08/07/2009 - Melissa Silva - Para
marcar o lançamento da campanha Saco é
um Saco para o público interno do Ministério
do Meio Ambiente, a secretária de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo,
promoveu nesta quarta-feira (8) mesa-redonda para
debater o tema "Governo, empresas e sociedade
na construção de novos padrões
de consumo", com o diretor de Ambiente
Urbano, da SRHU, Silvano Silvério, e o representante
do Wal-Mart Brasil (apoiador da campanha), Felipe
Antunes.
Na abertura, Crespo apresentou
como a campanha foi elaborada e o que se espera
e ainda ressaltou a recomendação do
ministro Carlos Minc de engajar os servidores do
Ministério na campanha, "para incentivar
ações de outras áreas que venham
agregar conhecimento ou até mesmo ações
complementares que possam contribuir com a campanha
Saco é um Saco".
A secretária contextualizou
que a idéia de enfocar as sacolas plásticas
veio da decisão de fazer uma campanha de
educação ambiental e de consumo sustentável
que falasse diretamente com o público e não
só com o setor produtivo ou com os gestores
públicos e ainda acrescentou "pretendemos
levar ao consumidor uma informação
mais qualificada para que ele possa, no seu ato
de consumo, não ter só o poder de
decisão, mas um gesto transformador".
Nos próximos seis meses, a Saic espera conseguir
a adesão à campanha de outras instituições
e redes de supermercados, bem como intensificar
a divulgação, explorando as mídias
sociais na internet.
A SRHU, em contrapartida, vem
trabalhando em um grupo de trabalho que elabora
a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). Para o diretor Silvano Silvério,
a aprovação desse texto no Congresso
Nacional "trará uma nova realidade para
o País, pois passarão a existir diretrizes
para gestão dos resíduos", afirmou.
Silvério afirmou que a Política instituirá
a responsabilidade compartilhada e o gerador de
resíduos será encarregado pela logística
reversa, podendo responder judicialmente, conforme
a lei de crimes ambientais.
O texto da PNRS ainda traz a análise
do ciclo de produto, que exigirá para o licenciamento
o plano de gerenciamento de resíduos, desde
a extração da matéria-prima
até o descarte final. "Uma campanha
de educação ambiental com essa dimensão
mostra que está bastante aderente à
Política Nacional de Resíduos Sólidos,
contribuindo para a luta cotidiana pela mudança
de hábitos e pela redução dos
resíduos", finalizou Silvério.
Antes da mesa-redonda, a técnica
da área de Consumo Sustentável da
Saic, Fernanda Daltro, apresentou o impacto das
sacolas plásticas no meio ambiente e como
a sociedade pode ajudar. "O impacto ambiental
não está em uma sacolinha, mas nos
500 bilhões a 1 trilhão de sacolas
que são consumidas por ano no mundo",
disse. O importante com a campanha, ressaltou Fernanda,
é chamar atenção para o consumo
consciente de sacolas plásticas que começa
com a recusa e o descarte correto, pois "o
custo individual é quase nulo, mas há
alto custo ambiental coletivo".
Daltro lembrou que as sacolas
plásticas, como entram em contato com alimentos,
são feitas de matéria-prima virgem
e não podem ser produzidas a partir de material
reciclado, o que contribui ainda mais para o ciclo
vicioso de demandar o consumo exacerbado dos recursos
naturais. "O ideal é recusar sempre
que possível, depois disso reduzir, pois
muitas vezes pegamos sacolas a mais do que precisamos,
sem esquecer de reutilizar e ainda reciclar",
ressaltou.
+ Mais
Operação Bracelete
desbarata esquema de garimpo ilegal no rio Paraíba
do Sul
06/07/2009 - Secretaria de Estado
do Ambiente do Rio de Janeiro - Uma mega-operação
realizada nesta segunda-feira (6) pelo Ministério
do Meio Ambiente e pela Secretaria de Estado do
Ambiente desmontou um esquema de garimpo ilegal
no rio Paraíba do Sul, no município
de Carmo, na divisa entre Rio e Minas Gerais. A
blitz conjunta contou com a participação
do ministro Carlos Minc e foi coordenada pelo assessor
especial do Ministério, José Maurício
Padrone, que reuniu equipe de mais de trinta agentes
do Grupamento Aero-Marítimo (GAM), Ibama,
Batalhão Florestal, Batalhão de Operação
Especiais (Bope), Coordenadoria Integrada de Combate
aos Crimes Ambientais (Cicca) e Instituto Estadual
do Ambiente (Inea). A Mineradora Melo, que não
possuía licença ambiental para a atividade,
foi autuada.
