Manaus (12/05/2009)
- O Ibama realizou no final de mês de abril
duas operações de fiscalização
ambiental na região dos municípios
de Maués e Parintins onde foi constatada
a exploração ilegal de madeira praticada
por diversas empresas. Ao total, foram aplicados
aproximadamente 4 milhões de reais em multas,
apreendidos mais de 2 mil metros cúbicos
de madeiras e diversos outros equipamentos como
serrarias portáteis, tratores, balsas, barcos
e caminhões. Essas operações
fazem parte do Plano de Ação para
Prevenção e Controle do Desmatamento
na Amazônia Legal e contaram com a participação
de servidores das Polícias Militar e Civil
do Amazonas, Instituto Chico Mendes e Polícia
Federal, num total de 45 pessoas.
Essas ações, denominadas
de Operação Maués e Operação
Baixo Amazonas, visaram combater crimes cometidos
contra a flora, especialmente a exploração,
o comércio e o transporte ilegal de madeira.
Por meio de um sistema de controle e monitoramento
dessas atividades, o Ibama constatou diversas irregularidades
que puderam ser constadas in loco, na região
dos municípios de Maués e Parintins.
Em Maués, cerca de 270
km de Manaus, as atividades se concentraram nos
rios Maués-açu, Maués-mirim,
Parauari e na sede do município com foco
na inspeção das empresas madeireiras.
Já em Parintins, a atuação
foi desenvolvida na região dos rios Mamuru
e Uaicurapá, nas proximidades do município
de Juriti/PA.
A exploração ilegal
de madeira ocorre com a retirada de árvores
de espécies nobres em terras da União
ou em áreas particulares sem a autorização
do órgão ambiental. Em Parintins foi
encontrada uma serraria móvel que era empregada
para beneficiar as toras. Depois, essa madeira era
transportada em balsas pelos rios amazônicos
para abastecer o mercado no Pará e seguir
em outras transações. Além
da redução de biodiversidade, o saque
à floresta também causa diversos outros
impactos como, a abertura de estradas clandestinas,
a destruição de árvores jovens,
a obstrução de igarapés e muitas
vezes empregam pessoas sem respeitarem os direitos
trabalhistas.
Em Maués, a atividade madeireira
tem se desenvolvido muito nos últimos 5 anos.
Até então, além de ser considerada
a capital do guaraná, o município
gozava de ser um dos principais produtores de óleo
utilizado na fabricação do famoso
perfume Chanel 5, extraído da árvore
pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke). Como a fiscalização
ambiental tem fechado o cerco às empresas
criminosas que exploram madeira ilegal no Pará,
muitas delas estão procurando novas fronteiras
para atuar, como na região do baixo Amazonas.
Durante as operações
foram apreendidos 2 barcos empurradores, 2 balsas,
2 tratores, 3 caminhões, 2 serrarias portáteis,
5 motosserras, 1 motor gerador, 1 motor estacionário,
529 m³ de madeira serrada, 1.500m³ de
madeira em tora, ferramentas de uso geral e embargadas
06 empreendimentos agropecuários e 01 olaria.
Foram lavrados 24 Autos de Infração
pelos crimes de exploração, comércio
e transporte ilegal de madeira, desmatamento e funcionamento
de atividades sem licença ambiental, que
somadas chegam a aproximadamente 4 milhões
de reais. Todos esses ilícitos estão
previstos na Lei de Crimes Ambientais e, além
dos responsáveis serem processados administrativamente,
os infratores poderão ser processados judicialmente.
Também serão obrigados a recompor
o dano ambiental causado.