20 de Maio de 2009 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - Até o fim deste ano, a Eletrobrás
espera concluir os estudos que irão
viabilizar a construção de cinco usinas
hidrelétricas no complexo do Rio Tapajós,
no Pará, utilizando o conceito de plataformas
submarinas de petróleo. As cinco unidades
deverão ter capacidade de geração
de 11 mil megawatts (MW) de energia.
Esse é um dos grandes projetos
em estudo pela estatal, ao lado da Usina de Belo
Monte, também com capacidade de 11 mil MW
e energia assegurada de 5 mil MW, cujo leilão
está previsto para o final de setembro próximo.
O superintendente de Operações
no Exterior da Eletrobrás, Sinval Zaidan
Gama, ressaltou hoje (20), no 21º Fórum
Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos
Estudos (Inae), que o projeto do Tapajós
é inovador, na medida em que exigirá
uma intervenção diferente das tradicionalmente
usadas em usinas hidrelétricas.
“A grande diferença é
que a gente tem uma metodologia chamada usina-plataforma.
Nós vamos agir na selva, fazendo a intervenção
com desmatamento mínimo possível durante
a obra. E, ao terminar a obra, nós vamos
reconstruir a selva. Ou seja, as florestas ficarão
intactas, com a mínima interferência,
sem nenhum acampamento, sem cidade, sem nenhuma
infraestrutura”, disse.
O modelo em estudo pela Eletrobrás
prevê que os operadores trabalharão
numa plataforma fluvial, permanecendo no local durante
o tempo que os serviços forem necessários.
“Não terá nenhum impacto de meio ambiente
nessas usinas”. Isso não significará,
contudo, redução de empregos. “Os
empregos vão existir”. A diferença
é que os serviços serão feitos
fora da floresta.
Em vez de permitir a criação
de cidades ao redor das usinas, o projeto da Eletrobrás
objetiva criar reservas ambientais. “Não
vai ter nenhuma população. Vamos manter
a floresta melhor do que hoje. Porque, como contrapartida
do empreendimento, nós vamos reconstruir
o que está desmatado”. O que haverá
ao redor do local são áreas de conservação
ambiental, mas não cidades, afirmou.
Gama disse ainda que o investimento
necessário à construção
das usinas depende de levantamento da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério
de Minas e Energia, em função de estudos
da reconstrução do local. As novas
unidades distribuirão energia para o sistema
interligado brasileiro. A idéia é
que a construção envolva uma parceria
entre a Eletrobrás e empresas privadas.
O superintendente da Eletrobrás
afirmou que a área total das cinco usinas
não chegará a 5% do total de um empreendimento
semelhante hoje, “quando envolve cidades, estradas,
indústria, comércio. Não é
uma usina que faz o desmatamento. É o que
vai ao encontro dela”.
Com o complexo do Tapajós,
a Eletrobrás espera contribuir para o aumento
da matriz energética nacional, diminuir os
impactos de meio ambiente, além de facilitar
a negociação com os órgãos
de licenciamento ambiental.
Gama não tem dúvidas
de que a partir da implantação desse
novo conceito de usinas hidráulicas, o Brasil
será modelo para o mundo. “É energia
limpa, vai contribuir para a sustentabilidade, serão
usinas de grande porte e sem nenhum impacto”, disse.
A expectativa é que as novas usinas começariam
a gerar energia a partir de 2014.
Outro projeto de destaque da Eletrobrás
é o da exportação de energia
de usinas em países limítrofes, como
o Peru, onde estão sendo estudadas seis usinas
hidrelétricas para geração
de 8 mil MW, a usina binacional com a Argentina
e estudos de transmissão com a Venezuela,
onde o Brasil deverá fazer o transporte de
energia entre os dois países, aproveitando
a diversidade hidrológica local.
+ Mais
BNDES concede R$ 1,4 bilhão
para construção de usina termelétrica
do grupo EBX
21 de Maio de 2009 - Alana Gandra
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - O projeto de construção
da Usina Termelétrica Porto do Pecém,
no município de São Gonçalo
do Amarante, no Ceará, ganhou um financiamento
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) no valor de R$ 1,4 bilhão.
A concessão do crédito
foi anunciada hoje (21) pela instituição
e equivale a 45,51% do investimento total de R$
3,4 bilhões. A obra irá gerar 1,5
mil empregos no período de construção
e faz parte do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC). O prazo de pagamento é
de 17 anos.
Os recursos do BNDES serão
concedidos à Sociedade de Propósito
Específico Porto de Pecém Geração
de Energia, formada pela empresa MPX, que integra
o grupo EBX do empresário Eike Batista, e
a EDP Energias do Brasil, controlada pela EDP- Energias
de Portugal.
A nova usina está prevista
para entrar em funcionamento em 2012. Ela terá
capacidade de geração de 720 megawatts
(MW) de energia. O projeto conta também com
um aporte financeiro do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) equivalente a R$ 1 bilhão.
Segundo informação
da assessoria de imprensa do BNDES, a nova usina
térmica adotará tecnologias modernas
de queima limpa, utilizando carvão mineral
como combustível, com o objetivo de reduzir
os impactos ambientais e a emissão de gases
poluentes na atmosfera.
De acordo com comunicado enviado
ao mercado pela MPX, a empresa pretende também
destinar “uma parcela significativa dos investimentos
em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias
de seqüestro de carbono”.
A tecnologia está sendo
desenvolvida pela MPX e pela EDP Energias do Brasil
em parceria com a Energo, do Ceará, e o Instituto
Seambiotic, de Israel. Ela prevê que os gases
gerados pela usina serão redirecionados para
um tanque, onde servirão de alimentação
para microalgas. O projeto é pioneiro no
Brasil.
A MPX informou, por meio de sua
assessoria, que serão implementados projetos
de desenvolvimento social de comunidades que residem
no entorno da área da usina, além
de planos de proteção e preservação
ambiental na região.