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REUNIÃO DA COMISSÃO INTERNACIONAL BALEEIRA TERMINA ANTES DO PREVISTO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2009

26 de Junho de 2009 - São Paulo (SP), Brasil — Pontos positivos ficam por conta do incentivo ao turismo de observação de baleias

Terminou hoje, antecipadamente, a reunião da Comissão Internacional Baleeira na Ilha da Madeira, em Portugal. Mais uma vez, o objetivo de modernizar a Comissão para garantir a preservação dos cetáceos não foi atendido.

Após um ano de negociações, tudo que a CIB conseguiu foi agendar mais doze meses de conversas, até a próxima reunião em Agadir, Marrocos. Enquanto isso, centenas de baleias continuam sendo mortas pelos países que não aceitam participar da moratória à caça comercial.

A redução dos grupos de trabalho foi uma das medidas tomadas durante a comissão. Os países formaram novos grupos de discussão (com apenas 10 países, ao invés dos 30 que formavam os grupos anteriormente), para aí sim iniciarem seus trabalhos. Uma providência irrisória, face à demanda urgente de modernização da CIB. “Reduzir um grupo não melhora muita coisa. O que precisamos reduzir é a quantidade de baleias mortas. Se desejamos alcançar algum objetivo na reunião do próximo ano, é preciso mudar urgentemente os processos instaurados na CIB”, disse Sara Holden, coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace Internacional.

Mas a reunião não foi de todo perdida. Ao contrário do que se temia, não houve qualquer proposta ou acordo para liberar a caça costeira japonesa, usando como moeda de troca a caça científica praticada em águas internacionais. A Comissão decidiu prolongar o processo de negociação dos temas fundamentais que não estão resolvidos, pois não alcançam 75% dos votos, dentre eles a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul. Também foi aprovada a proposta de criação do Grupo de Trabalho Permanente sobre Turismo de Observação de baleias no Comitê de Conservação, além do desenvolvimento de um Plano Quinquenal para tratar do tema. Essa é uma grande vitória para o Brasil, já que somos um dos países da América Latina que desenvolve esse tipo de turismo - na Praia do Forte e em Abrolhos com as baleias jubartes e no sul, com as francas. Para essa espécie, uma outra boa notícia: foram aprovadas as recomendações do Comitê Científico sobre a importância da pesquisa com baleias francas em Santa Catarina.

A Austrália também promoveu uma parceria de pesquisa para o Oceano Austral, que priorizará e financiará pesquisa de cetáceos no Hemisfério Sul por meios não-letais, contrapondo diretamente a caça “científica” japonesa. O aporte de recursos australianos é da ordem de 850 mil euros e ajudará a elucidar muitos aspectos da biologia, ecologia e em especial da dinâmica populacional dos cetáceos que ainda existem nos mares austrais.

Foi definido também que o novo presidente da Comissão é o chileno Cristian Maquieira, ou seja, um latino, do Grupo de Buenos Aires, pró-conservação – um bom sinal. "Espera-se que o novo presidente da Comissão Internacional Baleeira leve o assunto sério e, a exemplo das ações realizadas em sua região, direcione a CIB a ser uma comissão em defesa da conservação de baleias." afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos no Brasil.

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A agonia da espera: julgamento de Junichi e Toru é adiado novamente

22 de Junho de 2009 Ativistas e simpatizantes da causa se prenderam uns aos outros com algemas para dar apoio aos dois ambientalistas japoneses que podem ser condenados a até 30 anos de prisão.
São Paulo (SP), Brasil — Enquanto aguarda, Junichi vai à CIB colaborar com a discussão sobre o fim da caça de baleias.

Apesar da apresentação de uma série de lacunas na acusação de Junichi Sato e Toru Suzuki, o pré-julgamento de ambos foi adiado mais uma vez e deverá ocorrer somente no dia 02 de outubro desse ano. A decisão foi tomada pela corte para que haja tempo hábil para a apresentação de outras provas contra os dois.

Em maio de 2008 Junichi e Toru Suzuki interceptaram uma caixa de carne de baleia e apresentaram ao Ministério Público japonês como prova do contrabando com fins comerciais promovido por quem afirma estar fazendo ‘pesquisa científica’. Foi aberta uma investigação sobre a possível corrupção envolvendo o programa de caça subsidiado pelo governo japonês, mas a investigação foi interrompida logo depois e no mesmo dia Junichi e Toru foram presos e o escritório do Greenpeace Japão revistado. Se condenados ambos podem pegar até dez anos de prisão.

