20/05/2009 - Salgueiro (PE) -
O Projeto de Integração do rio São
Francisco inicia este mês a segunda ação
do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água
e Limnologia. O objetivo é aprofundar conhecimentos
e acompanhar a evolução da qualidade
da água nos rios e açudes receptores,
antes que estes recebam as águas aduzidas
do Projeto São Francisco. O sistema de adução
consiste num canal de aproximação
que têm como objetivo
a captação e a condução
das águas aduzidas até os seus receptores.
Em visita ao escritório
regional do Projeto São Francisco, em Salgueiro
(PE), representantes da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) reuniram-se com a coordenação
de Programas Ambientais do Ministério da
Integração Nacional para analisarem
dados de relatórios elaborados com base em
informações colhidas durante a primeira
ação de monitoramento da qualidade
da água, realizada entre março e abril
deste ano, aproveitando as cheias decorrentes do
período chuvoso.
De acordo com as condicionantes
estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), para licenciamento e instalação
da obra, estão previstas a realização
de quatro ações de coletas ao longo
do ano. O objetivo é mapear e identificar
as características dos corpos d’água
durante as diversas fases, tanto no período
chuvoso, quanto no período de seca.
“Essas ações são
importantes para que possamos verificar a situação
antes do projeto ser construído e, depois,
comparar quando houver a integração
e o lançamento de águas do São
Francisco em diversos reservatórios e canais.
Além disso, teremos a oportunidade de acompanhar
as alterações que podem acontecer
no ecosistema como um todo e, com isso, identificar
medidas que possam reduzir os impactos causados”,
disse a professora do Departamento de Engenharia
Civil da Universidade Federal de Pernambuco, Maria
do Carmo Sobral.
Intercâmbio de conhecimento
- A participação da Universidade Federal
de Pernambuco no Programa de Monitoramento da Qualidade
da Água abre um leque de oportunidades para
pesquisadores em todo o país. “É importante
para o Nordeste e para todo o Brasil, pois é
também uma forma de apoiar o desenvolvimento
de dissertações de mestrados e teses
de doutorados com os alunos que estão participando.
Temos aqui diversos professores, não só
do corpo docente da Universidade Federal de Pernambuco,
mas também da Universidade Federal Rural
e da Universidade Estadual da Bahia”, disse Maria
do Carmo Sobral.
Primeira etapa - Finalizada em abril último,
a primeira ação teve como área
de atuação o estirão do rio
São Francisco, onde estarão localizadas
as estruturas de captação, bem como
parte das bacias hidrográficas receptoras
de águas aduzidas pelo Projeto São
Francisco. Ao todo, foram trabalhados 32 pontos
de coleta ao longo dos Eixos Norte e Leste, em rios
e açudes, cujos corpos d´água,
sobretudo nesta região, são utilizados
como receptores finais dos esgotos, sem tratamento
prévio, e dos fertilizantes e pesticidas
utilizados nos campos agrícolas, normalmente
carregados pelo escoamento superficial e pela lixiviação,
um processo físico de lavagem das rochas
e solos causado pelas águas das fortes chuvas
(enxurradas), causando a decomposição
das rochas e, com isso, a perda de nutrientes, tornando
o solo mais pobre, comprometendo, dessa forma, a
qualidade da água. Dos 32 pontos de coleta,
quatro, entre eles o rio Paraíba, na cidade
de Cabaceira (PB); rio do Meio, em Monteiro (PB);
Riacho do Navio, no município de Betânia
(PE) e o rio Moxotó, em Ibimirim (PE), apresentavam-se
secos, situação esta já prevista
e que será atendida durante a segunda ação.
Controle do Ibama - Segundo Aroldo
Fonseca, analista ambiental do Ibama, “a importância
desse Programa se dá, primeiro, por causa
da necessidade de monitoramento da qualidade da
água para que, por meio desse mecanismo,
haja uma rígida avaliação dos
impactos do Projeto e das obras em si e, principalmente,
a qualidade dos recursos hídricos na área
de influência do empreendimento. Outro fator
muito importante é a possibilidade de orientarmos
as ações de gestão dessa água.
O uso da água aduzida pelo Projeto São
Francisco tem que ocorrer em função
da qualidade dessa água”.
Durante a realização
da segunda ação de monitoramento da
qualidade da água, o Ibama realizará
nova visita de vistoria às obras do Projeto
São Francisco e, mais uma vez, as atenções
dos analistas ambientais estarão voltadas
para os meios bióticos, em especial o Programa
de Monitoramento da Qualidade da Água e Limnologia.
Para mais informações
sobre os programas e ações do Ministério,
acesse a página da Rádio e TV/MI:
http://www.mi.gov.br/tvmi