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MATÍS CONSTROEM GALINHEIRO PERMACULTURA NO VALE DO JAVARI

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2009

Dez índios Matís das aldeias Aurélio e Beija-Flor, na Terra Indígena Vale do Javari/AM, e o Chefe de Posto da Funai no Rio Ituí receberam certificação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para o manejo da galinha caipira, passo importante para criação de uma possível certificação de produto. O Curso de Avicultura foi realizado na aldeia Aurélio, entre os dias 8 e 18 de julho, capacitando os indígenas para exercer o controle direto sobre o processo produtivo, de modo que cada etapa funcionalmente ordenada e disposta no galinheiro possa ser acompanhada pelos criadores indígenas.

A proposta de um projeto de criação de galinha partiu do próprio povo Matís, que só recentemente estabeleceu relacionamento com os centros urbanos da região do Alto Solimões. O contato com os Matís ocorreu na década de 1970 e a comunidade ainda vive de modo tribal, alimentando-se essencialmente de suas roças, caça e pesca. Por essa razão, foi preciso utilizar metodologia diferenciada, na qual as aulas práticas tomaram maior parte do tempo. O cacique Binã Matís explica que, no método convencional da comunidade, as galinhas ficavam integralmente soltas, dormindo no tronco das árvores, chocando no mato e, assim, a criação não prosperava. “O curso foi muito bom. Bom pra aldeia que aprendeu coisas novas”, diz Binã.

Além do conteúdo básico de manejo de galinha caipira, um módulo específico sobre técnicas de construção de galinheiro permacultural, com telhado vivo e capacidade produtiva para 150 galinhas, foi incorporado ao curso. Todo o material utilizado para a construção dos galinheiros foi adquirido pela Funai, com recursos da Ação de Fomento ao Etnodesenvolvimento. Os custos com remuneração e deslocamento dos técnicos de Manaus até Tabatinga foram assumidos pelo Senar, enquanto o deslocamento até a aldeia, a hospedagem e a alimentação foram financiados pela Administração Executiva Regional da Funai em Atalaia do Norte.

A permacultura é um conjunto de práticas agrícolas de uso da terra com princípios ecológicos, a partir da observação dos sistemas naturais, dos conhecimentos agrícolas tradicionais e do conhecimento científico e tecnológico moderno. A capacitação dos indígenas e a construção do galinheiro permacultural permite que a comunidade dos Matís possa operacionalizar a atividade granjeira de forma sustentável, com manejo apropriado para a produção de excedente para comercialização. Ocasionalmente, os Matís levam galinhas até o município de Atalaia do Norte para trocas pecuniárias.

Toda a aldeia participou da capacitação, porém somente os dez indígenas certificados tiveram o treinamento integral. O curso foi realizado pela Funai/AER de Atalaia do Norte em parceria com o Senar e com o Instituto de Permacultura da Amazônia (IPA).

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Povos indígenas terão sistema próprio de acesso aos benefícios previdenciário

22 de Julho de 2009 O ministério da Previdência Social e a Funai assinaram, nesta quarta-feira (22/07/09), termo de cooperação técnica que garantirá o acesso aos direitos previdenciários para os povos indígenas, de forma automática, por meio de sistema integrado, agilizando a concessão dos benefícios a essa parcela dos segurados especiais. O ministro da Previdência, José Pimentel, e o presidente da Funai, Márcio Meira, assinaram o documento durante a abertura da reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que também contou com a participação do senador Augusto Botelho – PT/RR, como testemunha. Márcio Meira avaliou o acordo como um momento de revolução. “É o início de um processo de mudança para os povos indígenas. Como se saíssemos do século XIX, onde se escreviam em “livrões”, direto para o século XXI, com um sistema informatizado e uma tecnologia avançada. A parceira da Funai com o Ministério da Previdência, o INSS, o Dataprev, é uma conexão. Agora estamos todos plugados”, afirmou o presidente da Funai.

