(24/06/2009) Ações
do documento Observar as plantas e copiar a natureza.
Esta foi a saída que o agricultor Jurandi
Anunciação de Oliveira
buscou no conhecimento tradicional para matar a
charada proposta por um técnico que lhe recomendou
“plantar água” para conviver com a escassez
de água no semiárido nordestino de
Cafarnaum, cidade baiana onde mora.
A saída também
servirá para amenizar o aquecimento global,
segundo entende o pesquisador do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), Antônio Donato
Nobre. Ambos estiveram juntos
em conferência sobre sistemas agroflorestais
e mudanças climáticas realizada nesta
quarta-feira (24) em Luziânia (GO).
“Eu planto mil folhas de palma,
colho 4.1000 litros de água e posso cultivar
manga em agosto sem depender de água de barragem
ou de chuva”, contou o agricultor durante o seminário
que compôs a programação do
VII
Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais
(VII CBSAF), organizado pela Embrapa e parceiros,
e que tem objetivo de proporcionar o compartilhamento
de experiências.
Oliveira conseguiu driblar os
efeitos da seca em sua propriedade compactando folhas
de palma sob o solo em que plantaria fruteiras.
Mas como essa lógica tem indicado caminhos
para salvar a Terra dos efeitos
danosos das mudanças climáticas -
que são dez vezes mais graves do que dizia
o último Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC),
conforme anunciou Nobre.
Regador do Éden
A descoberta de que a “floresta
amazônica é o regador do Éden”
ou que as árvores transpiram por unidade
de área mais do que o oceano ocorreu fora
dos modelos matemáticos dos meteorologistas,
destacou o agrônomo. Pela física, os
cientistas russos captaram os princípios
da natureza que os agricultores já haviam
captado pela intuição: as florestas
funcionam como
uma bomba de água, sendo, portanto essenciais
no resfriamento da Terra, disse Nobre.
Segundo ele, cada árvore
grande na Amazônia chega a evaporar 300 litros
de água por dia. Conseqüências
do aquecimento global que estavam sendo esperadas
para 2050 teriam começado a ser registradas
já em 2007, destaca o pesquisador. “O gelo
do Ártico derreteu tão rápido
que desestimulou os investimentos para a ampliação
do canal do Panamá”, aponta Nobre como um
dos eventos que estão sendo antecipados,
pegando meteorologistas de surpresa.
“Ou muda ou morre”
O alerta foi feito pelo agricultor
familiar Oliveira para o contexto da região
semiárida onde vive, mas tem a concordância
do pesquisador do Inpe, cujo foco é a situação
do Planeta: “a mordida virá, inesperada e
brutal”, sentencia, tendo por base dados históricos
e não futorológicos conforme frisa.
A saída, segundo entende
não estará numa tecnologia que, sozinha,
nos salve dos desastres climáticos, mas de
uma agenda de colaboração e na disseminação
do conhecimento.
O agrônomo desenvolve projeto
denominado Fênix amazônica, uma proposta
que, a partir da síntese do conhecimento
acumulado em vários setores,
possa ser acessível e viabilizar saídas
colaborativas para questões específicas
como a fundiária, dos poluentes e da sustentabilidade.
Embora aponte a necessidade de
correção de rotas em diversas áreas,
Nobre avalia que “não haverá solução
sem a Embrapa, sem a ciência e sem o conhecimento
intuitivo do produtor”.
Para acompanhar a programação
completa e as notícias sobre o VII Congresso
Brasileiro de Sistemas Agroflorestais que segue
até sexta feira, 26, basta
acessar www.embrapa.br/viicbsaf.
O evento é promovido pela
Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais
e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), em
parceria com a Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF)
e a organização não-governamental
Mutirão Agroflorestal.
A organização do
VII CBSAF é da Embrapa Transferência
de Tecnologia (Brasília/DF) e o evento conta
com apoio da Embrapa Cerrados (Planaltina –DF),
Embrapa Floresta (Colombo/PR) e da Embrapa Informação
Tecnológica (Brasília/DF).
