23/06/2009 - Carine Corrêa
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou
nesta terça-feira (23) que o Brasil é
talvez o único país no mundo capaz
de expandir a produção de alimentos,
biocombustíveis e a proteção
ambiental sem prejuízos a esses setores.
Ele participou de reunião na Comissão
de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados,
que divulgou dados ambientais feitos pelo Inpe,
IBGE, Ministério do Meio Ambiente, Ministério
da Agricultura e Embrapa.
Na reunião, Minc afirmou
que a área ocupada por reservas legais no
território nacional é de 17,5%, e
não 31%, como foi divulgado pelo técnico
da Embrapa, Evaristo Miranda. Ele acrescentou que
as unidades de conservação de proteção
integral estaduais e federais abrangem hoje 3,4%
do território nacional.
O diretor de Conservação
da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, que
também participou dos debates, disse que
a parte de Unidades de Conservação
no Brasil não se refere totalmente às
áreas de restrição de uso da
terra, mas de sim de um bom uso sustentável.
"Temos uma pequena parte de nosso território
em situação de restrição
absoluta", afirmou Dias.
Segundo o diretor do MMA, a expectativa
é de que o Brasil possa dispor de monitoramento
de outros biomas, além da Amazônia,
nos próximos anos. Ele acrescentou que em
2008 o MMA acertou com o Ibama ações
de monitoramento em outros biomas brasileiros.
O desmatamento no Brasil entre
2007 e 2008 alcançou a marca de aproximadamente
12 mil km2, cerca de 1200 km. Para realizar as estimativas,
o Inpe se baseia nas informações de
satélites e em um sistema auxiliar denominado
Deter, que colhe imagens de áreas em diferentes
níveis de desmatamento (corte raso, intensidade
moderada e alta) e publica as informações
para fins de fiscalização.
Segundo o diretor do instituto,
Gilberto Câmara, entre agosto e dezembro de
2007 houve uma tendência maior ao desmatamento,
mas as medidas adotadas pelo Governo Federal para
o combate desta prática favoreceram a diminuição
de áreas desmatadas no mesmo período
de 2008.
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Estudo revela perda da cobertura
vegetal no Pantanal em função do desmatamento
23/06/2009 - Daniela Mendes -
Representantes de organizações não
governamentais estiveram nesta terça-feira
com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para
apresentar estudo que revela que o Pantanal já
perdeu 40% da cobertura vegetal.
Elaborado pelas ONGs WWF Brasil,
SOS Mata Atlântica, Conservação
Internacional, Anvina e Ecoa, o mapeamento mostra
que o bioma tem sofrido forte pressão em
função de atividades como pecuária,
plantio de cana e exploração mineral.
A ampliação das
pastagens é uma das principais causas do
desmatamento na região. Em seis anos (2002
a 2008) já foram abertos 12 mil Km2 de novos
pastos na região, dez vezes a área
do estado do Rio de Janeiro.
Minc destacou a importância
do levantamento e disse que é necessário
agir rapidamente para evitar que a situação
no bioma Pantanal se agrave. O ministro afirmou
ainda que o ministério já iniciou
o monitoramento por satélite do desmatamento
no bioma e vai articular com apoio da sociedade
civil estratégias de ações
para atuação na região.
Ele também considerou fundamental
que seja realizado um planejamento integrado da
bacia hidrográfica do Alto Paraguai cujas
águas formam o Pantanal mato-grossense, uma
das maiores planícies de inundação
do mundo. O principal rio da Bacia é o Paraguai,
que nasce na Chapada dos Parecis, no interior de
Mato Grosso, e desemboca no Rio Paraná após
um percurso de mais de 2.600 Km através do
Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina.
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Ministro lança campanha
pela redução do uso de sacolas plásticas
23/06/2009 - Melissa Freitas -
"Saco é um saco. Para nós, para
a cidade, para o planeta e para o futuro".
Esse é o slogan da campanha nacional do Ministério
do Meio Ambiente lançada, nesta terça-feira
(23), pelo ministro Carlos Minc, em São Paulo,
com apoio da rede de supermercados Wal-Mart. A iniciativa
pretende conscientizar o cidadão a recusar
as sacolas plásticas, sempre que possível,
adotando alternativas para o transporte das compras
e o acondicionamento de lixo.