A operação teve
início ainda na madrugada de segunda-feira,
às 3h, quando o Bope fez o cerco da fazenda
Estrela Dalva. A propriedade era usada como base
para os garimpeiros. No local, foram encontradas
quatro balsas grandes equipadas com bombas de sucção
para retirar o cascalho do leito do rio e mais duas
balsas-dormitório, onde estavam onze trabalhadores
de outros estados. O proprietário das balsas,
Jorge Bolívar Melo, foi autuado em flagrante
e conduzido à delegacia do município
de Carmo junto com os funcionários.
Nas balsas, os agentes também
identificaram materiais utilizados para a lavra
mineral, como peneiras, roupas de mergulho, maçaricos,
extintores e cuias, além de bombonas, que
serviam para o transporte do cascalho. De acordo
com o perito do Instituto Carlos Éboli, Fernando
Aires, foram identificados vestígios de mercúrio
nas cuias. O metal, que é usado no garimpo
para separar o ouro do cascalho, é de uso
proibido em razão de provocar danos muitas
vezes irreversíveis ao meio ambiente, além
de ser prejudicial à saúde.
O Ministério do Meio Ambiente
vai entrar com pedido judicial para desapropriação
das balsas apreendidas com o objetivo de utilizá-las
em iniciativas ambientais.
O Ibama abriu inquérito
para investigar o crime ambiental. De acordo com
a Lei federal nº 9.605/98, o infrator está
sujeito à detenção de seis
meses a um ano e à multa de até R$
50 milhões.
+ Mais
Brasil apresenta redução
do desmatamento da Amazônia em reunião
na Groenlândia
07/07/2009 - A redução
do desmatamento da Amazônia registrada nos
últimos cinco anos e a consequente diminuição
na emissão de CO2 para a atmosfera foram
apresentadas pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, e pela secretária de Mudanças
Climáticas e Qualidade Ambiental, Suzana
Kahn, em reunião realizada no final de junho
último na Groenlândia. O encontro reuniu
mais de 30 ministros para discutir as diretrizes
que nortearão a conferência internacional
sobre clima marcada para dezembro, em Copenhague.
De acordo com Suzana Kahn, a reunião
foi uma oportunidade de o Brasil mostrar o esforço
que tem feito para acabar com o desmate na floresta
amazônica e, assim, diminuir a emissão
de CO2. No entanto, segundo a secretária,
durante o encontro ficou evidente um clima de desconfiança
entre países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento.
"Ficou claro que um dos impasses que enfrentamos
é a total falta de confiança entre
esses dois grupos", diz.
Segundo Suzana, os representantes
dos países em desenvolvimento afirmam que
não adianta fazerem a sua parte, se os emergentes
- entre eles, o Brasil - não se comprometerem
e se esforçarem para alcançar as metas
globais estabelecidas. "Eles [os países
desenvolvidos] argumentam que não adianta
reduzir suas emissões de acordo com o que
prevê o Protocolo de Kyoto, se os países
em desenvolvimento não fizerem o mesmo".
Por outro lado, a ajuda financeira
prometida aos países em desenvolvimento,
para que possam se adaptar e cumprir as metas relativas
ao aquecimento do planeta, não está
sendo devidamente cumprida. "E os países
mais pobres e os insulares, que são extremamente
vulneráveis, precisam muito dessa ajuda",
avalia Suzana. Na reunião, o ministro e a
secretária apresentaram o Plano Nacional
sobre Mudança do Clima, que estabelece a
redução em 70% do desmatamento na
Amazônia até 2017.
Apesar do impasse, o encontro
na Groenlândia serviu para o Brasil negociar
a realização da primeira reunião
bilateral sobre mudanças climáticas
entre o país e os Estados Unidos.
De acordo com Suzana Kahn, a pauta
deste encontro - que deve ocorrer em setembro -
ainda está sendo discutida, mas deve incluir
temas como a Redução de Emissão
por Desmatamento (REDD).
Além do Brasil, participaram
do encontro na Groenlândia os Estados Unidos,
China, Índia, África do Sul e diversos
países europeus, entre eles Alemanha, França,
Suécia e Noruega. A reunião foi a
última de uma série de cinco encontros
internacionais com a finalidade de avançar
nas discussões sobre as mudanças climáticas
e criar as condições necessárias
para que seja criado um novo acordo para substituir
o Protocolo de Kyoto.