Novo Progresso (11/08/2009) –
A Operação Boi Pirata II, que visa
coibir o desmatamento ilegal na Amazônia para
criação de gado,
em andamento no oeste do estado do Pará,
no município de Novo Progresso, recebeu a
visita do ministro de Estado do Meio Ambiente, Carlos
Minc.
O ministro esteve na fazenda Barroso,
ocupada pelo Ibama, que fica na entrada da zona
norte da Floresta Nacional - Flona do Jamanxim,
região onde os índices de desmatamento
são muito altos. Lá, falou à
imprensa e anunciou o saldo da operação
até o momento. Seis mil cabeças de
gado já foram retiradas da Flona, 15 mil
estão saindo e 1.700 estão sendo apreendidas
hoje e serão doadas aos programas sociais
do Governo Federal. “Boi pirata vai virar churrasquinho
do Fome Zero”, disse.
Foram apreendidos até o
momento: 14 armas, mil litros de óleo diesel
que era transportado dentro da Flona de modo irregular,
quatro tratores, sendo dois de esteira, três
caminhões, uma serraria móvel. Foram
detidas 17 pessoas e lavrados 27 autos de infração,
que geraram R$ 23,86 milhões em multas.
De acordo com Carlos Minc, quem
não tirar seus rebanhos da Flona o mais rápido
possível, perderá o gado. “Quem entrou
em terra que não era sua, tem que tirar o
gado imediatamente”, informa. Disse ainda que todas
as fazendas serão multadas, pois é
crime ocupar áreas da União. “Isso
dá cadeia”, ameaça.
Grande efetivo
O ministro salientou que desta vez não se
repetirão os episódios de Paragominas/PA,
quando servidores do Ibama foram agredidos “de forma
covarde e criminosa” em operação contra
madeireiros que agiam de forma ilegal. Para isso,
a operação conta com um grande efetivo
policial, que garantirá a segurança
de seus agentes.
Para a Operação
Boi Pirata II, estão disponíveis dois
helicópteros, um caminhão tanque exclusivo
para abastecer as aeronaves, 25 veículos
próprios para as estradas da região,
além de agentes ambientais do Ibama de vários
estados brasileiros, policiais federais, policiais
da Força Nacional de Segurança Pública,
policiais militares ambientais do Distrito Federal,
policiais militares e tropa de choque do estado
do Pará, que somam quase 160 pessoas.
O ministro falou também
que, apesar do movimento de vários políticos
locais insuflando as pessoas a colocarem fogo na
base operativa do Ibama, de um juiz do estado do
Pará ter tentado prender o coordenador da
operação e da pressão política
e econômica para manter o desmatamento na
região, a Operação Boi Pirata
II seguirá de forma inequívoca.
Parte social
Como alternativa ao desenvolvimento da região
de Novo Progresso, Minc informou sobre a Operação
Arco Verde, que é desenvolvida por vários
ministérios e que prevê regularização
fundiária, documentação das
pessoas, crédito agrícola, enfim,
um mutirão de cidadania. A Arco Verde busca
o desenvolvimento de regiões que foram objeto
de fiscalização.
Badaró Ferrari
Ascom IBAMA
+ Mais
Madeira é apreendida em
Terra Indígena e nove empresas são
embargadas no Maranhão
Brasília (10/08/2009) –
Equipes da Operação Atarawaca/Arco
de Fogo, na qual trabalham em conjunto o Ibama,
a Polícia Federal, a Força Nacional
de Segurança, a Polícia Rodoviária
Federal e a Funai, apreenderam cerca de 100 toras
e maquinário dentro da terra indígena
- TI Alto Turiaçu e embargaram atividades
em nove serrarias no município de Governador
Nunes Freire/MA, em três ações
realizadas simultaneamente no final de semana.
Duas das equipes atuaram em pontos
diferentes dentro da terra indígena, onde
flagraram a exploração ilegal de madeira,
apreendendo, além das toras, um trator, um
caminhão, uma moto e três armas calibre
12. Seis pessoas foram presas. Todas estavam na
área de extração no interior
da TI e confessaram trabalhar para madeireiras.
Outra equipe vistoriou as serrarias
em Governador Nunes Freire, embargando nove empresas
onde foram encontradas irregularidades. Parte dos
maquinários das empresas foi apreendido e
retirado dos locais. Mais de R$ 600 mil em multas
foram aplicados.
A Operação Atarawaca/Arco
de Fogo atua no oeste do Maranhão e objetiva
combater o desmatamento criminoso e a exploração
ilegal de madeira na região, com especial
atenção à Reserva Biológica
de Gurupi e às terras indígenas Alto
Turiaçu, Awa-Guajá, Caru e Araribóia,
onde o crime ambiental ameaça os povos indígenas.
A exploração ilegal
de madeira e o desmatamento criminoso na Amazônia,
em geral, estão relacionados com outros crimes
na região, como a exploração
de trabalhadores em condições análogas
à escravidão, grilagem de terras,
falsificação de documentos e sonegação
fiscal.
Christian Dietrich
Ascom Ibama Sede