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CINCO ESPÉCIES DE AVES SÃO REGISTRADAS PELA PRIMEIRA VEZ BO PAÍS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2009

23/06/2009 - O biólogo Edson Guilherme da Silva defendeu no último dia 12, no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT, a tese de doutorado Avifauna do Estado do Acre: Composição, Distribuição Geográfica e Conservação, sob a orientação do professor José Maria Cardoso da Silva, no âmbito do Programa de Pós-Graduação de Zoologia, mantido pelo Museu e a Universidade Federal do Pará (UFPA).

A pesquisa objetivava contribuir para o conhecimento da avifauna do sudoeste amazônico respondendo a questões sobre quantas e quais são as espécies de aves do Acre, e como as espécies estão distribuídas dentro do estado.

“Ao final dos trabalhos, 655 espécies foram confirmadas para o Acre - distribuídas em 73 famílias e 23 ordens -, sendo que cinco destas foram registradas pela primeira vez em território brasileiro”, conta Silva, que é professor do departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O Acre está situado no sudoeste da Amazônia e faz fronteira internacional com o Peru e a Bolívia. Trata-se de uma região reconhecidamente biodiversa localizada nas terras baixas da região amazônica, próxima ao sopé dos Andes. Embora a região seja considerada pelas instituições ligada as questões ambientais como sendo prioritária para a realização de novos levantamentos biológicos, poucos estudos têm sido realizados nessa parte da Amazônia brasileira.

Silva explica que o Acre foi o estado da região amazônica que mais tardiamente recebeu a visita de ornitólogos. Segundo ele, o conhecimento sobre as aves do Acre era escasso e estava disponível de forma difusa em poucos artigos científicos, em relatórios técnicos não publicados ou a partir de espécimes encontrados em diversos museus de história natural do Brasil e do exterior. “Diante disso, era urgente e necessário realizar um trabalho que pudesse reunir o que já havia sido produzido e coletar novos dados dentro do estado em áreas ainda não visitadas por ornitólogos”.

Além de organizar a informação que estava dispersa sobre a avifauna do estado, Silva foi o primeiro a realizar um inventário das aves da região central do Acre, situada no interflúvio entre os rios Juruá e Purus – pois, até então, só as porções oeste e leste do estado haviam sido inventariadas.

A pesquisa

Para realizar o estudo, Silva organizou uma revisão bibliográfica, realizou dois anos de levantamentos em campo, que incluiu busca de registros e coletas de espécimes testemunhos, e também confeccionou o mapa de distribuição de cada espécie.

Após o término da revisão bibliográfica e das expedições em campo, que tiveram início em agosto de 2005 e se estenderam até dezembro de 2007, foram compilados 7.141 registros de aves para o todo o estado do Acre. “Destes registros, 4.623 são de espécimes coletados, dos quais, 2.295 (49,6%) são oriundos de coletas feitas neste estudo”, especifica o autor.

A pesquisa registrou 59 espécies migratórias, das quais, 30 (50,8%) são migrantes neárticas (aves provenientes do hemisfério norte), 11 (18,6%) foram consideradas como migrantes intratropicais, e 18 (30,5%) como migrantes austrais (provenientes do sul da América do Sul). O pesquisador diz ainda que “nós aumentamos de nove para 19 o número de localidades inventariadas com mais de 100 espécimes coletados dentro do estado”.

O autor destaca como principais conclusões do seu estudo que a riqueza avifaunística do Acre já é bastante expressiva, porém, o número de espécies detectadas deve aumentar à medida que outros levantamentos forem realizados; e que os rios Purus e Juruá não são as barreiras físicas que determinam o padrão de distribuição da maioria das aves residentes no estado.

A tese também apresenta uma análise de lacunas visando avaliar a eficiência do sistema de áreas protegidas do Acre na conservação das aves florestais residentes no estado. Descobriu-se que o conjunto de todas as áreas protegidas (Unidades de Conservação e terras indígenas) ocupa uma área capaz de proteger quase 90% das aves florestais residentes. “Apesar disso, observou-se que as aves associadas à vegetação de campinas e campinaranas do oeste do Acre estão desprotegidas uma vez que estes ambientes encontram-se fora do sistema de áreas protegidas”.

