04/08/2009 - Paulenir Constâncio
- Dados divulgados nesta terça-feira (4/8)
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
apontam uma nova queda nas taxas de desmatamento
na Amazônia. Relatório de avaliação
do Sistema de Desmatamento em Tempo Real (Deter),
que registra as derrubadas superiores a 25 hectares,
aponta uma redução de 33% em junho,
em relação ao mesmo mês do
ano passado, para uma cobertura de nuvens de 43%.
A área total desmatada ficou em 578,6 Km²,
contra 840 Km² no mesmo período do ano
anterior.
Comparado com os dados de 2007,
quando o levantamento foi feito com os mesmos 43%
de área coberta, os números relativos
caem ainda mais, chegando a 70%. "Se nada de
extraordinário ocorrer, teremos a confirmação
do menor desmatamento dos últimos 20 anos",
disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Na avaliação do
ministro, os números do Deter podem refletir
com mais precisão o desmatamento em junho,
principalmente porque a área nublada, não
coberta pelo satélite, se encontra fora do
perímetro crítico do desmatamento.
Estados como o Mato Grosso e regiões como
o sul e o leste do Pará, focos históricos
da ação dos desmatadores, apresentaram
individualmente menor cobertura de nuvens. Em Rondônia,
por exemplo, apenas 2% da área do estado
esteve encoberta e no Mato Grosso, não houve
área fora da detecção.
Desde que teve início o
monitoramento via satélite da Amazônia,
o menor número registrado foi em 1991, ano
em que o desmatamento chegou a 11,5 km². Minc
afirmou que espera que no período de junho
de 2008 a junho de 2009 esse desmatamento seja ainda
menor, estimando que poderá ficar entre 8
e 9 mil Km². Mesmo assim, salienta, "são
números altos e não me convencem,
pois temos de perseguir o desmatamento zero".
O Pará continua a liderar
a lista dos maiores desmatadores. Desta vez o estado
foi responsável por 330,36 km², seguido
do Mato Grosso, onde foram derrubados 180,96 Km²
de floresta. Rondônia registrou 40,20 Km²
e o Maranhão 5,37 Km².
O Ibama, a Força Nacional
e as polícias ambientais locais estão
intensificando as ações contra o desmatamento
em toda a Amazônia, segundo informou Bruno
Barbosa, coordenador-geral de fiscalização
do Ibama. São essas ações,
segundo o ministro, as principais responsáveis
pela queda nos índices de desmatamento. A
operação Arco Verde - Terra Legal,
que envolve 14 ministérios, e foi criada
para levar alternativas de desenvolvimento sustentável
que não implique em desmatamento, segundo
ele, só agora foi ampliada e seus efeitos
ainda vão aparecer.
Para Alexandre Aragon, secretário
nacional de segurança pública substituto,
essas ações, que envolvem um efetivo
capaz de chegar a mais de 450 homens da Força
Nacional, polícias estaduais, policias militares
e corpo de bombeiros, além de 550 fiscais
do Ibama, tiram de circulação 4 mil
e 400 caminhões carregados de madeira por
mês na Amazônia Legal.
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Campanha "Saco é um
Saco" é lançada no Rio
03/08/2009 - A campanha "Saco
é um Saco" foi lançada hoje (3),
às 9h, na Ecobarreira do Canal do Cunha,
localizada na Maré, Rio de Janeiro. O objetivo
é estimular os moradores locais a trocarem
as sacolas plásticas por bolsas feitas de
material reciclável. A iniciativa contou
com as presenças do ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, e da secretária do Ambiente
do Rio, Marilene Ramos.
A ação consolida
o projeto de lei sancionado ao fim de julho pelo
governador Sérgio Cabral, que obriga os estabelecimentos
comerciais a substituírem os sacos plásticos
gradualmente. O setor terá de seis meses
a três anos para efetuar a substituição,
a partir da entrada em vigor da lei.
A secretária Marilene Ramos
explica que os comerciantes não serão
obrigados a recomprar sacolas, mas poderão
dar incentivos à população.
Por exemplo, cada 50 sacolas podem ser trocadas
por um quilo de feijão, ou, a cada cinco
itens levados fora de sacolas plásticas,
ganha-se um desconto de R$ 0,03.
De acordo com o ministro Minc,
o Rio é o primeiro estado brasileiro a aprovar
uma lei que incentiva o uso de material reciclável
como as sacolas de pano. Ele também ressalta
a importância desta campanha ter sido realizada
com o apoio de vários supermercados, dentre
eles o Wal Mart (pioneiro na iniciativa) e o Prezunic.
A partir de agora, a ação
também conta o apoio do Metrô do Rio.
Os cartazes da campanha serão instalados
nas estações da cidade, e o mesmo
projeto será implementado no metrô
de Brasília. A campanha ainda será
lançada em outros estados brasileiros.
Minc alega que um dos objetivos
desse movimento de reciclagem é incentivar
o trabalho das cooperativas de catadores, além
da melhoria da qualidade de vida e da saúde
das populações. "Esta iniciativa
pode ajudar a evitar inundações e
também estimula a criatividade da garotada
com oficinas artísticas de material reutilizável",
explica.
Além da participação
do AfroReggae, houve também uma apresentação
do grupo de garis "Chegando de Surpresa",
da Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb).
Ecobarreira
A Ecobarreira do Canal do Cunha
foi o local escolhido para a promoção
da campanha por reter grande quantidade de lixo
flutuante lançado nos corpos hídricos.
Cerca de 600 quilos de plástico, incluindo
sacolas, e 590 quilos de garrafas pet em média
são retirados por mês do local.
Cada sacola plástica leva
de 30 a 40 anos para se decompor. Dados da Associação
Brasileira de Supermercados (Abras) revelam que
apenas no Brasil são consumidas anualmente
12 bilhões de sacolas plásticas. Cada
brasileiro utiliza cerca de 66 unidades por mês.
Além de não serem biodegradáveis,
estas sacolas obstruem a passagem da água,
o que promove o acúmulo de detritos e impede
a decomposição de outros materiais.