"Hoje é um dia feliz
e que todos se liguem nesse bom exemplo. Vamos reduzir
o consumo de sacolas, reutilizá-las e recusá-las
sempre que possível e fazer com que, brevemente,
sejam como as latinhas de alumínio, permitindo
que a indústria do plástico possa
fechar o circuito, seja com geração
de energia, de outro plástico ou de compactos
para construção", enfatizou Minc
durante o lançamento.
O presidente do Wal-Mart, Héctor
Núñez, disse que a parceria com o
Ministério compartilha a crença em
objetivos comuns de consumo consciente e uso racional
dos recursos. "Com essa campanha, ajudamos
a diminuir o problema e a alcançar a nossa
meta de reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas
em nossas lojas no Brasil".
Para sensibilizar a sociedade,
dois vídeos de trinta segundos foram produzidos
para a campanha e apresentados durante o lançamento.
Em um deles, com o discurso descontraído
e bem-humorado, o garoto-propaganda da campanha,
o fundador do grupo AfroReggae, José Júnior,
estimula o cidadão a recusar, reduzir e reutilizar
os sacos plásticos. Peças impressas,
como anúncio de mídia, folder, cartaz
e adesivo, também foram produzidas para divulgação.
Além disso, está no ar o blog da campanha
(www.mma.gov.br/sacolasplasticas) para postar informações
e dicas de consumo consciente, bem como alternativas
ao uso de sacolas plásticas nas atividades
do dia-a-dia.
Agora, segundo o ministro, o objetivo
é buscar a adesão de outros parceiros
à campanha e ampliar a divulgação
em estabelecimentos que utilizam sacolas plásticas
para o transporte de produtos e apostar no poder
de decisão do consumidor como ação
transformadora de hábitos e atitudes.
Anualmente, o Brasil consome 12
bilhões de sacolas plásticas e cada
brasileiro utiliza aproximadamente 66 sacos por
mês. Esses dados da Associação
Brasileira de Supermercados (Abras) e outros do
Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma) mostram que o estrago das
"inocentes" sacolas plásticas já
está chegando até locais distantes,
considerados verdadeiros paraísos ecológicos
e turísticos. Além disso, 500 bilhões
estão por aí entupindo rios, lagos,
bueiros, poluindo o mar, matando peixes, tartarugas
e outros animais.
Balanço
Na oportunidade, o ministro também
destacou as conquistas do seu primeiro ano à
frente do Ministério, como o Plano de Mudanças
Climáticas reconhecido internacionalmente
pela ONU, as metas de redução de emissões
de gás carbônico e o Fundo Amazônia.
Ainda lembrou que a combinação das
ações do Ministério em relação
à fiscalização, corte de crédito
para os desmatadores, monitoramento, os pactos com
as cadeias produtivas e o esforço do Arco
Verde para o convívio sustentável
do agricultor com a floresta são os responsáveis
pelo "avanço da regularização
fundiária, do trabalho de zoneamento ecológico-econômico
e da ampliação da legalidade ambiental",
afirmou Minc.
Em relação à
Operação Arco Verde, ele ainda falou
sobre o lançamento, na última sexta-feira
(19), que reuniu o presidente da República,
nove ministros e representantes de trinta órgãos,
em Alta Floresta (MT), com ações que
visam a complementar a fiscalização
e gerar alternativa à ilegalidade. "Nós
fechamos uma serraria ilegal em uma hora, mas não
criamos 50 empregos sustentáveis em uma hora.
O Arco Verde é a resposta de como viver com
dignidade sem destruir a Amazônia", afirmou
o ministro.
Minc ainda aproveitou para anunciar
que, nesta quarta-feira (24), irá divulgar
os novos dados do Inpe em relação
ao desmatamento da Amazônia, comparando os
números de maio deste ano com o mesmo período
do ano passado. "Esse ano nós vamos
ter o menor desmatamento dos últimos 20 anos,
mas ainda é insuficiente. Queremos desmatamento
zero", sinalizou.