Panorama
 
 
 

PESQUISADORES CATALOGAM 50 ESPÉCIES DE
RÉPTEIS E ANFÍBIOS EM FLORA DA GOIÁS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2009

Priscila Galvão - Brasília (29/07/09) – A Floresta Nacional (Flona) de Silvânia, em Goiás, apresenta os primeiros resultados de pesquisas realizadas na unidade que servirão para subsidiar seu Plano de Manejo. Dentre os grupos pesquisados destaca-se a herpetofauna (répteis e anfíbios), que vem sendo estudadas desde agosto de 2008.

Durante a pesquisa, foram registradas 26 espécies de anuros, divididas em oito famílias – Brachycephalidade, Bufonidae, Cycloranfidae, Hylidade, Leiuperidae, Leptodactylidae, Microhylidae e Strabomantidae – e 24 espécies de répteis, distribuídas em 10 famílias – Anomalepididae, Boidae, Colubridae, Elapidae, Gymnophthalmidae, Polychotidae, Scincidae, Teiidae, Tropiduridae e Viperidae.

Desde o ano de 1996, a anurofauna da Flona de Silvânia é pesquisada. Foram registrados pela primeira vez duas novas espécies para a região, sendo uma de anuro (Physalaemus aff. Albonotatus) e uma de lagarto (Sternocercus sinesaccus). A ocorrência deste lagarto, na Flona, representa uma ampliação em sua distribuição de aproximadamente 800 km em relação a sua localidade-tipo.

Das espécies de répteis registradas destacam-se jararacas (Bothrops moojeni e B. Neuwiedi), cascavel (Crotalus durissus), jibóia (Boa constrictus) e teiús (Tupinambis merianae e T. Duseni), espécies-alvo de pressão antrópica.

Entre as espécies de anfíbios, destacam-se Hypsboas goianos, Hypsboas lundii e Scinax centralis, todas endêmicas do cerrado. Estes dados indicam que, apesar de se tratar de unidades de conservação pequena, com 466,55 hectares, a região abriga uma grande diversidade de anfíbios e répteis.

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Livro expõe a beleza e a diversidade das aves do Parque Nacional Cabo Orange

Carlos Oliveira - Brasília (24/07/2009) – Os 619 mil hectares do Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, lá na pontinha norte do Brasil, entre os municípios de Calçoene e Oiapoque, é morada de inúmeras espécies de aves. São tantas que só mesmo um estudo minucioso, com horas e horas de imersão total na floresta, para se conseguir catalogá-las. E foi justamente isso que fez uma equipe de especialistas e fotógrafos do Instituto Chico Mendes (ICMBio), integrantes do Centro Nacional de Pesquisa para Conservação de Aves Silvestres (Cemave).

A decisão de listar os tipos de aves existentes no Cabo Orange foi tomada em 2004, quando o grupo fez a primeira incursão na Unidade de Conservação (UC). A beleza e variedade dos pássaros era tanta que os analistas resolveram colocar à disposição do público esses registros, de modo que eles não ficassem restritos a uns poucos pesquisadores.

Assim, no ano passado, foi editado o Guia de Campo: As aves do Parque Nacional do Cabo Orange, que traz, entre outras, imagens de garças, maçaricos e flamingos, que dão o ar da graça na área durante as rotas migratórias. Ao todo são 1.800 espécies diferentes, sendo que 160 subespécies são ameaçadas de extinção, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. O conteúdo do livro está disponível na internet no site www.icmbio.gov.br/cemave.

TURISMO E GESTÃO – Os primeiros resultados dessa investigação da avifauna do Parque Nacional do Cabo Orange já são sentidos claramente. “O Guia, como o próprio nome já diz, é uma ferramenta para o turismo de observação de aves, mas também é um instrumento de gestão e controle da unidade, pois, com base nestas informações, podemos aferir se está havendo alguma agressão à unidade. Ou seja, as aves podem ser utilizadas como bioindicador das condições ambientais,” explica Elivan.

Para chegar ao produto final, cujo valor científico e social não pode ser mensurado, como ressalta o pesquisador, muita gente precisou unir forças. “A equipe gestora do parque foi a grande incentivadora, comprando a idéia de elaboração do Guia. As comunidades ribeirinhas e indígenas foram grandes fontes de informações e de solidariedade com o nosso trabalho, mas não podemos esquecer as instituições governamentais e não governamentais que estavam e estão sempre presentes nesta caminhada. Na verdade, ninguém executa um projeto deste sozinho”, afirma.

Além de todos esses segmentos citados por Souza, a obra teve a participação dos cientistas Andrei Langeloh Roos, Maria Flávia Conti Nunes e Helder Farias Pereira de Araújo. As imagens foram registradas pelos fotógrafos Robson Esteves Czaban e Ciro Albano.

No levantamento de dados e imagens das avens, agora acessíveis com um só clique no computador, os pesquisadores do Cemave viveram muitas aventuras. Eles percorreram várias regiões do parque, cujo acesso não é nada fácil, e que só foram alcançadas com ajuda de embarcações especiais e guias que iam abrindo caminho.

O cientista e analista ambiental Elivan Arantes de Souza, um dos pesquisadores e organizadores do Guia, narra as peripécias vividas durante os estudos. Cada expedição, segundo ele, era cuidadosamente planejada, mas as adversidades nesse ambiente são imprevisíveis. Lama, chuvas, picadas de insetos, rugidos de onças perto da embarcação, jacarés de cinco metros ou mais de comprimento foram algumas surpresas com as quais eles se depararam durante as pesquisas.