A parceria entre os dois órgãos permitirá que, por meio, de sistemas informatizados pela web, todos os indígenas que estejam enquadrados como segurados especiais sejam cadastrados. A partir de agora, ao invés de o indígena emitir declarações ou certidões para fazer a aprovação dos seus direitos, que até então ocorria, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), quando procurado diretamente em uma agência, identifica o indígena e procede o reconhecimento automático do direito, sem a necessidade de ficar fazendo um conjunto de documentos e provas, para que possa receber o benefício. Para o ministro da Previdência, José Pimentel, esta cooperação técnica representa mais cidadania: “facilitará o acesso do cidadão indígena aos seus direitos, atuando fortemente para que este direito seja respeitado e reconhecido”, avaliou Pimentel.

A inscrição dos indígenas, como segurados especiais, e as declarações anuais de atividade serão feitas pelas unidades descentralizadas da Funai, que terão acesso ao sistema do INSS. Com a cooperação, o órgão indigenista assumirá a responsabilidade pela inclusão e certificação dos dados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Para operacionalizar o novo sistema desenvolvido por técnicos do ministério da Previdência, do INSS, da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e da fundação, foi criado um módulo especial dentro do CNIS que será operado diretamente pelos servidores da Funai. Os funcionários receberão capacitação especial para realizar este trabalho.

Previdência Social
O novo processo substituirá o procedimento mantido atualmente no qual o indígena procura diretamente uma Agência da Previdência Social (APS), acompanhado por um funcionário da Funai, e informa seus dados em entrevista realizada pelo servidor do INSS. As informações são confirmadas pelo representante da Funai, iniciando o processo de análise, para concessão do benefício. Segundo o Diretor de Benefícios do INSS, Benedito Adalberto Brunca, o sistema foi personalizado. “Ele tem características de etnias, das localidades onde estão as pessoas efetivamente vivendo em cada uma das aldeias. Então, isso faz parte desse processo e nós esperamos que isso facilite a vida do indígena, da Funai e do INSS”, explicou Brunca.

O sistema será iniciado assim que os servidores da Funai forem capacitados. Para a coordenadora geral de promoção social, Irânia Marques, o treinamento ocorrerá no mês de agosto: “é possível que no início de setembro possamos ter isso como realidade para todos pois será um processo gradual de implantação de cadastro”.

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Encerradas 'Rodas de Conversa', MinC e Funai discutem próximas ações para apoiar os 150 Pontos de Cultura Indígenas

17 de Julho de 2009 Fonte: Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br) O Ministério da Cultura realizou nesta quinta-feira, 16 de julho, reunião com a Fundação Nacional do Índio do Ministério da Justiça (Funai/MJ) para avaliação da primeira etapa concluída do convênio que apoiará 30 Pontos de Cultura Indígenas selecionados para os estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima. O encontro serviu, ainda, para programar a próxima fase da ação que integra o Programa Mais Cultura, do MinC, que prevê implantar até 2010, em todo o país, 150 Pontos de Cultura Indígenas.

Para realização da primeira etapa, a Funai firmou termo de parceria com a ACMA – Rede Povos da Floresta, para realização de três Rodas de Conversa, principal estratégia para mobilizar, apresentar e validar as iniciativas pensadas junto às lideranças indígenas envolvidas.

De acordo com o gerente da Secretaria da Identidade e da Diversidade/MinC, Marcelo Manzatti, foi adotada uma série de cuidados técnicos e procedimentos administrativos, além de metodologias apropriadas ao contexto cultural indígena, a fim de resguardar as comunidades que abrigarão as atividades do projeto, promovendo um diálogo mais profundo com sua cultura ancestral, sem deixar de oferecer os avanços proporcionados pelos aspectos de inclusão digital característicos do Programa.

“O objetivo é articular uma grande rede de agentes culturais indígenas atuantes nos diversos pontos e capacitar multiplicadores para o uso dos meios de comunicação digital e para a produção de conteúdos audiovisuais. Tem-se observado, nas inúmeras experiências de contato dos povos indígenas com as novas tecnologias de comunicação, que o interesse por sua cultura tradicional é renovado, ao contrário do propalado perigo da assimilação pela cultura ocidental”, ressalta Manzatti.

