16 de Setembro de 2009
- Paula Laboissière - Repórter da
Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília
- O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa
de campanha de esclarecimento à população
sobre os efeitos da radiação solar
no ser humano, durante manifestação
na Esplanada dos Ministérios pelo Dia Internacional
da Proteção à Camada de Ozônio
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, afirmou hoje (16) que o país está
“bem na fita” quando o assunto são as medidas
para proteger a camada de ozônio.
Ao participar das comemorações
do Dia Internacional de Proteção da
Camada de Ozônio, ele anunciou a doação
de um equipamento de origem alemã que vai
auxiliar na troca de gás CFC (clorofluorcarbono)
em geladeiras velhas.
Minc lembrou que as novas geladeiras
não contêm mais CFC, no entanto as
velhas, ao serem levadas para o conserto ou mesmo
para o ferro-velho, passam por um processo no qual
o gás poluente é liberado.
A estratégia do governo,
em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) e com o Serviço Nacional
de Aprendizagem Comercial (Senac), é capacitar
os próprios mecânicos que trabalham
no conserto de geladeiras para que a liberação
do gás não ocorra.
“Hoje em dia, o sujeito corta,
joga o gás lá para cima, conserta
a geladeira e põe um gás novo. A instrução
que a gente deu é extrair o gás, filtrá-lo
e comprimi-lo e, depois do concerto, injetá-lo
de volta”, explicou Minc.
O ministro afirmou ainda que no
Brasil faltam campanhas de conscientização
para orientar as pessoas como se proteger dos efeitos
de raios ultravioleta, cada vez mais intensos por
conta dos danos à camada de ozônio.
“A pessoa fica achando que porque pega sol desde
pequena ou porque é muito morena, não
precisa do protetor”, disse.
Para o médico, especialista
em câncer de pele, Reinaldo Santana não
falta informação ao brasileiro. O
problema, segundo ele, é mesmo a preguiça
em usar o protetor. Uma pesquisa realizada em Minas
Gerais ouviu 1000 pessoas – 42% delas afirmaram
ter preguiça de se prevenir com o uso diário
do produto.
Ele lembrou que o protetor solar
ainda tem um preço elevado e que isso pode
dificultar o hábito, mas destacou que essa
não deve ser a única forma de prevenção
ao câncer de pele. “É um conjunto de
medidas, desde a roupa adequada à proteção.”
A estratégia, de acordo
com o médico, deve ser o trabalho de disseminar
a informação nas escolas. A professora
Maria de Fátima da Silva admite que o trabalho
de conscientização das medidas de
prevenção aos raios ultravioleta ainda
é tímido e que a divulgação
precisa ser mais intensa. A colega Iara Gonçalves,
também professora de uma escola pública,
acredita que, ao se investir na conscientização
das crianças, incentiva-se os cidadãos
a terem mais cuidado com a natureza.
+ Mais
Registros de queimadas em Manaus
aumentam quase 200% em um ano
11 de Setembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - O número de ocorrências de
incêndio em áreas florestais de Manaus
saltou de 22, em todo mês de setembro do ano
passado, para 156, apenas nos primeiros oito dias
deste mesmo mês em 2009. De janeiro a agosto
deste ano, o Corpo de Bombeiros do Amazonas registrou
443 focos, contra 226 no mesmo período do
ano passado.
Em entrevista à Agência
Brasil, o comandante do Corpo de Bombeiros do Amazonas,
Antônio Dias, explicou que a queima de lixo
residencial é a principal origem dessas queimadas.
Por causa da falta de chuvas e das altas temperaturas,
a queima de lixo pode se transformar em um grande
incêndio, sobretudo em áreas de vegetação
farta e seca. As queimadas ocorrem, segundo Dias,
tanto em áreas particulares quanto em públicas.
“Como o solo está extremamente
seco, o fogo se expande rapidamente. Às vezes,
uma ponta de cigarro jogada sobre essas áreas
pode gerar um fogo imenso.”
O aumento das queimadas na cidade
intensificou-se em agosto, quando os bombeiros tiveram
que atender a 200 chamados da população.
Em relação ao mesmo período
de 2008, o número de ocorrências aumentou
240%. Apenas ontem (10) foram registradas 26 ocorrências.
Uma grande neblina formada por
fumaça e poeira cobriu o céu de Manaus
hoje (11). De acordo com o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet), não chove em Manaus
há 30 dias. As causas estão relacionadas
ao fenômeno El Niño (aquecimento das
águas do oceano), à concentração
de poeira provocada por obras da construção
civil, aos gases dos veículos e, também,
às queimadas.
“Uma grande neblina pode ser vista
praticamente de toda a cidade de Manaus. Ela resulta
de queimadas e poeira”, explicou o chefe do setor
de Previsão Meteorológica do Inmet,
Veríssimo Farias de Assis.
Nos últimos dias, Manaus
tem registrado muito calor e sol forte. Em alguns
pontos da cidade, termômetros marcaram 40
graus Celsius. A média tem sido de pelo menos
36 graus Celsius, segundo o Sistema de Proteção
da Amazônia (Sipam).