08 de
Junho de 2009 - São Paulo (SP), Brasil —
Prazo de validade da proteção que
envolve a usina nuclear expirou há três
anos. Novos vazamentos radioativos podem acontecer.
O 'sarcófago' de cimento
que abriga o quarto reator da usina nuclear de Chernobyl,
na Ucrânia, está cheio de buracos e
representa uma grande ameaça à população
local. A denúncia foi feita pelo Greenpeace
Rússia, que alerta: caso um novo 'sarcófago'
não seja instalado em breve, há o
sério risco de vazamento de material radioativo.
"O prazo de validade do 'sarcófago'
expirou há três anos. Já não
cumpre suas funções", afirmou
Vladimir Chuprov, coordenador da campanha de Energia
do Greenpeace na Rússia.
Segundo Chuprov, o consórcio
internacional criado para resolver o problema de
Chernobyl arrecadou bilhões de euros para
colocar o novo 'sarcófago' mas as obras ainda
não foram iniciadas. A nova proteção,
no entanto, tem prazo de validade de apenas 100
anos.
‘Mais uma vez o caso Chernobyl
nos mostra o quanto é arriscado trabalhar
com a tecnologia nuclear. Anos se passaram e a usina
ainda traz riscos de contaminação
e prejuízos econômicos", afirma
André Amaral, coordenador da campanha de
Energia Nuclear do Greenpeace no Brasil.
O acidente em Chernobyl aconteceu
na madrugada do dia 26 de abril de 1986, mas só
foi divulgado dois dias depois. O reator 4 sofreu
uma série de explosões, espalhando
cerca de 200 toneladas de material radioativo por
quilômetros de distância.
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Dia Mundial dos Oceanos: Nem tanto
ao mar
08 de Junho de 2009 Banner do
Greenpeace nos corais espanhóis de Menorca
pede a criação de uma rede de reservas
marinhas para proteger os oceanos do mundo.
Hoje é o Dia Mundial dos Oceanos. Acompanhe
abaixo o artigo publicado hoje no Jornal da Tarde,
que conta sobre a importância desse ecossistema
para o planeta e sua relação com o
aquecimento global.
Nem tanto ao mar
(por Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha
de oceanos)
Durante muito tempo os oceanos foram encarados como
uma espécie de território livre para
as intervenções humanas. Historicamente,
sempre foram vistos como fornecedores inesgotáveis
de alimentos e outros recursos naturais, suas águas
aparentavam ter capacidade infinita de dissipar
a poluição nelas despejada e de se
recompor de qualquer tipo de agressão. Doce
ilusão. Hoje, 80% dos estoques pesqueiros
estão ameaçados. Os corais também
correm riscos. Desde 1950, segundo relatório
Global Coral Reef, entidade que reúne governos
e ONGs, 19% da área de recifes de corais
desapareceram.
O bioma que se espalha 70% do
planeta com uma biodiversidade gigantesca precisa
de atenção. O Dia Mundial dos Oceanos,
comemorado hoje, pode ser uma boa oportunidade para
reflexão. A preservação dos
oceanos está intimamente ligada à
sobrevivência do homem na Terra e a sua importância
para o combate às mudanças climáticas
foi reconhecida pela Conferência Mundial dos
Oceanos.
O encontro, realizado final de
maio, resultou numa declaração, assinada
pelos 76 países participantes, considerando
os mares reguladores naturais do clima do Planeta.
Batizado de Declaração de Manado,
o documento propõe a criação
de uma rede de reservas marinhas e recomenda a inclusão
do tema “proteção dos oceanos” nas
discussões internacionais sobre clima, que
acontecerão em dezembro, em Copenhagen, na
Dinamarca. Os oceanos podem ajudar a combater as
mudanças climáticas, porque funcionam
como o maior absorvedor de CO2, o principal gás
do efeito estufa, do planeta.
No entanto, eles também
são vítimas das mudanças climáticas,
que comprometem a sua função como
reguladores da temperatura mundial. O aumento de
CO2 na atmosfera faz com que os mares fiquem cada
vez mais ácidos, o que, combinado com o aumento
da temperatura das águas, provoca a morte
dos plânctons, algas e recifes de corais -
justamente os organismos responsáveis pela
retirada do gás carbônico da atmosfera.
A Declaração de
Manado é uma vitória, mas ainda há
muito por fazer para transformar as recomendações
internacionais em realidade. Menos de 1% dos oceanos
do mundo estão legalmente protegidos. No
Brasil, essas áreas somam apenas 0,4%. O
Ministério do Meio Ambiente propõe
que sejam criadas 10% de áreas marinhas protegidas
em zonas costeiras, abaixo ainda do índice
proposto pela ONU, que recomenda a criação
de 20%. Meta tímida – biólogos reconhecem
40% como o percentual ideal.
As soluções para combater a degradação
dos oceanos e o aquecimento global começam
com a adoção de uma Política
de Oceanos integrada à Política Nacional
de Mudanças Climáticas, que considere
os mares como reguladores climáticos e contemple
medidas de mitigação e adaptação.
O que você pode fazer –
Acesse aqui (http://www.greenpeace.org/international/campaigns/oceans/marine-reserves/roadmap-to-recovery)
a petição do Greenpeace (em inglês)
que pede aos governos de todo o mundo a criação
de uma rede com 40% áreas marinhas protegidas
no planeta.