Valéria Costa
+ Mais
Novas publicações
abordam sistemas agroflorestais
(22/06/2009) Duas novidades chegam
ao mercado editorial nesta semana para os interessados
em sistemas agroflorestais. O lançamento
dos títulos “Alternativa Agroflorestal na
Amazônia em Transformação” e
“Guia para determinação de carbono
em pequenas propriedades rurais”, quarta-feira (24)
às 19h, faz parte da programação
do VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais,
que acontece até sexta-feira (26) no Centro
de Treinamento Educacional da Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI),
em Luziânia (GO).
Além das duas obras, será
apresentada a página na Internet e a análise
referente à “Base de dados de publicações
agroflorestais na Amazônia brasileira (1980-2008)”,
estudo que será publicado em breve.
O Centro Mundial Agroflorestal
(Icraf) desenvolveu um portal que dá livre
acesso a uma base de dados composta por mais de
1500 publicações agroflorestais para
a Amazônia brasileira, a partir de 1980. “Esta
iniciativa tem como foco principal contribuir para
o desenvolvimento e disseminação das
pesquisas, iniciativas e experiências em sistemas
agroflorestais (SAFs) na região, favorecendo
o acesso aberto e irrestrito ao conhecimento gerado
na área”, destaca Marcos Rügnitz Tito,
pesquisador do Icraf que atua no Consórcio
Iniciativa Amazônica para a Conservação
e Uso Sustentável dos Recursos Naturais.
O livro “Alternativa Agroflorestal
na Amazônia em Transformação”,
publicação com 825 páginas
e diversos autores, é editado pela Embrapa
Informação Tecnológica (Brasília
– DF) e Embrapa Amazônia Oriental (Belém
– PA). O editor técnico é o agrônomo
Roberto Porro, pesquisador do Icraf. O livro ficará
à venda na Livraria Virtual da Embrapa (http://livraria.sct.embrapa.br).
A pesquisadora Tatiana Deane de
Abreu Sá, diretora-executiva da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, destaca
na abertura do livro que os sistemas agroflorestais
(SAFs) têm sido apontados como opção
promissora de reflorestamento, particularmente para
agricultores familiares em regiões tropicais.
“É o caso da região Amazônica,
onde a própria realidade da presença
da floresta, quer em grandes extensões contínuas,
quer integrada a atividades agrícolas e pecuárias,
nos níveis de propriedade e de paisagem,
evidencia a integração de atividades
florestais e agrícolas como ocorre, historicamente,
no âmbito de comunidades tradicionais e povos
indígenas, e em comunidades com prevalência
de imigrantes”, comenta.
Organizada com a preocupação
de preservar os idiomas nos quais os artigos foram
escritos, a obra foi motivada a partir da realização
de um evento no ano de 2005, que teve a participação
de especialistas que atuam na pesquisa e no desenvolvimento
florestal em sete países da Amazônia
continental. A riqueza dos conhecimentos resultaram
em textos distribuídos em quatro sessões
sobre a Amazônia em Transformação,
os processos de degradação, os critérios
e perspectivas para a adoção dos SAFs,
a contextualização dos SAFs na Amazônia
e os processos e abordagens participativas na pesquisa
agroflorestal.
O “Guia para Determinação
de Carbono em Pequenas Propriedades Rurais”, dos
autores Marcos Rügnitz Tito, Mario Chacón
Leon e Roberto Porro, é uma publicação
dirigida a técnicos e agentes de desenvolvimento
envolvidos em projetos que visam promover a inserção
de comunidades rurais e produtores familiares em
mercados de carbono.
“O Guia apresenta os procedimentos
utilizados para a medição em campo
de biomassa aérea e subterrânea,e do
carbono orgânico do solo em plantações
florestais, sistemas agroflorestais, florestas naturais
e outros usos do solo como pastagens e cultivos
agrícolas. Neste momento em que a utilização
sustentável de áreas abertas na Amazônia
adquire caráter de urgência, espera-se
que esta publicação possa contribuir
com os objetivos de associações de
produtores, comunidades e demais grupos informais
engajados na busca de alternativas agroflorestais
para a melhoria de seu bem-estar”, salienta Marcos
Tito.
