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AMBIENTALISTAS E RURALISTAS PODEM CHEGAR A MEIO TERMO, DIZ ESPECIALISTA EM DIREITO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2009

17 de Junho de 2009 - Luana Lourenço* - Enviada Especial - Cidade de Goiás - O embate pelas mudanças na legislação ambiental, protagonizado no Congresso Nacional por parlamentares das bancadas ambientalista e ruralista e até no governo, com divergências públicas entre ministros, pode encontrar um meio termo, de acordo com a especialista em direito ambiental da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luciane Mascarenhas. No entanto, ecologistas e produtores rurais terão que abrir mão de “radicalismos” e apresentar propostas com mais fundamentos técnicos e científicos.

“Hoje, tanto no Legislativo quanto no Executivo está tudo muito seccionado, ou você é de um lado ou é de outro, quando na verdade é preciso compatibilizar os dois. Não se pode só criticar os ruralistas e também não se pode dizer que só o meio ambiente tem razão”, afirmou Luciane, responsável por um curso sobre o tema, paralelo à programação cultural do 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica).

O clima de hostilidade entre as duas bancadas, dentro e fora do Congresso Nacional, inviabiliza consensos que seriam possíveis se o tema fosse tratado de forma menos política e mais técnica, segundo a especialista. “O que acontece é que ou se radicaliza muito ou se apresentam propostas sem estudo científico efetivo”, analisa.

Apesar de ponderar sobre excessos cometidos pelos dois lados, a advogada aponta ressalvas a propostas recentemente apresentadas por representantes do agronegócio, como o projeto de um Código Ambiental, apresentado há duas semanas pelo presidente da Frente Parlamentar de Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).

“O projeto tem questões um tanto quanto preocupantes, principalmente em termos de perdas sérias em relação à Área de Preservação Permanente (APP), reserva legal e o próprio tratamento da Lei de Crimes Ambientais.”

Ela defende o atual Código Florestal e discorda do argumento de alguns setores de que o documento – elaborado em 1965 – é antiquado. “Não dá para falar que é obsoleto porque é antigo. É antigo, mas vem sendo modificado o tempo inteiro.”

Segundo a especialista, ao longo dos anos, mudanças e adendos ao texto atualizaram as regras, inclusive com flexibilização em alguns casos.

Na avaliação da pesquisadora da UFG, a regulamentação da legislação ambiental já existente – para garantir o cumprimento das regras – deveria receber tratamento prioritário em relação ao debate sobre a substituição das leis.

“Temos uma legislação ambiental boa, elogiada fora do Brasil. Falta participação popular e ação do Poder Público para dar efetividade. O Poder Executivo precisa instrumentalizar a proteção do meio ambiente”, sugere.

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OIT vai defender "emprego verde" e redes de proteção ao trabalhador mais fortes

13 de Junho de 2009 - Paula Laboissière - Enviada especial - Genebra (Suíça) - A pauta de recomendações definida nesta semana pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) – em meio à 92ª Conferência Internacional do Trabalho – deverá estimular a criação de políticas anticíclicas de estímulo ao crescimento e também o fortalecimento de redes de proteção social ao trabalhador afetado pela crise financeira. A expectativa é da representante da OIT no Brasil, Laís Abramo.

Estão reunidos em Genebra, cidade sede de inúmeras entidades internacionais, cerca de 4 mil representantes de governos, de trabalhadores e de empresários em busca de respostas para o impacto da crise financeira sobre a empregabilidade. O objetivo é discutir meios de proteger trabalhadores, famílias e empresas afetadas pela instabilidade econômica.

Dentre as estratégias a serem consideradas pelos países membros da organização em tempos de instabilidade econômica, Laís citou investimentos em seguro-desemprego, políticas de salário mínimo e programas de transferência de renda.

Para ela, que acompanhou o desenrolar das discussões desde a abertura do encontro, no último dia 3, o documento final deverá destacar ainda “uma atenção redobrada” aos direitos humanos no âmbito do trabalho, de modo a coibir ou pelo menos reduzir os índices de trabalho infantil e de trabalho forçado e degradante.

Outro ponto que, segundo Laís, será abordado pelo relatório da OIT trata da “preocupação ambiental” por meio de estímulo aos chamados "empregos verdes". Ela acredita que esta pode ser parte da resposta aos reflexos da crise – desde que acompanhada de mecanismos de diálogo social entre governo, empregadores e trabalhadores.

Sobre os temas de maior destaque na conferência – HIV/aids e igualdade de gênero no universo do trabalho – Laís considerou as discussões “fundamentais”, uma vez que o local de trabalho deve funcionar como um ambiente de divulgação e de prevenção. “O problema da discriminação por HIV/aids pode ser tão grave quanto a própria doença. Já a igualdade de gênero é um tema transversal, fundamental em uma agenda do trabalho decente”, disse.

Ao comentar o cenário apresentado pela América Latina, ela ressaltou também a discussão sobre trabalho e família por meio da ideia – voltada, sobretudo, para o empregador – de como agir com responsabilidade social. “A crise é um problema que afeta as condições de trabalho, e a OIT vem dizendo que, além de manter os níveis de emprego e desemprego, é fundamental manter a preocupação com a qualidade do trabalho e evitar o processo de precarização.”

