4 de Setembro de 2009 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - A ex-ministra do Meio Ambiente, senadora
Marina Silva (PV/AC), criticou
hoje (4), em Manaus, o rito de urgência dos
projetos de lei do marco regulatório do pré-sal
enviados pelo governo para o Congresso Nacional.
A senadora defendeu a realização
de mais debates com a participação
de especialistas e audiências públicas,
que permitam a participação popular
a fim de que haja um entendimento comum sobre o
assunto.
“O caráter de urgência
para uma matéria complexa como essa não
é o melhor caminho. Há de ter o tempo
para que o Congresso faça o debate e para
que a sociedade possa se manifestar”, disse a senadora,
em entrevista à Agência Brasil.
Marina Silva participou, em Manaus,
da abertura da Conferência Nacional de Direito
Ambiental e a Questão da Amazônia,
promovida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), no Teatro Amazonas.
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Fiscalização liberta
trabalhadores que forneciam carvão para a
produção de ferro-gusa
4 de Setembro de 2009 - Gilberto
Costa - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Um dia depois da Comissão
Pastoral da Terra (CPT, ligada à Igreja Católica)
divulgar relatório sobre a violência
no campo no primeiro semestre – e o coordenador
da comissão, Dirceu Fumagalli, apontar o
Pará como estado mais violento e o setor
de minério de ferro como um dos responsáveis
pelos conflitos – fiscais do Ministério do
Trabalho e Emprego resgataram 11 trabalhadores explorados
em situação análoga à
de escravos na produção do carvão
usado nos altos fornos de siderúrgicas.
Os trabalhadores foram encontrados
em uma carvoaria próxima à localidade
de Gravatá, no município de Eldorado
dos Carajás (sudeste do Pará). Segundo
o ministério, os trabalhadores, que reaproveitavam
madeira extraída sem licença da Secretaria
de Meio Ambiente do estado, não tinham carteira
do trabalho assinada e não usavam equipamento
de proteção individual para prevenção
de acidentes.
Conforme o auditor fiscal Benedito
Lima, que coordenou a ação, os trabalhadores
dormiam em alojamento erguido por eles próprios,
feito com madeira e palha de babaçu. “Não
havia instalações sanitárias.
As pessoas bebiam a água também usada
por animais”, relata o auditor. O carvão
produzido nessas condições era fornecido
para alguma siderúrgica instalada na região
de Marabá. “Está sendo investigada
qual”, afirmou Lima. A Polícia Federal também
está procurando o dono da carvoaria, que
fugiu do local.
As siderúrgicas usam o
carvão para alimentar os altos fornos que
a 1.500 graus Celsius transformam o minério
de ferro extraído na região em ferro-gusa,
exportado para a fabricação de lâminas
de aço. Com a crise econômica internacional,
as exportações de ferro fundido do
Pará despencaram. De acordo com o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, as exportações do estado
caíram mais de 60% na comparação
de janeiro a julho de 2009 com o mesmo período
no ano passado.
Para a socióloga Eleonor
Palhano, professora da Universidade Federal do Pará,
a crise econômica agrava as condições
de exploração do trabalho na região.
“A Amazônia não está deslocada
desse contexto internacional”. Para ela, é
fundamental “entender como o capital avança
na região” e cria “formas de excluir, e não
de incluir”.