Enquanto aguardam em liberdade pelo julgamento final – que não deve ocorrer antes de janeiro de 2010 – nossos ativistas continuam seu trabalho pelo fim da caça. E temos ao menos um motivo para comemorar: Junichi, que trabalha como coordenador da campanha de oceanos no Greenpeace Japão, recebeu permissão especial para ir à 61ª. Comissão Internacional Baleeira (CIB) e discutir o fim da caça comercial desses animais.

Começa hoje a reunião que será realizada na Ilha da Madeira, em Portugal. A tradição da caça à baleia está intimamente ligada à história da ilha: no século XVIII, navios baleeiros visitavam o arquipélago para abastecer e contratar tripulação especializada antes de inciar suas viagens. Com uma captura de cerca de 4000 cachalotes entre 1941 e 1981, a Empresa Baleeira contribuía em grande escala para a economia da ilha. Em 1981, a indústria baleeira local cessou e ficou decidido o investimento no turismo de observação de baleias, apostando sempre na proteção dessas populações.

A Comissão Internacional Baleeira deve aprender com exemplo o português e passar de um corpo que gere as populações de baleias em benefício da indústria baleeira para uma organização que procura conservar e proteger os cetáceos a nível mundial. O Greenpeace pede que todos os esforços da CIB sejam dirigidos para o estudo não letal das populações de baleias e para a definição e implementação de estratégias de recuperação destas populações para níveis equivalentes aos anteriores à indústria de caça, ao longo dos próximos 100 anos.

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Marfrig vai parar de comprar de fazendas com novos desmatamentos

22 de Junho de 2009 Manaus (AM), Brasil — Moratória negociada com governo do Mato Grosso é exemplo para outras empresas e governos estaduais

O frigorífico Marfrig respondeu ao relatório “A Farra do Boi na Amazônia”, do Greenpeace, e anunciou hoje uma moratória sobre novos desmatamentos para a pecuária na Amazônia, nos mesmos moldes da moratória da soja. A empresa, quarta maior produtora de carne bovina e derivados do mundo, se comprometeu a não comprar mais gado de fazendas que desmatam no bioma Amazônia.

O governo do Mato Grosso apoiou a iniciativa da Marfrig e disponibilizou seu sistema de controle e monitoramento do desmatamento no estado para verificar se as fazendas estão cumprindo os compromissos assumidos pela moratória. O governador Blairo Maggi disse ao Greenpeace que deve incorporar critérios ambientais ao seu sistema de rastreabilidade de fornecimento de gado, como o cruzamento de informações contidas nos GTAs (Guia de Transporte Animal), nota fiscal eletrônica e dados do Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedade Rural (SLAPR).

“A iniciativa da Marfrig demonstra que é possível um compromisso da indústria frigorífica brasileira com o fim do desmatamento na Amazônia”, disse André Muggiati, do Greenpeace. “Estamos vendo nessa ação individual o caminho que todo o setor deveria trilhar: de aceitar o compromisso com o fim do desmatamento, de assumir a responsabilidade corporativa do setor, de ser transparente e de respeito ao Pacto Nacional contra o Trabalho Escravo”.

O Mato Grosso é o estado amazônico que possui o maior rebanho do Brasil e historicamente vem liderando a lista de campeão do desmatamento na Amazônia. “A iniciativa da Marfrig, apoiada pelo governo do estado, pode ter um efeito concreto e muito importante na luta contra as mudanças climáticas, já que a destruição florestal é a maior contribuição brasileira ao aquecimento global”, disse Muggiati.

Desde o lançamento do relatório “Farra do Boi na Amazônia”, os supermercados Carrefour, Wal Mart e Pão de Açúcar anunciaram a intenção de não comprar mais carne vinda de novos desmatamentos na Amazônia. O IFC, braço do Banco Mundial que financia empresas, cancelou um empréstimo de US$ 90 milhões para o frigorífico Bertin. Onze frigoríficos, incluindo o Bertin, estão sendo processados pelo Ministério Público Federal no Pará, por sua contribuição ao desmatamento.

“O Marfrig saiu na frente e assumiu um compromisso com a floresta. Isso deverá posicionar a empresa com um diferencial competitivo no mercado internacional de carnes e derivados”, disse Muggiati.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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