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BRASIL REGISTRA PRIMEIRO CASO DE DESAPROPRIAÇÃO DE TERRAS POR PRÁTICA DE CRIME AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2009

20 de Agosto de 2009 - Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A União desapropriou hoje (20), pela primeira vez na história do país, uma fazenda por crime ambiental. A medida está prevista na Constituição Federal de 1988. A desapropriação da Fazenda Nova Alegria, localizada no município de Felisburgo (MG), região do Vale do Jequitinhonha, foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.

A medida atende a uma reivindicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Nunca conseguimos desapropriar nenhuma área por consequência da prática de crime ambiental pelos proprietários. Esta é a primeira vez que isso acontece”, afirma o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas Gerais, Gilson de Souza.

Segundo ele, 90% dos imóveis que estão na fase de vistoria ou aquisição pelo Incra em Minas Gerais têm problemas ambientais. “Com essa decisão, a sociedade será beneficiada porque vislumbra a possibilidade de os proprietários de terras passarem a respeitar mais as leis que visam à preservação do meio ambiente”, avalia. “A bandeira do meio ambiente está colocada. Não podemos permitir que os crimes ambientais continuem sendo cometidos impunemente”, completa.

Apesar de ter sido a questão ambiental a que mais pesou no caso da Fazenda Nova Alegria, Souza chama a atenção para outros tipos de crimes cometidos no local e analisados durante o processo.

“O fato de a decisão ser pautada na prática de crime ambiental não torna menos relevante o massacre ocorrido na área em 2004. Cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas a mando do proprietário da fazenda”, argumenta o superintendente do Incra. Além de ser apontado como mandante, o dono da fazenda, Adriano Chafick, é, segundo o superintendente, acusado de ser o executor do massacre, uma vez que estava junto com os pistoleiros no momento dos assassinatos.

Essa desapropriação, afirma Souza, é uma importante inovação porque busca o cumprimento da função social do imóvel. “Desconsiderar a função social de um imóvel é um desrespeito do proprietário contra a Constituição Federal”, argumenta Souza.

Segundo a Constituição, os donos de terras podem ter suas áreas desapropriadas caso não cumpram a função social de prezar pela produtividade, pelo respeito ao meio ambiente, pelo bem estar dos trabalhadores e pela boa relação entre patrões e empregados.

A publicação da desapropriação da Fazenda Nova Alegria está, ainda, na esfera administrativa. Para criar jurisprudência é fundamental que a decisão seja contestada na Justiça pelo réu.

“Pela situação, acho que o fazendeiro vai recorrer direto no Judiciário. E, dependendo da decisão, pode ser criado um precedente que resulte numa maior agilidade para o julgamento de processos desse tipo”, explica Gilson de Souza. “Mas isso só ocorrerá se a decisão tomada na esfera administrativa for acatada pelo Judiciário”, completa.

“Se tudo correr bem, em até 50 dias a posse da fazenda já deverá ser do Incra”, disse o superintendente.

O próximo passo cabe à Procuradoria do Incra, que terá 45 dias para preparar e entregar o processo a um juiz. Depois, a Justiça terá prazo de 48 horas para transferir a posse da área ao instituto.

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Minc diz que PT perde com saída de Marina

20 de Agosto de 2009 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (20) que considera uma perda para o partido a saída da senadora Marina Silva do PT. Ele, no entanto, avalia que a possível candidatura de Marina à Presidência da República em 2010 seria positiva para aumentar e reforçar o debate ambiental no país.


“Do ponto de vista partidário, do ponto de vista do governo, há uma perda porque ela tem um legado, uma representatividade, mas do ponto de vista do debate ambiental, todos os partidos e candidatos vão ter que se posicionar em relação a esse assunto. O debate ambiental ganha, mas o PT e o governo perdem com a saída dela”, disse antes de participar de um evento para discutir a criação de empregos verdes.

Minc disse ainda que o ideal é que esse debate pudesse ser feito pela senadora Silva dentro do próprio PT. O ministro afirmou que é “companheiro” de Marina Silva há 25 anos e que a gestão que tem atualmente no ministério é de continuidade dos principais programas de Marina. Carlos Minc assumiu a pasta com a saída de Marina Silva que deixou o cargo após discordâncias dentro do governo sobre concessão de licenças ambeintais.

