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DESMATAMENTO PREJUDICA O BRASIL, DIZ LULA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2009

19 de Junho de 2009 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (19) que não se deve chamar de “bandido” quem desmatou, mas sim conscientizar a sociedade que o desmatamento “joga contra” o país e deve ser evitado.

“Tivemos um processo de evolução e agora temos que remar ao contrário. Temos que dizer para as pessoas que se houve um momento em que podíamos desmatar, agora desmatar joga contra a gente”, disse, em discurso no município de Alta Floresta, em Mato Grosso.
Ele explicou que o desmatamento pode fechar as portas para produtos brasileiros no exterior e também bloquear empréstimos internacionais. “Empréstimo internacional não sai, podem colocar restrição a carne brasileira. Hoje, preservar é uma vantagem comparativa para nós”.

Lula participou de cerimônia simultânea realizada no Mato Grosso, Pará e Rondônia. Ele e dez ministros lançaram o mutirão Arco Verde Terra Legal, voltado à regularização fundiária, conservação do meio ambiente e serviços como emissão de certidão de nascimento e concessão de aposentadoria.

O presidente defendeu a necessidade de regularizar propriedades na Amazônia como forma de dar à população acesso a programas de financiamento e a maquinário para produção. “Quando a pessoa for ao banco pegar o empréstimo terá. Quando for comprar um trator, terá financiamento.”

O programa Terra Legal tem a meta de regularizar, nos próximos três anos, 296 mil imóveis de até 15 módulos fiscais ocupados por posseiros nos nove estados da Amazônia. Já neste ano, a expectativa é regularizar 90 mil posses em 93 municípios. A ação começará pelos locais visitados pelo mutirão Arco Verde.

Em propriedades de até quatro módulos fiscais – cada módulo tem cerca de 75 hectares – a titulação da terra será gratuita e deve ser concluída em 120 dias a partir do cadastramento da posse. A propriedade da terra será concedida conjuntamente com assistência técnica e uma linha de crédito para desenvolvimento sustentável voltada para produção familiar.

O mutirão vai percorrer durante três meses os 43 municípios que têm os maiores índices de desmatamento da Floresta Amazônica. Em cada um deles serão realizados os cadastros dos posseiros que desejam obter o título de posse das terras, que depois serão regularizadas pelo Terra Legal.

O mutirão envolve 13 ministérios, além de outros órgãos públicos, e também levará aos municípios serviços de previdência social como acesso à aposentadoria e emissão de carteira de identidade, trabalho, entre outros.

O programa Terra Legal é do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e o Arco Verde, do Ministério do Meio Ambiente.

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Lula discute com ministros veto a artigos de MP que regulariza terras na Amazônia

18 de Junho de 2009 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido com ministros, no Palácio da Alvorada, para discutir a possibilidade de veto à Medida Provisória 458, que trata da regularização de áreas da União ocupadas na Amazônia e foi aprovada pelo Congresso Nacional.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, sinalizou que Lula pode vetar alguns artigos, mas, em geral, defende que o objetivo da MP está preservado. Segundo ele, os pontos que podem ser vetados são: transferência de terras para pessoas jurídicas e também para quem não vive na região, ou seja, exploração indireta.

“É possível que a gente vete um ou outro [artigo], mas o entendimento do governo é que, no fundamental, o espírito da MP está preservado”, disse Cassel. “Os dois pontos, mesmo no texto atual, estão bem protegidos. Essa MP, que alguns chamam de MP da Grilagem, é o contrário. Basta ler com atenção e responsabilidade”, acrescentou.

O ministro discorda do dispositivo da MP, incluído pelo Legislativo, que estabelece prazo de três anos para venda dos grandes terrenos, entre 400 e 1.500 hectares, e de dez anos para os pequenos, com até 400 hectares. No entanto, explica que vetar o artigo seria necessária a edição de um decreto, o significaria mais tempo para regulamentar a questão.

“Prefiro que a gente encontre uma alternativa para manter o texto original”, alegou.

Cassel não confirmou se Lula definirá os vetos hoje (18). O presidente tem até o dia 25 de junho para sancionar ou vetar. Participam da reunião os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente), Reinhold Stephannes (Agricultura), Dilma Rousseff (Casa Civil) e líderes do governo no Legislativo.

