15 de Agosto de 2009 - Kelly Oliveira
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- A senadora Marina Silva (PT-AC) considera que
não há como separar a
crise econômica da ambiental. A avaliação
foi feita hoje (15) em debate sobre clima e meio
ambiente, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST). Os trabalhadores rurais
estão acampados em Brasília desde
a última segunda-feira (10).
“A crise econômica é
grave e precisa ser enfrentada e resolvida e a crise
ambiental também. Uma não é
em oposição a outra. As coisas têm
que ser integradas. Não que há se
por em oposição desenvolvimento e
preservação. É parte da mesma
equação”, disse.
No evento, Marina afirmou que
a crise econômica mundial “agora bateu no
teto” dos ricos, mas já existia para milhares
de pessoas que morrem de aids na África,
para aqueles que vivem com menos de 1 dólar
por dia, entre outras situações de
pobreza.
Segundo a senadora, o Brasil tem
condições para iniciar um processo
de desenvolvimento sustentável e que é
uma mudança de “envergadura civilizatória”.
“Estamos diante de uma esquina ética. O nosso
compromisso com as gerações futuras
nos levará a duas decisões: ou não
nos importamos com a possibilidade de inviabilizar
a vida na Terra, ou nos importamos e começamos
a fazer as mudanças que nós queremos
ver no futuro”.
Marina acrescentou que “as pessoas
acham que, para fazer algo que ainda não
foi feito, tem que ser em oposição
ao que já foi conquistado”. “A vida não
é assim. Os processos são cumulativos
e tem que trabalhar com os acúmulos positivos
de diferentes governos e períodos”, acrescentou.
Após participar do evento,
Marina disse à imprensa que não vai
prolongar por muito tempo o anúncio de sua
decisão sobre a possibilidade de troca de
partido. Ela afirmou que até o início
da próxima semana tomará sua decisão.
No discurso, a senadora citou
o sociólogo francês Edgar Morin ao
afirmar que "a mudança, no começo,
é apenas um desvio". Ao final, a senadora
declamou, de pé, um poema em que ela se compara
ao arco e à flecha.
Marina disse que ela é
arco quando impulsiona a flecha para o alvo e disse,
ainda, que dará o melhor dela. A senadora
relatou que agiu como arco quando, por exemplo,
enviou uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para defender vetos a artigos da Medida
Provisória 458, que trata da regularização
fundiária de terras públicas da Amazônia
Legal.
O papel de flecha, Marina disse desempenhar quando
é liderada por um bom projeto ou boas ideias.