Ontem (19), Marina Silva anunciou que deixa o PT após 30 anos de filiação partidária. Ela estuda entrar para o PV, que quer lançá-la candidata à Presidência da República em 2010.

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, se reuniu na manhã de hoje (20) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que os dois não trataram da desfiliação de Marina Silva do PT, mas que o governo lamenta o fato.

“Evidentemente que lamentamos. Todos nós individualmente e no conjunto, mas repeitamos [a decisão]”, disse ao deixar o colóquio Empregos Verdes e Construções Sustentáveis.

Marina Silva começa negociação para discutir novo programa do PV

19 de Agosto de 2009 - Marcos Chagas - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O desligamento dos quadros do PT, partido que ajudou a fundar no Acre e onde construiu uma carreira política de 30 anos, é apenas o início do processo de migração para o Partido Verde (PV), segundo a senadora Marina Silva. Ela agora inicia as conversas com o PV para dar andamento à revisão do programa do partido.

Na entrevista coletiva convocada para oficializar seu desligamento do PT, a ex-ministra do Meio Ambiente deixou claro que a construção de uma candidatura presidencial se dará em etapas. Sem partido, a senadora disse que “se sente livre” para discutir a revisão programática pretendida pelos verdes que defendem um modelo de crescimento da economia compatível com a preservação ambiental.

A senadora esquivou-se de falar, neste momento, sobre a possibilidade de ser candidata à Presidência da República em 2010. Ela acrescentou que sua ida para o Partido Verde não foi condicionada a qualquer decisão do partido em afastar dos quadros filiados que não tenham compromisso com a questão ambiental.

“A discussão do convite [feito pelo PV] se deu a partir do movimento do partido de se reavaliar. O movimento veio de dentro do próprio PV”, afirmou a ex-petista.

Marina Silva rebateu declarações feitas por políticos de vários partidos e até mesmo analistas de que sua campanha seria “monotemática” ao tratar prioritariamente de um novo modelo de crescimento para o país vinculando-o à preservação ambiental. Na opinião da senadora este é um raciocínio simplista que pode ser comparável à discussão, há 30 anos, de um modelo social como o que foi implantado no país.

“O Brasil, há 30 anos, talvez não estivesse preparado para ter um programa social como o que temos hoje. No contexto atual das crises econômica e ambiental não será preciso 30 anos para modificar o atual modelo [de desenvolvimento]."

A senadora destacou, por exemplo, que o Brasil tem uma matriz energética de 45% de geração por meio de energia limpa que pode chegar a 65% com a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia. Ela considera isso perfeitamente possível desde que essas usinas não comprometam a qualidade de vida na região e a preservação da floresta.

Ela também criticou a iniciativa do Congresso de tentar alterar todo o Código Florestal em vigor. De acordo com a ex-ministra, o que os deputados e senadores fazem, neste momento, “é descartar todo um trabalho construídos pelos constituintes [em 1988]”. Ela citou, por exemplo, iniciativas de flexibilização dos crimes ambientais e mudanças das regras para a criação de unidades de conservação ambiental.

Marina Silva, por mais de uma vez durante a entrevista coletiva, destacou que o modelo de desenvolvimento autossustentável proposto não será efetivado por vontade exclusiva do Partido Verde. “A questão ambiental não se resume a um partido. Esse tem que ser um trabalho de todos os partidos e da sociedade.”

Ao deixar o PT, Marina Silva esclareceu dois pontos: não encerrará uma parceria construída com seus colegas de partido ao longo de 30 anos e tampouco incentivará correligionários a seguirem o mesmo caminho que resolveu adotar.

Ela também evitou qualquer confronto com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, eventual candidata do PT à sucessão do presidente Lula e com quem teve divergências administrativas quando ocupou a pasta do Meio Ambiente.

"Não me colocarei como vítima da ministra Dilma. Ela tem os pontos de vista dela e eu tenho os meus [sobre o modelo de crescimento econômico] e ambos são legítimos”, disse Marina Silva.


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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