Silva, agora, pretende retornar ao Acre, seu estado de origem, com o intuito de orientar alunos que estejam interessados no estudo das aves.

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Fórum mostra resultados no beneficiamento da andiroba

26/06/2009 - Padronizar o processo de extração do óleo de andiroba em comunidades indígenas para aumentar a quantidade e a qualidade do produto. Esse é o principal objetivo de um projeto apresentado nesta terça-feira (23) pela Coordenação de Pesquisas em Tecnologias de Alimentos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

Desenvolvido desde 2005 pela pesquisadora do Instituto, Noemia Kazue Ishikawa, o trabalho faz parte do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Políticas Públicas em áreas Estratégicas (Ppope), entidade responsável por incentivar atividades de pesquisa.

Para Ishikawa, a proposta surgiu de uma demanda trazida pelos povos indígenas habitantes da região do Alto Solimões, local onde a atividade comercial de andiroba acontecia de modo artesanal e não planejada, o que resultava em baixo rendimentos financeiros para as comunidades.

O projeto foi desenvolvido nas comunidades de Belém do Solimões, Santa Clara e Santa Rosa, tendo por base três propostas fundamentais – o desenvolvimento de material didático bilíngue Tikuna/ Português, a formação de multiplicadores de óleo de andiroba, e a construção das casas de andiroba (local onde é realizado o processo de extração do óleo).

Participantes

A apresentação contou com a presença do vice-diretor do Inpa, Wanderli Pedro Tadei e da diretora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Elizabete Brocki.

Participaram também a representante da Fundação Estadual dos Povos Indígenas (Fepi), Chris Lopes, o deputado estadual Luiz Castro, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado, além de representantes das comunidades indígenas que fazem parte do projeto.

Segundo Luiz Castro, a iniciativa é um referencial histórico de um trabalho de síntese entre o conhecimento científico e o conhecimento popular. “O que se tem aqui é o aprimoramento do que eles já desenvolviam, agora com viabilidade econômica”, ressaltou.

Conheça a andiroba

A andiroba (Carapa guianesis Aubl.), pertencente à família das Meliaceae, pode ser encontrada no Amazonas em ambientes de várzea e terra firme.

O óleo de andiroba é utilizado para fins medicinais, na produção de cosméticos e há discussões quanto ao seu uso também, como biodiesel.
Com informações do INPA

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Institutos do MCT desenvolvem “fiscal eletrônico” que monitora a natureza à distância

Divulgação - Ascom do INT - 29/06/2009 - Entidade da mitologia tupi-guarani responsável por fiscalizar o meio ambiente, o Caipora dá nome a um projeto capaz de proezas semelhantes e mais algumas aplicações. Baseado em um aparelho que pode se conectar a variados modelos de sensores, ele coleta informações sobre temperatura, acidez das águas, partículas de monóxido de carbono, dióxido de carbono e oxigênio no ar, dados sobre o solo, entre diversas outras possibilidades.

Registra tudo num cartão de memória e ainda transmite os dados coletados, em tempo real. Com baixo custo, cerca de 10% do valor de registradores de funções limitadas que existem no mercado, ele pode ser replicado e monitorar regiões inteiras e ainda executar algumas tarefas na via contrária, por acionamento remoto.

O projeto foi desenvolvido a partir de um acordo de cooperação entre duas unidades de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), ambos no Rio de Janeiro. A patente leva o nome dos pesquisadores Alexandre Benevento (INT) e Geraldo Cernicchiaro (CBPF), e do ex-bolsista do INT Ricardo Herbert.

O princípio do Caipora, explica o engenheiro eletrônico Benevento, é transformar as informações físico-químicas coletadas pelos transdutores (nome técnico dos sensores que coletam informações do ambiente para o registrador) em sinais elétricos, que são digitalizados, armazenados e transmitidos. O invento utiliza hoje a transmissão via telefonia celular, mas poderá também utilizar rede sem fio (Rede IP).