Antes da reunião, Cassel apresentou a Lula o balanço de um ano do Programa Mais Alimentos. De acordo com o ministro, de julho de 2008 a maio deste ano, foram negociados 11 mil tratores por meio do programa e, nesse período, a produção de alimentos mais consumidos pelo brasileiro - como feijão, arroz, leite, soja e milho - aumentou em 7,8 milhões de toneladas.

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Ato público em São Paulo pede que Lula vete artigos da MP que regulariza terras na Amazônia

18 de Junho de 2009 - Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Um ato público promovido na tarde de hoje (18), em São Paulo, sob a liderança da organização não governamental Instituto Ethos, reuniu empresários e representantes de movimentos ambientais,centrais sindicais e do Ministério do Meio Ambiente contra a aprovação integral da Medida Provisória (MP) 458, que regulariza terras na Amazônia.

A MP permite à União transferir, sem licitação, terrenos de sua propriedade, de até 1,5 mil hectares, aos ocupantes das áreas na Amazônia Legal. Ela foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de fevereiro e seguiu para tramitação no Congresso Nacional onde recebeu mudanças polêmicas. No dia 13 de maio, a MP foi aprovada pela Câmara dos Deputados. Em 3 de junho, o plenário do Senado aprovou o texto sem alterações que espera agora a sanção presidencial.

Empresários e representantes da sociedade civil querem que o presidente Lula vete pelo menos três artigos polêmicos do texto. São eles a venda de áreas regularizadas após três anos, a possibilidade de empresas se beneficiarem com a medida e também a permissão para que moradores de outros municípios possam obter a titularidade da terra.

Os manifestantes creditaram à bancada ruralista do Congresso o acréscimo desses três itens que não estavam inicialmente previstos na MP. “Infelizmente, quando foi ao Congresso, foram colocados alguns contrabandos que, em nossa opinião, legalizam a grilagem, permitem que empresas explorem a terra e a venda da terra sem que se pague um tostão para o governo”, disse chefe de gabinete do ministro do Meio Ambiente, Ivo Bucaresky.

Ao final do ato público, os manifestantes assinaram um documento que será enviado ao presidente Lula. “Nossa enorme perplexidade é verificar que, no início de um novo século, com os desafios que temos, ainda existam políticos e empresários descomprometidos que se apropriam do Estado para benefício particular, privilegiando o lucro imediato à custa do interesse maior da nação brasileira”, diz o documento.

“Essa MP começou com uma intenção positiva e está terminando como uma catástrofe. A intenção positiva foi iniciar a regularização fundiária para que se pudesse justamente disciplinar o uso da terra na Amazônia e se dar condição de desenvolvimento para ela. Mas colocaram "cavalos de Tróia" nessa lei beneficiando grileiros e aqueles que têm tomado a terra da União”, disse presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young.

Os empresários também consideraram a inclusão desses itens prejudiciais à MP. “De nada adianta ao Brasil ter êxito em determinados setores a curto prazo e abrir mão de todo nosso potencial ambiental no longo prazo”, disse o presidente da Votorantim Celulose e Papel (VCP), José Luciano Penido.

“Atribuir uma área de terra que corresponde a mais de uma Alemanha para proprietários que estiveram envolvidos em atos criminosos como o da irmã Dorothy (Stang, missionária norte-americana que foi assassinada em 2005 no Brasil) ou em grilagens famosas é um estímulo para que a grilagem continue”, criticou o copresidente do conselho da Natura, Guilherme Leal.

Para o diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, a aprovação integral da MP poderá provocar um efeito que chamou de “sacola de maldades”, já que permitiria a aprovação em escala de outros projetos que considera ruins para o Brasil, tais como o do uso de energia nuclear e o desmonte do Código Florestal.

“A aprovação dessa MP não só é um retrocesso para a Amazônia como ela dá indicação de que o governo e a sociedade estão coniventes com esse crime. Se você abrir a porta para a MP da grilagem, por que não para o Floresta Zero Já, para o Nuclear Já ou para o Diesel Sujo Já?”, questionou ele.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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