Souza conta que houve casos em que as embarcações quebraram no meio do caminho e acabaram sendo rebocadas por pequenas barcos de pescadores. “Além disso, carros atolaram na lama e a equipe teve que se locomover a pé por longas distâncias, entre outros fatos que tornaram os trabalhos de levantamento faunístico uma verdadeira aventura,” diz ele.

Tudo isso deixou a pesquisa ainda mais especial. Por isso, Elivan de Souza não esconde a satisfação de ter feito parte desse trabalho. “A cada finalização de projetos sentimo-nos satisfeitos e envaidecidos. Todavia, o maior prazer reside no fato de ver a dimensão social e ambiental de nossa contribuição no presente e para o futuro.”
Serviço:
Para acessar ou baixar o Guia de Campo: As aves do Parque Nacional do Cabo Orange acesse www.icmbio.gov.br/cemave.
Ascom/ICMBio

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Pesquisas confirmam alto grau de biodiversidade em Rebio no Paraná

Carlos Oliveira - Brasília (17/07/09) – Tida como o último grande refúgio da biodiversidade do noroeste do Paraná, na zona de transição ecológica entre a Floresta Estacional Semidecidual e a Floresta Ombrófila Mista, a Reserva Biológica (Rebio) das Perobas prepara o seu plano de manejo. Entre os trabalhos que subsidiarão o documento, destacam-se várias pesquisas científicas em torno da fauna e flora da região. Uma delas, já concluída, faz o levantamento de algumas espécies de morcegos que habitam por lá. Há ainda uma sobre médios e grandes mamíferos e outra sobre aves de rapina. Essas duas últimas estão em andamento.

Os estudos são de responsabilidade de instituições de ensino superior parceiras da reserva, cujas licenças para as pesquisas foram dadas pelo Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade (Sisbio), do Instituto Chico Mendes (ICMBio). De acordo com o chefe da Rebio, Carlos De Giovanni, todos esses trabalhos servirão de apoio técnico-científico para a elaboração do plano de manejo. “Essas pesquisas auxiliam, alicerçam o plano, principalmente no levantamento de fauna e flora da Rebio que deve constar nesse documento”, explica.

Essa parceria com os pesquisadores é considerada uma via de mão dupla, pois, por um lado, serve de fomento para a pesquisa acadêmica e, por outro, para a conservação da área ambiental protegida. De Giovanni ressalta a importância dos estudos científicos desenvolvidas na reserva e no entorno dela. “Descortina detalhes de fauna, flora e sócio-ambientais como um todo que, muitas vezes, são desconhecidos. Abrir as portas a pesquisadores éticos e preparados é fundamental para subsidiar com informações importantes o nosso trabalho diário de proteção e conservação da biodiversidade existente na unidade,” frisa.

MORCEGOS – O responsável pela pesquisa com morcegos, professor e coordenador do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Paraná, Campus Cianorte, Henrique Ortêncio Filho, aponta que ainda há muito potencial para investigações científicas na reserva. “Inauguramos o ciclo de trabalhos com a catalogação de algumas espécies de morcegos, mas ainda temos projetos para continuar os estudos”, revela. Segundo ele, o grupo pretende iniciar pesquisas sobre os morcegos em abrigos diurnos na mata e em edificações urbanas do entorno.

Isso porque a primeira etapa se deu numa área aberta de aproximadamente 11 quilômetros, em que os pesquisadores armavam redes de neblina, cuja altura não era capaz de capturar os animais que têm o hábito de voar acima da copa das árvores. Então, conforme explica o professor Henrique, devem existir inúmeras outras espécies que não foram listadas. Durante o período de estudo que abrangeu de maio de 2008 a abril de 2009 foram capturados 170 indivíduos, compondo oito gêneros e 13 espécies.

Com esses resultados já relatados fica mais fácil exemplificar à população a importância desses animais para a preservação ambiental. A ação deles no processo de dispersão de sementes, polinização e controle populacional de insetos, por exemplo, é fundamental. “Tal condição pode aproximar afetivamente as pessoas dos morcegos, animais envoltos por uma série de mitos e lendas negativas, principalmente relacionadas ao vampirismo”, afirma o professor. Ele acrescenta, aliás, que nenhum morcego hematófago (que se alimenta de sangue) foi registrado durante o estudo.

Segundo Henrique Filho, o viés da conservação foi um dos motivadores dessa pesquisa na Reserva Biológica de Perobas. “Nosso interesse surgiu na relevância da área, até então desconhecida em termos de biodiversidade, em especial em relação aos morcegos. Além disso, vale destacar que aquele é um dos últimos remanescentes do noroeste do Paraná, uma área realmente de valor inestimável”, conclui o cientista, que também lidera o Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental da Universidade Paranaense.

Atualmente, sob coordenação do professor Vagner Canuto, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, outro grupo de pesquisadores estuda e cataloga os médios e grandes mamíferos da reserva. E uma outra equipe, liderada pelo professor Willian Menq, do Centro Universitário de Maringá, pesquisa as aves de rapina. Esses trabalhos acadêmicos, conforme disse o chefe da reserva, Carlos De Giovanni, serão balizadores do plano de manejo da unidade de conservação criada em 2006.
Ascom/ICMBio

 
 

ICMBio - Instituto Chico Mendes
Ascom

 
 
 
 

 

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