Panorama
 
 
 

BR-319 NÃO TERÁ LICENÇA AMBIENTAL

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2009

11 de Julho de 2009 Dentre os impactos ligados à pavimentação BR-319 estão avanço do desmatamento (36 milhões de hectares) associado à grilagem de terras públicas e abertura de vicinais, impactos sociais e perda de espécies eventualmente mesmo desconhecidas para a ciência.
Manaus (AM), Brasil — Parecer expõe graves falhas no estudo de viabilidade ambiental e exige complementação do Ministério dos Transportes

O Ibama divulgou nesta quinta-feira o parecer técnico sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da pavimentação da BR 319. Com um documento de 177 páginas bem fundamentado, o Ibama define o empreendimento como "inviável ambientalmente", aponta falhas no diagnóstico dos impactos da rodovia e nas condicionantes. “Com a rejeição ao EIA, o Ibama freou o licenciamento, que agora só será retomado em 2010”, afirma Raquel Carvalho, do Greenpeace.

“Considerando as graves falhas no diagnóstico dos meios físico e biótico, bem como necessidade de complementações do meio socioeconômico (....) o EIA não reúne as mínimas condições e informações que permitam avaliar a viabilidade ambiental do empreendimento. Ao se considerar a avaliação de impactos e as correspondentes medidas mitigadoras propostas, o quadro piora, pois, o empreendimento torna-se inviável na medida em que nem todos os impactos foram avaliados”, aponta o parecer.

No documento, o Ibama solicita ao Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT) complementações ao estudo consideradas fundamentais para permitir a análise da viabilidade do empreendimento. Só depois disso o DNIT poderá submetê-lo a uma nova análise para dar continuidade ao processo de licenciamento.

Desde 2008, quando o Ministério dos Transportes acirrou a pressão pela emissão da licença, ONGs, movimentos sociais e pesquisadores alertam para o risco de ligar o estado mais preservado da Amazônia ao Arco do Desmatamento. “A BR-319 só seria viável em um cenário de forte governança, é o que o EIA conclui. No atual cenário, porém o que impera é a ausência total do estado, por isso a emissão dessa licença seria desastrosa” disse Raquel.

Dentre os impactos ligados à pavimentação BR-319 estão avanço do desmatamento (36 milhões de hectares) associado à grilagem de terras públicas e abertura de vicinais, impactos sociais e perda de espécies eventualmente mesmo desconhecidas para a ciência. Em menos de seis meses, duas novas espécies animais foram descritas para essa área, descobertas que alertam para o risco de desaparecimento de muitas outras espécies de grupos biológicos mais diversos e ainda menos conhecidos como plantas e microrganismos.

No mês passado, Greenpeace, GTA (Grupo de Trabalho Amazônico), CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e IDESAM (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas) encaminharam ao IBAMA e FUNAI parecer sobre esse mesmo estudo alertando principalmente para os impactos sobre as Terras indígenas e povos isolados da região. A FUNAI, ao contrário do IBAMA, no entanto, deu carta branca ao DNIT. “Essa anuência não é válida pois, ainda que a FUNAI tenha avaliado o EIA, as comunidades indígenas não foram consultadas” complementou Raquel Carvalho.

No entanto, o parecer do Ibama talvez não impeça que a construção da rodovia saia do papel. Está em tramitação no Congresso a MP 462 que contém uma perigosa “emenda contrabando” que irá dispensar BR 319 de licenciamento ambiental. O relator, Sandro Mabel (PR-GO), pretende assim conseguir simplificar o processo de licenciamento para rodovias que constam do Plano Nacional de Viação, de 1979, como é o caso da BR. Se não for votada em breve, a MP 462 começa a trancar a pauta de votações. Coincidentemente, Mabel é do mesmo partido que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o grande defensor da BR 319.

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Lula põe o Brasil como parte do problema da crise do clima

09 de Julho de 2009 Durante a caminhada Volta pelo Clima, voluntários do Greenpeace organizaram um banner humano com os dizeres Mude o Clima.
São Paulo (SP), Brasil — A declaração sobre a crise do clima assinada pelos líderes das principais economias do mundo hoje, dia 9 de julho, em L’Aquila na Itália, começa com uma afirmação grandiosa. “A mudanca climática é um dos maiores desafios desta era”, diz ela. Infelizmente, o resto do texto não dá qualquer pista sobre como eles pretendem enfrentá-la. O conteúdo da declaração é ora vago, ora tímido em relação aos planos dos governos de Estados Unidos, Rússia, Brasil, Inglaterra, Austrália, França, Itália, Austrália, Índia, China, México, Africa do Sul, Indonésia e Japão para combater o aquecimento global.

O texto revela também que os chefes de estado que formam o G5, grupo de economias emergentes que tem à frente Brasil, Índia e China, seguiram o caminho de seus colegas do G8, que reúne as economias desenvolvidas, e optaram por abdicar do papel de liderar o enfrentamento da crise climática. Até ontem, o G5 insistia que os países desenvolvidos, responsáveis pelo maior volume de emissões, deveriam cortá-las em até 40%. No entanto, ao assinarem um texto que não se compromete com metas de redução claras e tampouco dá números ou ordem de grandeza dos investimentos necessários para encarar a crise do clima, os governantes dos países em desenvolvimento dão mostras de que preferem, ao invés de forçar soluções, virar parte do problema.

“O Brasil e outros países em desenvolvimento adotaram o discurso de que o principal obstáculo para reverter a atual ameaça climática são os países ricos”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “Mas a declaração de hoje é a prova de que eles estão confortáveis com o impasse”. Afinal, era de se esperar que os líderes do G5 forçassem seus colegas a adotar uma posição mais concreta em relação à ações de combate ao aquecimento global, impondo metas de redução de emissões e de investimentos para enfrentar a situação. Aconteceu o contrário. Os líderes do G5 aceitaram subscrever promessas nebulosas.

Lula, em particular, que lidera o país que tem melhores condições para, num curto espaço de tempo, reduzir suas emissões de CO2, foi o líder que mais perdeu a chance de brilhar na arena mundial. Ele poderia ter se comprometido com metas para acabar com o desmatamento na Amazônia, uma das principais fontes de emissões do Brasil. Mas escolheu chancelar um texto que, no que diz respeito à questão de florestas, é tão vago quanto suas promessas de reduções industrias e de compromissos financeiros.

Limita-se a afirmar que os governos signatários da declaração darão passos no sentido de reduzir emissões causadas pelo desmatamento e degradação de florestas, sem dizer exatamente como pretendem andar neste ponto daqui para frente. “Esta declaração dos governos das principais economias do mundo mostra que nenhuma delas evoluiu em suas posições desde seu encontro no Japão, em julho do ano passado”, continua Furtado. “A apenas cinco meses da reunião de Copenhagem para discutir ações sobre o clima, essa parálise é preocupante”.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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