Sandra Tavares - Brasília
(30/06/09) - No dia 24 de junho moradores de um
condomínio de alto padrão em Campinas/SP
foram surpreendidos ao verem
uma onça-parda (Puma concolor) numa pequena
reserva de mata, na beira de um lago e próxima
a área de lazer do condomínio.
Sob riscos de acidentes com a
espécie, envolvendo os moradores e outros
animais domésticos, técnicos do Centro
Nacional de Pesquisas para a Conservação
dos Predadores Naturais (Cenpa), centro especializado
do Instituto Chico Mendes, foram procurados. Os
especialistas do ICMBio sugeriram que o animal fosse
capturado, o que acabou sendo feito em seguida por
equipe do Zoológico de Paulínia, sob
coordenação do veterinário
Marcelo Telles.
Após a captura, o animal
foi levado para o zoológico onde permaneceu
isolado até dia 26 de junho, data da soltura.
O animal - um macho de cerca de 3 anos de idade
– pesava 36 Kg e estava em condições
saudáveis de saúde. A equipe do Cenap
coordenou os procedimentos para a soltura do animal,
que foi feita na mesma região da captura,
porém em uma grande área de mata bem
preservada, distante do condomínio.
De acordo com a analista ambiental
e pesquisadora do Cenap/ICMBio, Rose Gasparini,
com a soltura deste animal, além dos estudos
sobre a ecologia da espécie em regiões
fragmentadas do estado de São Paulo, inicia-se
a avaliação de uma nova e promissora
tecnologia com satélites nacionais.
A onça foi aparelhada com
um rádio colar. O equipamento, com custo
estimado de cerca de S$ 5 mil (dólares) foi
disponibilizado por meio de uma parceria entre o
Cenap/ICMBio, a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe). A tecnologia do rádio colar permitirá
o monitoramento da espécie por meio de satélite
brasileiro. Esta é a primeira vez no Brasil
que tal tecnologia é utilizada em um mamífero
terrestre.
O colar capta seis localizações
por dia, em horários pré-determinados
e sua bateria tem vida útil de cerca de 400
dias. O colar possui ainda a tecnologia do sistema
drop-off, o que permite a programação
de data para liberação do colar do
pescoço do animal. Após isso, o colar
passa a emitir sinais VHF o que permite que seja
localizado e recuperado.
+ Mais
ICMBio participa de operação
na fronteira sul do Brasil
Carlos Oliveira - Brasília
(23/06/09) - Nas primeiras semanas de junho, o Instituto
Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade
(ICMBio), juntamente com o Exército, o Batalhão
Ambiental da Polícia Militar do Rio Grande
do Sul, o Ibama e a Receita Federal empreenderam
uma grande ação de fiscalização
em toda a região do extremo sul do país.
Trata-se da Operação Fronteira Sul,
cujo foco eram os crimes ambientais nas áreas
alagadas do Taim e em lagoas.
De acordo com o chefe da Estação
Ecológica (Esec) do Taim, Henrique Horn Ilha,
que representou o ICMBio na ação,
foram 550 vistorias em carros e embarcações,
com apreensão de mais de 1500 metros de rede,
além de 60 quilos de pescados. “Os autuados
foram multados, tiveram bens e apetrechos apreendidos
e responderão por crime ambiental,” explica.
Apesar das autuações,
a iniciativa não teve apenas o objetivo de
reprimir os crimes ambientais, mas também
a educação das pessoas para a conservação
do meio ambiente. Para isso, como informa Henrique
Ilha, foi montada uma barreira na BR 471. “Os motoristas
dos veículos parados recebiam informações
educativas, para evitar futuros danos à natureza”,
destaca.
Para os trabalhos foram mobilizados
mais de 50 pessoas, embarcações, caminhões
e armamentos leves e pesados. O cenário foi
de guerra contra a destruição ambiental
em toda a região, até a fronteira
com o Uruguai. Mas o maior problema enfrentado pelos
fiscais foi o frio de bater os queixos. “A presença
de uma frente fria, com ventos fortes, causaram
a sensação térmica próxima
a zero grau. Isso dificultou a ação
nas áreas alagadas e nas lagoas,” conta o
chefe da Esec do Taim.
O frio também espantou
possíveis infratores que teimam em executar
a pesca de forma ilegal nessas regiões. Porém,
no geral, a Operação Fronteira Sul
foi considerada um sucesso, principalmente pelo
seu conteúdo educacional. O monitoramento
às ilegalidades ambientais não para,
e novas iniciativas como essa devem ser planejadas.
Ascom/ICMBio