04/08/2009 - Suelene Gusmão
- Para garantir a proteção
da Bacia do Rio São Francisco é necessário
investimento na criação de novas Unidades
de Conservação (UCs). Atualmente,
em uma extensão de 645 mil quilômetros
quadrados, existem apenas 14 UCs federais de proteção
integral e 29 estaduais, localizadas principalmente
em Minas Gerais. As unidades federais de Conservação
Sustentável são 12 e as estaduais
somam 28.
O número é considerado
muito baixo pelos técnicos que participam
da 2ª Oficina de Acompanhamento do Programa
de Revitalização de Bacias Hidrográficas.
Segundo o analista ambiental, João Carlos
Oliveira, do Departamento de Áreas Protegidas,
o objetivo é ampliar o número de UCs
na bacia, para que alcance pelo menos 10% de proteção
integral de toda a extensão da bacia. "Para
se chegar a este ponto, será necessária
a criação de pelo menos mais cinco
milhões de hectares de Unidades de Conservação",
disse.
O alerta foi feito durante a programação
da oficina que debate sobre gestão, recuperação
e proteção dos recursos naturais das
regiões onde estão localizadas as
bacias brasileiras. O Ministério do Meio
Ambiente é coordenador do Programa de Revitalização
de Bacias Hidrográficas em âmbito nacional.
O objetivo do encontro é
o de compartilhar informações quanto
às ações em andamento no âmbito
das 12 regiões hidrográficas brasileiras;
além de buscar integrar os diversos órgãos
do Governo Federal, parceiros que atuam nas respectivas
bacias para o desenvolvimento de ações
transversais do Programa de Revitalização.
A proposta é iniciar o
processo de discussão de uma agenda comum
de trabalho, de forma a efetivar e potencializar
os resultados alcançados com essas ações.
Os resultados obtidos servirão ainda para
subsidiar o Plano Decenal da Bacia do Rio São
Francisco.
Uma outra pesquisa que vem sendo
desenvolvida na bacia do São Francisco refere-se
à conservação da fauna e ao
monitoramento da biodiversidade. O trabalho realiza-se
desde 2005 com foco principalmente em espécies
ameaçadas de extinção, entre
aves e mamíferos. No rol dos problemas detectados
pelos pesquisadores está a perda de hábitat,
a expansão antrópica (relacionada
à ação do homem) e à
remoção da cobertura vegetal.
Entre os animais considerados
como em risco de extinção estão
os primatas Guigó e macaco do peito amarelo
e os carnívoros onça pintada e o lobo-guará.
Entre as propostas apontadas como solução
está a criação do Parque Nacional
do Boqueirão da Onça, a criação
do Corredor da Onça.
Nesta quarta-feira (5/8) serão
debatidos assuntos como economias sustentáveis,
fortalecimento institucional socioambiental, saneamento,
controle da poluição e obras hídricas.
No final do dia, será feito um panorama geral
do programa de revitalização. Serão
debatidas as bacias hidrográficas do Alto
Paraguai, Paraíba do Sul, Parnaíba,
Sino e Tocantins/Araguaia.