
as mudanças do clima e, aqui, nós
no Brasil, vemos uma ofensiva para a diminuição
das proteções ambientais, como se
elas fossem um engessamento do país”, argumentou
Minc. “Temos proteção a menos e não
a mais”, reforçou o ministro.
Minc lembrou que, na Câmara,
está em votação a Medida Provisória
458, que trata da regularização fundiária
da Amazônia, e há “forte pressão”
para que sejam retiradas as garantias ambientais
presentes na MP. "O que está em jogo
é a preservação da Amazônia.
Se as garantias forem retiradas o país estará
cometendo um suicídio", alertou.
O presidente da Câmara,
deputado Michel Temer (PMDB-SP), disse que a vigília,
além de representar um ato importante em
defesa da Amazônia, mostra a força
do Poder Legislativo. “É aqui que se concentram
os grande temas nacionais. Às vezes, ouvimos
críticas a esse poder, mas as grandes questões,
as grandes manifestações populares
se dão no Legislativo”, discursou.
Já o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), defendeu que todas
as gerações assumam o dever de preservar
a Amazônia. “Quem tem a Amazônia não
tem medo do futuro”, disse o presidente do Senado.
“A vigília significa ação,
atividade articulada de movimentos. As comissões,
do Senado e da Câmara, precisam, ativamente,
acompanhar os programas públicos que busquem
reduzir o desmatamento”, defendeu o senador Renato
Casagrande (PSB-ES), que preside a Comissão
de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização
e Controle.
Para o senador José Nery
(P-SOL-PA), preservar e defender a Amazônia
significa “rever o modelo de desenvolvimento até
aqui vivenciado”. O deputado Sarney Filho (PV-MA)
afirmou que a floresta é uma fonte “incomensurável
de cura para nossa sociedade”.
O ator Victor Fasano, um dos coordenadores
do movimento Amazônia para Sempre, disse que
essa noite é uma especial pois estão
reunidos cientistas, ambientalistas e representantes
da floresta. “Que a aula que teremos aqui nos faça
refletir sobre as ações que estamos
tendo em relação à floresta”,
disse o ator.
Durante a vigília serão
mostrados quatro painéis que tratarão
de temas ligados à preservação
da Amazônia.