Para acompanhar a programação
completa e as notícias sobre o VII Congresso
Brasileiro de Sistemas Agroflorestais basta acessar
www.embrapa.br/viicbsaf. O evento é promovido
pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais
e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), em parceria com a
Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização
não-governamental Mutirão Agroflorestal.
A organização do VII CBSAF é
da Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília/DF)
e o evento conta com apoio da Embrapa Cerrados (Planaltina)
e Embrapa Florestas
Gustavo Porpino
+ Mais
Latino americanos compartilham
experiências agroflorestais na Amazônia
(19/06/2009) O debate sobre o
desenvolvimento de sistemas produtivos que respeitem
as condições ambientais e culturais
da Amazônia vai reunir no Brasil especialistas
de cinco países que dividem o bioma que concentra
60 por cento de todas as formas de vida do planeta.
O encontro será na tarde da quarta-feira(
24) durante o VII Congresso Brasileiro de Sistemas
Agroflorestais (VII CBSAF). O evento realizado pela
Embrapa e parceiros será realizado de segunda-feira
(22) no Centro de Treinamento Educacional da CNTI,
em Luziânia (GO) se estendendo até
sexta-feira( 26).
O seminário Rede e experiências
agroflorestais na Amazônia começa às
14h e terá mediação do engenheiro
florestal Marcos Rugnitz Tito, do Centro Mundial
Agroflorestal (Icraf). Segundo ele, os técnicos
extensionistas e pesquisadores vão apresentar
experiências institucionais exitosas, contextualizando
ainda os obstáculos históricos e atuais
para o avanço dos sistemas agroflorestais
na região amazônica.
A primeira etapa do seminário
será destinada às apresentações
dos palestrantes internacionais: o peruano Roberto
Lay Ruiz, do Instituto para o Desenvolvimento e
a Paz Amazônica; o venezuelano Frans Torres
da Fundação para o Desenvolvimento
das Ciências Físicas, Matemáticas
e naturais; o boliviano Fortunato Angola do Instituto
para o Homem, Agricultura e Ecologia e Maria Neomice
Martinez da Organização Não
Governamental colombiana Corpomanigua.
Durante as apresentações,
os debatedores farão perguntas à platéia,
formada por produtores e técnicos para estimular
as discussões. Depois, especialistas brasileiros
do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Maranhão
e Pará apresentam suas experiências.
Segundo o mediador do debate, que há mais
de dez anos se dedica ao tema, a adoção
de sistemas agroflorestais por agricultores de base
familiar da região amazônica representa
fator de segurança alimentar às populações.
Tito destaca que os Sistemas Agroflorestais
(SAFs) são apontados como uma alternativa
mais apropriada para uso das terras amazônicas,
por reunir princípios ecológicos que
aumentam a fertilidade do solo e recuperam os serviços
ambientais indisponíveis em terras agrícolas
degradadas.
“Precisamos formar uma aliança
que promova a atividade colaborativa transfronteiriça
entre as instituições de pesquisa
e extensão rural”, afirma. O seminário
sobre redes agroflorestais na Amazônia será
realizado no auditório Jequitibá .
Para acompanhar a programação
completa e as notícias sobre o VII Congresso
Brasileiro de Sistemas Agroflorestais basta acessar
www.embrapa.br/viicbsaf. O evento é promovido
pela Sociedade Brasileira de Sistemas Agroflorestais
e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), em parceria com a
Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Distrito Federal (Emater/DF) e a organização
não-governamental Mutirão Agroflorestal.
A organização do VII CBSAF é
da Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília/DF)
e o evento conta com apoio da Embrapa Cerrados (Planaltina
–DF) e da Embrapa Informação Tecnológica
(Brasília/DF).
Valéria Costa