9 de Junho
de 2009 - Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Depois da Usina Nuclear
de Angra 3, que deverá entrar em operação
em 2014, o governo pretende construir mais quatro
usinas nucleares até 2030, cada uma com 1
mil megawatts de potência. A primeira deve
entrar em operação em 2019, na Região
Nordeste, entre Recife e Salvador. Outra usina deve
ser construída na mesma região, e
mais duas na Região Sudeste, entre o Rio
de Janeiro e o Espírito Santo.
As informações são
do secretário de Planejamento e Desenvolvimento
Energético do Ministério de Minas
e Energia, Altino Ventura Filho, que participou
hoje (9) de audiência pública na Comissão
Mista sobre Mudanças Climáticas. “O
prosseguimento do programa nuclear será feito
através de dois sítios de usinas,
um na Região Nordeste e um no Sudeste, e
cada um poderá ter várias unidades.
Mas o que se está planejando até 2030
são duas unidades no sítio do Nordeste
e duas no Sudeste”, explicou.
Durante a audiência pública,
Ventura chegou a dizer que o preço do megawatt-hora
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio
Xingu (PA), deve ficar em torno de R$ 50. Entretanto,
depois, ele afirmou que o preço não
deverá ser tão baixo, ficando abaixo
do custo da energia das usinas de Santo Antônio
e Jirau, no Rio Madeira (RO), que ficaram em R$
78,8 e R$ 71,4, respectivamente.
Para ele, Belo Monte é
uma usina extremamente favorável, tem uma
obra fácil de ser feita e já está
com transmissão de energia pronta, que é
a linha Turucuí-Manaus "[A usina] tem
uma estrutura local que facilitará sua construção,
o Rio Xingu tem uma característica hidrológica
de ter muita água, em suma, tem vários
fatores que sinalizam que é uma usina econômica”,
disse o secretário.
Ventura lembrou que o Brasil se
destaca atualmente no uso de energias renováveis,
com 46% de matriz energética composta por
essas fontes, enquanto no mundo esse percentual
é de 14%. “Até 2030, a politica energética
brasileira procurará manter esses valores
e se manter auto-suficiente, com metade de fontes
renováveis”, afirmou.
Segundo o secretário, apesar
de o Brasil estar concentrando seus esforços
para diminuir o uso de combustíveis fósseis,
isso não o impede de investir na exploração
de petróleo, como na camada pré-sal.
“Infelizmente, o mundo vai continuar usando os combustíveis
fósseis e, se o Brasil souber explorar [seus
recursos] adequadamente, seremos um dos grandes
exportadores de petróleo e gás natural,
e temos esperança de nos tornarmos um gigante
no futuro.”
+ Mais
Governo entra com 75 novas ações
na Justiça contra desmatadores da Amazônia
9 de Junho de 2009 - Luana Lourenço
- Repórter da Agência Brasil - Marcello
Casal Jr./Abr - Brasília - O ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, fala sobre o desmatamento
na Amazônia
Brasília - O Ministério do Meio Ambiente
vai ajuizar 75 novas ações contra
desmatadores e madeireiros ilegais da Amazônia,
responsáveis pelo desmate de 80 mil hectares
de floresta e pelo comércio ilegal de mais
de 58 mil metros cúbicos (m³) de madeira,
o equivalente a três mil caminhões.
Das 75 ações, 74 são contra
pessoas físicas e empresas de Mato Grosso,
e uma do Pará.
Segundo o ministro Carlos Minc,
a concentração de ações
em Mato Grosso não é uma “perseguição”
ao governador do estado, Blairo Maggi, com quem
já divergiu publicamente sobre dados do desmatamento.
“Não tem nada a ver com perseguição
ao Maggi. Até já fizemos as pazes
,e Mato Grosso nem é o campeão de
desmatamento. Foi apenas uma concentração
técnica”, afirmou. Pará e Rondônia
serão os próximos estados a receber
a varredura nos processos.
As ações não
atingem necessariamente os maiores desmatadores,
mas os processos que estavam mais completos, com
mais elementos de prova contra supostos crimes ambientais.
“Procuramos não ajuizar ações
sem provas consistentes. Esses são os processos
com mais detalhamento, os mais constituídos
entre os sete mil que tramitam somente em Mato Grosso”,
detalhou a procuradora do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), Andrea Vulcanis.
Em outubro de 2008, o governo
ajuizou 104 ações contra 81 desmatadores
da Amazônia. Até agora, não
há balanço do andamento dos processos
na Justiça. “Já combinei com o ministro
Toffoli e daqui a três meses vamos apresentar
um balanço do que aconteceu com aquelas 100
ações e com essas 75 de hoje”, prometeu
Minc.
O ministro disse que espera mais
colaboração da Justiça na análise
dos processos e defendeu a parceria entre procuradores
da área ambiental, juízes e promotores.
“A impunidade é a mãe do desmatamento.
Precisamos de varas ambientais na Justiça
para que os crimes ambientais não fiquem
embaixo de uma pilha de outros processos. O crime
continua porque a impunidade continua.”
A lista de desmatadores é
encabeçada pela proprietária Rosane
Sorge Xavier, que desmatou 16 mil hectares no município
de Vila Bela da Santíssima Trindade (MT).
“Deve ser a rainha da motosserra”, brincou Minc.
Em seguida, estão João Ismael Vicentini,
que derrubou 7,2 mil hectares de floresta m Feliz
Natal e Mário Quirino da Silveira, que desmatou
5,3 mil hectare em São Félix do Xingu
(MT).
Entre os denunciados por comércio
ilegal de madeira, o primeiro lugar da lista é
a empresa Lagoa das Conchas Agrofloresta Ltda, responsável
por mais de 13 mil m³ de madeira, seguida por
Célio José de Paula, que vendeu 12
mil m³ de madeira sem licença e a madeireira
Barazetti e Barazzeti Ltda, também autuada
por ter em depósito e vender cerca de 12
mil m³ de madeira sem autorização.