Os dois primeiros encontros aconteceram no estado do Acre. O primeiro reuniu, em Rio Branco, representantes de dez comunidades indígenas. O segundo foi realizado no Centro Yorenka Ãtame, localizado na região do Alto-Juruá, município de Marechal Thaumaturgo, e contou com a presença de representantes de 12 comunidades indígenas. A terceira e última Roda de Conversa aconteceu na região noroeste da Floresta Amazônica, mais especificamente em São Gabriel da Cachoeira, e reuniu integrantes das etnias Tukano, Desana, Baré, Baníwa, Tuyuka, Tariano e Yanomami.

Aílton Krenak, liderança da RPF, foi o mediador do último encontro e durante os três dias de realização passou informações e esclareceu dúvidas dos participantes. Ele explicou às lideranças que “o Ponto de Cultura fortalece, potencializa e dinamiza o conteúdo que já existe nas comunidades. Para receber um ponto de cultura, uma comunidade precisa mostrar que tem maturidade para não se deixar contaminar e influenciar pelas coisas que vem de fora. Historicamente recebemos informações de fora, via rádio, via televisão, a idéia do Ponto de Cultura Indígena é que as comunidades passem a gerar seus próprios produtos para poder exibir nos meios de comunicação conteúdos produzidos por elas”.

O próximo passo será a implantação dos Pontos de Cultura nas comunidades, com a adequação dos espaços físicos e instalação dos equipamentos e do sistema de conexão via satélite, apoiados pelo Ministério das Comunicações, através do programa Governo Eletrônico, Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac). Cada comunidade receberá um kit multimídia com computador, DVD, câmera filmadora, câmera digital fotográfica, caixas de som, microfone, etc.

Em seguida, haverá a fase de capacitação para inclusão digital e audiovisual, a ser realizada com a parceria do Ponto de Cultura Vídeo nas Aldeias, de Olinda. A última etapa consiste na socialização dos produtos culturais entre os envolvidos e realização de encontros entre os Pontos de Cultura, o que permitirá a articulação de uma rede social indígena.

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Documentário sobre Mário Juruna, único deputado indígena da história do Brasil, será exibido na Câmara no dia 16

15 de Julho de 2009 Fonte: Câmara dos Deputados O documentário "Juruna – o Espírito da Floresta", do diretor Armando Lacerda, será exibido em sessão aberta ao público nesta quinta-feira, dia 16 de julho, às 9h, no Auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados, em homenagem ao ex-deputado federal Mário Juruna (PDT-RJ), o primeiro e único deputado índio da história do Brasil. Após a exibição do filme, será realizado debate com o diretor e o elenco do filme. Entre os participantes do debate e que atuam no filme estão, entre outros, Diogo Amhó Juruna e Vitória Pedzone Juruna, filhos de Juruna; além do cacique Raoni Metuktire.
"Juruna, o Espírito da Floresta" é um documentário de longa metragem (86min.) que revela o aspecto vigoroso das relações dos índios Xavante com a sociedade brasileira. "É de fundamental importância produzir e levar ao grande público, através do cinema, a história de Mário Juruna, não exatamente pela valorização de um personagem de destaque na história política do Brasil, mas pela necessidade de dar conhecimento sobre as diferenças que ainda estigmatizam os povo indígenas do chamado Povo Brasileiro", diz o diretor e produtor Armando Lacerda.

O filme conta a trajetória do cacique ex-Deputado Federal Mário Juruna, eleito pelo Estado do Rio de Janeiro, em novembro de 1982, durante a marcha da oposição ao regime militar. O filme de Armando Lacerda propõe-se a resgatar, para as novas e futuras gerações, a história de Mário Juruna, a partir de sua biografia, apresentada pelo filho primogênito – Diogo Amhó – que busca os parentes e por meio deles obtém a memória do pai e a trama de sua história no complexo mundo dos povos indígenas.

Jornalista e cineasta pela Universidade de Brasília, Armando Lacerda dirigiu mais de uma quinzena de documentários, entre eles o premiado ' A Guerra do Contestado ' (direção e produção, 1999, para a TV Câmara; Prêmio Campânula de Prata do 8º Festival do Cinema Ambiental de Seia, Portugal) e o curta-metragem ' Cora Doce Coralina ' (1981), co-direção com Vicente Fonseca, único registro cinematográfico da poetisa goiana.

 
 

Fonte: Funai – Fundação Nacional do Índio
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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