Outra vantagem do sistema pondera o pesquisador da área de Engenharia de Avaliações do INT, é a segurança. Os dados podem ser transmitidos de forma criptografada e o cartão de memória não é acessível remotamente, pois funciona em um módulo próprio, sem conexão física com a eletrônica de transmissão e recepção. A mesma telemetria que leva os dados pode trazer alguma forma de acionamento, como por exemplo para bombear ar em um tanque com baixo nível de oxigenação.

Além de fiscalizar a poluição ambiental, por ser multipropósito, o Caipora se presta a qualquer modalidade de monitoramento, incluindo aplicações industriais e de fiscalização eletrônica. Os transdutores acoplados ao aparelho registrador podem ter naturezas diversas, servindo a conexões com GPS e quaisquer outros medidores de impulsos físicos e químicos.

O projeto Caipora será mostrado no estande do INT na 16ª ExpoT&C, na 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso (SBPC), de 12 a 17 de julho próximo, em Manaus (AM).

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Satélites do Inpe vão monitorar mais uma harpia na Mata Atlântica

26/06/2009 - Depois de um ano monitorando por satélite os vôos de um gavião-real nas matas de Porto Seguro (BA), os técnicos preparam a soltura de mais uma ave na região. Maior águia das Américas, também é conhecida como harpia, o monitoramento da espécie ameaçada de extinção na Mata Atlântica é feito por meio dos satélites SCD e Cbers, operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT).

A primeira a receber o transmissor de dados em área de Mata Atlântica é uma fêmea resgatada pelo Ibama-Eunápolis e solta no Parque Nacional do Pau-Brasil, em maio de 2008, como parte das ações do Projeto Harpia Mata Atlântica, inserido no Programa de Conservação Gavião-Real. Está prevista para o dia 18 de agosto a soltura de mais uma harpia com transmissor de dados na mesma região.

A tecnologia implantada combina o esforço de quatro instituições públicas – Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa/MCT), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Projeto Harpia na Mata Atlântica também conta com a estrutura logística e financiamento da empresa Veracel Celulose, por meio da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estação Veracel, e com a parceria das organizações S.O.S. Falconiformes e ABFPAR.

A ave tem um anel metálico (anilha) numerado e um implante subcutâneo (microchip) com um código de identificação específico para leitura à distância, permitindo a identificação do animal sem que seja necessário o seu manejo direto. Um radiotransmissor permite acompanhar sua movimentação por meio da captação de seus sinais no campo. Um segundo radiotransmissor com GPS acumula as informações de posicionamento e está programado para transmiti-las por intermédio do sistema de coleta de dados dos satélites do Inpe.

Assim, os satélites permitem que os pesquisadores acompanhem dia a dia por onde a harpia voa e caça nas matas baianas. O monitoramento via satélite da harpia deve continuar por mais dois anos, gerando informações sobre sua movimentação na floresta atlântica e nos mosaicos formados pelas matas e áreas cultivadas, bem como a distância de dispersão desta espécie nesta região. Os resultados do primeiro ano de monitoramento mostram que ela voou muito além do Parque, usando uma área equivalente a duas vezes o tamanho da reserva.

Este projeto pretende dar subsídios a programas de manejo e conservação da espécie no bioma da Mata Atlântica. Para os pesquisadores, já foi possível comprovar a necessidade da ampliação do Parque Nacional do Pau-Brasil, incluindo as matas da região leste de seu entorno, onde a harpia passou a maior parte do tempo.

O aniversário de um ano de monitoramento da harpia motivou a realização de um concurso para escolha de um nome para a ave, do qual participaram alunos das escolas indígenas da região. O nome escolhido foi Katubayá, que significa “mãe da mata” em pataxó, sugerido pelo aluno Mateus Lira, da E.I. Pataxó Aldeia Velha.

A harpia Katubayá foi a segunda no Brasil a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento de sua movimentação - antes foi rastreada por satélite uma na Amazônia -, mas a primeira a ser marcada e monitorada na Mata Atlântica.

 
 

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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