19/06/2009
- Metade da área da Bacia Hidrográfica
do Guarapiranga mantém sua cobertura vegetal
nativa. Em termos de Áreas de Proteção
Permanente – APPs que fazem parte da Bacia, essa
preservação chega a quase 60%, atualmente.
Estes são alguns dos principais dados revelados
no mapeamento recém-concluído pelo
Instituto Florestal – IF, órgão vinculado
a Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SMA, que
detalhou números e informações
diversas e atualizadas sobre a vegetação
natural remanescente e APPs na Bacia, que servirão
para subsidiar a SMA na aplicação
do decreto regulamentador da Lei Específica
do Guarapiranga, assinada em 2008.
A Bacia Hidrográfica do
Guarapiranga possui uma superfície de 63.780
hectares e abrange, além de parte da capital,
os municípios de Cotia, de Embu, de Embu-Guaçu,
de Itapecerica da Serra, de Juquitiba e de São
Lourenço da Serra. A área com vegetação
natural remanescente mapeada foi de 31.914,41 hectares,
que corresponde a 50,0 % da superfície da
bacia. A vegetação levantada em APP,
ao longo de cursos e corpos d´água
e nascentes, foi de 9.812 ha, ou 58,8% das APPs
da bacia. Outros 41,2% de APP estão ocupados
com outros usos, como reflorestamento, ocupação
urbana e algumas áreas com cultivo.
Os trabalhos realizados pelo IF
tiveram início em dezembro de 2008 e foram
finalizados em março de 2009. O mapeamento
baseou-se em imagens orbitais do satélite
QuickBird, sendo efetivado na escala 1:10.000, onde
pode-se visualizar até uma árvore
isolada. Os dados irão subsidiar o licenciamento,
a fiscalização e a regularização
ambiental das atividades no território da
Bacia, já que o mapeamento delimita as áreas
de restrição à ocupação
previstas no Decreto 51.687, que regulamentou a
Lei Específica do Guarapiranga, além
das do Código Florestal e das demais normas
referentes à vegetação.
A legenda utilizada para classificação
das formações vegetais baseou-se nas
proposições do Projeto RADAMBRASIL,
de acordo com unidades fisionômico-ecológicas
da cobertura vegetal natural, sendo encontradas
Vegetações Secundárias da Floresta
Ombrófila Densa em estágio inicial
de regeneração, em estágio
médio de regeneração e em estágio
avançado de regeneração, assim
como Formação Arbórea / Arbustiva-Herbácea
em Região de Várzea e Campo Natural.
Além dos dados já
citados, este mapeamento na Bacia do Guarapiranga
mostra ainda, por exemplo, com relação
ao município de Embu, a menor cidade entre
as sete abrangidas, que dos 4.070,49 hectares do
município inseridos na Bacia, cerca de 1.600
hectares, ou 40%, apresenta cobertura natural remanescente.
Por outro lado, São Paulo, o maior município,
com 23.300 hectares fazendo parte da Bacia, apresenta
9.300 hectares, também 40% de sua área
contribuinte, com cobertura vegetal nativa. Considerando
suas extensões territoriais dentro da Bacia
do Guarapiranga, o município que apresenta
maior cobertura vegetal nativa é São
Lourenço da Serra, com 78%, equivalentes
a 2.570 hectares.
Texto: Mário Senaga Fotografia: IF