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Embrapa Florestas quer aumentar percentual de biomassa na matriz energética brasileira

7 de Junho de 2009 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - No Brasil, 31,5% de toda a energia produzida são provenientes de biomassa, seja ela florestal ou gerada pela cana-de-açúcar. Nesse contexto, o desafio dos pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Florestas é elevar esse percentual. É o que defende o presidente do 1º Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas e pesquisador, Antonio Francisco Bellote.

O país ocupa a terceira posição na lista dos maiores consumidores de biomassa para a produção de energia, depois da China e da Índia. O pesquisador da Embrapa Florestas afirma que os 20 países mais ricos do mundo produzem apenas 6,7% de biomassa em sua matriz energética. “Se considerarmos o mundo todo, temos um valor em torno de 11,7%. E o Brasil tem 31,5%. É uma diferença bastante expressiva.”

O Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas ocorreu na última semana em Belo Horizonte, em parceria com o governo de Minas Gerais.

Os pesquisadores da Embrapa Florestas desenvolvem o projeto Florestas Energéticas na Matriz de Agroenergia Brasileira, do qual participam 130 pesquisadores de mais de 70 instituições. O objetivo é desenvolver alternativas ao uso de fontes energéticas tradicionais não renováveis, com a biomassa de plantações florestais, de modo a contribuir para a expansão da matriz energética de forma sustentável.

“São energias renováveis, que nós chamamos de energia limpa, em substituição ou, pelo menos, com a meta de diminuir o uso de energias de fontes não renováveis, como as originárias do carvão mineral, do petróleo”, explica Bellote.

Além de aumentar a produção de matéria-prima, a Embrapa Florestas procura fazer com que os processos de carbonização atualmente usados no Brasil sejam mais limpos e gerem menos resíduos. Os pesquisadores atuam também no desenvolvimento de novas tecnologias, entre as quais a produção de etanol da madeira, o bio-óleo, que são produtos de alto valor agregado, conhecidos como energia de segunda geração.

O quarto desafio do projeto é fazer com que a cadeia produtiva seja sustentável do ponto de vista econômico e social e ambientalmente adequada.

As florestas energéticas são definidas como produtoras de energias renováveis. “O balanço de carbono nelas é nulo. Eu produzo uma biomassa e quando a queimo, faço uma emissão de carbono. Mas, para queimar de novo, eu tenho que seqüestrar esse carbono através da formação de uma nova floresta. Então, nós temos um ciclo.”

O congresso serviu para discutir não só a evolução das tecnologias, mas também a melhoria dos processos de produção, o aumento do rendimento e a produção cada vez mais forte de energia no país, com uso de biomassa.

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Minc diz que pretende procurar senadora Kátia Abreu para buscar entendimento

4 de Junho de 2009 - Priscilla Mazenotti - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, garantiu hoje (4) que se mantém no cargo e voltou a criticar ruralistas, que pedem sua saída do ministério. Ele pretende procurar a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura, para buscar entendimento.

Depois de chamar os ruralistas de “vigaristas”, resolveu desculpar-se. A declaração resultou num pedido de denúncia por crime de responsabilidade contra ele, feito pela senadora. “É claro que no momento da briga, me excedi. Aqui no Parlamento pediram meu pescoço, mas pelo que me consta ele ainda está no mesmo lugar e provavelmente vai ficar até o fim do governo Lula”, disse. “Acho que o Brasil precisa de um grande entendimento entre agricultura e ecologia”, completou, dizendo que pretende procurar a senadora na próxima semana.

Minc deverá se encontrar ainda hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, na semana passada, Lula teria dito que está satisfeito com a gestão do ministro e com o seu bom humor. “Ele [Lula] disse: Minc, você briga, faz as pazes. Briga com o cara da soja, faz as pazes. Briga com o [Blairo] Maggi, faz as pazes. Eu prefiro assim. As coisas estão andando, o desmatamento está caindo”, afirmou.

O ministro ainda teria ouvido de Lula apenas o pedido para tomar cuidado na questão pública em relação aos outros ministros. “Eu, como ministro obediente ao chefe, desde que não seja dar licença sem cumprir todas as leis, sou obediente, não farei mais polêmicas públicas com os ministros”, prometeu acrescentando, no entanto, que vai manter seus princípios ideológicos e convicções, o que, segundo ele, é muito mais importante do que ficar no governo.

Minc ainda deve viajar amanhã (5) a Bahia com o presidente Lula para assinar atos de criação de unidades de conservação, de pagamentos por serviços ambientais e de manejo florestal comunitário.

O ministro esteve na Câmara para falar na Comissão de Meio Ambiente sobre a PEC do Cerrado e da Caatinga. Em visita ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pediu que a proposta fosse colocada rapidamente em votação. “Ela não representa engessamento, mas reconhecimento de que o Brasil tem cinco biomas e só dois reconhecidos formalmente. Por que reconhecer dois e não reconhecer os outros três? Temer acha que ainda em junho vai colocar o texto em votação.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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