02/06/2009
- O Brasil é o maior produtor mundial de
cana-de-açúcar, alcançando
na safra 2007-2008 o volume recorde de 486 milhões
de toneladas, que transformadas em açúcar
e álcool geraram uma receita bruta de aproximadamente
US$ 20 bilhões, sendo 54% provenientes da
venda de álcool, 44% de açúcar
e os 2% restantes de bioeletricidade comercializada
no mercado interno.
É por isso que qualquer
debate sobre o assunto, especialmente em São
Paulo, Estado que produz mais de 60% da cana-de-açúcar
brasileira, atrai o interesse mundial. É
o caso do Ethanol Summit 2009, organizado pelos
empresários do setor, para discutir questões
relacionadas à produtividade, mercado, tecnologia,
meio ambiente e outras.
O evento, iniciado em 01.06, com
duração de três dias, está
ocorrendo no Sheraton WTC Hotel, em São Paulo.
A solenidade de abertura contou as presenças
do presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, do ministro das Minas e Energia,
Edison Lobão, do governador de São
Paulo, José Serra, do prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab, entre outras autoridades.
A programação previa ainda as participações
do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton,
além de ministros e empresários de
diversos países.
No primeiro dia de trabalho, a
sessão “Protegendo Ecossistemas na Produção
de Biocombustíveis” contou com a participação
do secretário estadual do Meio Ambiente,
Xico Graziano, que atuou como mediador nos debates
com Fábio Feldmann, secretário executivo
do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas
Globais e Biodiversidade, David Cleary, chefe do
Programa de Conservação da TNC – The
Nature Conservancy, e Roberto Waack, presidente
da Orsa Florestal, detentor da maior área
certificada de manejo em floresta nativa no Brasil.
Abrindo os trabalhos, Graziano
fez uma explanação do Projeto Etanol
Verde, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente -
SMA, criado com a finalidade de promover a redução
dos prazos de utilização da prática
da queima da palha da cana-de-açúcar.
“Um acordo inédito entre o Governo do Estado
e o setor sucroalcooleiro, firmado por meio de um
Protocolo Agroambiental, de caráter voluntário,
permitiu a antecipação do fim da queima
para 2014 em áreas mecanizáveis e
2017 nas demais áreas”, informou. O prazo
anterior previa prazos entre 2021 e 2031.
Para o secretário, a evolução
da colheita crua foi de 34,2% na safra 2006/2007
para 49,1% na safra 2008/2009, o que representa
um aumento de 810 mil hectares colhidos mecanicamente,
sem a utilização de fogo. Esse resultado
significa que 2,3 milhões de toneladas de
monóxido de carbono deixaram de ser lançadas
na atmosfera, além de 200 mil toneladas de
material particulado e 330 mil toneladas de hidrocarbonetos,
contribuindo para amenizar os efeitos das mudanças
climáticas.
O Protocolo Agroambiental prevê
também ações na recuperação
de matas ciliares, envolvendo 143 unidades agroindustriais
que comprometeram com a recuperação
de 175.640 hectares ao longo de corpos d’água.
Mais 51.310 hectares de áreas contíguas
a rios e lagos serão também recuperados
pelos fornecedores de cana-de-açúcar.
Outro ponto abordado pelo
secretário do Meio Ambiente é a eficiência
das usinas no uso de água, que chega hoje
à média de 1,92 m3 por tonelada de
cana moída contra médias anteriores
que variavam de 3 m³ a 5 m³.
Saiba mais em: http://www.ambiente.sp.gov.br/etanolverde
Texto: Newton Miura Fotografia: Pedro calado