25/08/2009 - Carine Corrêa
- Vinte das maiores empresas do País anunciaram
nesta terça-feira (25/8), em São Paulo,
um acordo de vanguarda para estimular a redução
das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis
pelas mudanças climáticas globais.
Companhias como a Aracruz Celulose, Light Centrais
Elétricas, Grupo Pão de Açúcar,
Vale e Votorantim, entre outras, são signatárias
do pacto.
Na "Carta Aberta ao Brasil
sobre Mudanças Climáticas", as
empresas participantes se comprometem a implementar
ações para reduzir as emissões
de CO² em suas atividades. O documento será
encaminhado ao presidente Lula. Pela primeira vez,
empresários de diferentes áreas do
setor produtivo brasileiro apresentam ao governo
uma proposta de redução de emissões.
De acordo com a carta, as empresas
devem publicar inventários trienais de emissões
de gases estufa; incluir estratégias de escolha
de produtos e serviços que promovam a redução
de CO²; buscar redução contínua
de emissões e apoiar o mecanismo de Redução
de Emissão por Desmatamento e Degradação
(REDD). Comprometem-se, ainda, a ter maior empenho
em ações de adaptação
em regiões com altos níveis de emissões.
A meta é promover uma economia
de baixo carbono como alternativa para a crise.
Na carta, as empresas também pedem ao governo
a implementação e agilização
de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e apoio
para a criação de mecanismo de REDD.
Defendem também que o Brasil assuma uma posição
de liderança nas negociações
da COP 15, em Copenhague.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, participou do evento e disse que "os
setores mais dinâmicos estão mostrando
a cara e assumindo responsabilidades. Esta participação
é fundamental para a redução
das emissões no Brasil".
Segundo a avaliação
do ministro Minc, o Brasil vai chegar na Dinamarca
com os números de reduções
de gases estufa em declínio. Ele declarou
ainda que o "País está pronto
para assumir uma posição de protagonismo
na Conferência de Copenhague".
Minc ressaltou a importância
das empresas terem inventários de emissões
anuais, e não só de longo prazo. Ele
lembrou que agora o País tem um Plano Nacional
de Mudanças Climáticas, metas de redução
e o Fundo Amazônia. Afirmou ainda que a redução
de 45% do desmatamento na Amazônia, uma das
principais causas das emissões brasileiras,
ocorreu graças ao reforço da fiscalização
e maior rigor no combate aos crimes ambientais,
além dos pactos com segmentos do agronegócio
- como o da soja- e com os setores madeireiro e
de minério.
Roger Agnelli, presidente da Vale,
afirmou que estamos em uma transição
da economia de mercado para uma economia verde.
Para ele, essa é uma exigência da sociedade.
"Faz parte da sobrevivência das companhias
essa nova postura, que deve ser estendida a todos
os setores da cadeia produtiva",disse. Agnelli
acredita que as empresas que não se adequarem
a uma economia de baixo carbono terão a competitividade
afetada.
Promovido pelo Jornal Valor Econômico
e pela Globo News, o seminário "Brasil
e as Mudanças Climáticas", evento
em que a carta foi lançada, reuniu instituições
da sociedade civil, empresas e autoridades governamentais,
em preparação para a Conferência
das Partes sobre o Clima (COP-15), que será
realizada em dezembro.
Participaram do evento, além
do ministro do Meio Ambiente, o ministro de Ciência
e Tecnologia, Sérgio Rezende, a senadora
Marina Silva e o ministro do Itamaraty Luiz Alberto
Figueiredo. O seminário teve o apoio do Instituto
Ethos, Única, Wal Mart do Brasil, Fiep, Fórum
Amazônia Sustentável e Sindesta.
Confira as empresas que assinaram
o acordo:
Aflopar
Andrade Gutierrez
Aracruz Celulose
Camargo Correa
CBMM
Coamo Agroindustrial Cooperativa
CPFL Energia
Estre Ambiental
Grupo Pão de Açucar
Ligth
Natura
Odebresth
OAS
Polimix
Suzano Papel e Celulose
Vale
Votorantim
VCP
Wal Mart Brasil