Panorama
 
 
 

MATO GROSSO CONCENTRA MUNICÍPIOS QUE MAIS DESMATARAM O CERRADO EM SEIS ANOS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2009

10 de Setembro de 2009 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apresenta o primeiro monitoramento do desmatamento do Cerrado brasileiro, onde, desmata-se uma área de 20 mil quilômetros quadrados a cada ano, o dobro do que é desmatado na Amazônia.

Brasília - Mato Grosso é o estado com maior número de municípios na lista dos que mais desmataram o Cerrado entre 2002 e 2008, divulgada hoje (10) pelo Ministério do Meio Ambiente. Dos 60 municípios que, juntos, foram responsáveis por um terço da devastação no período, 14 são matogrossenses.

O desmatamento no bioma já atingiu 48,2% da cobertura original – quase um milhão de quilômetros quadrados. A média é de 1% de vegetação nativa a menos por ano.

Apesar da maioria matogrossense, quatro municípios baianos lideram a lista: Formosa de Rio Preto, São Desidério, Jaborandi e Correntina, na região oeste do estado. “É um dos arcos do desmatamento no Cerrado”, apontou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. A região central de Mato Grosso também é considerada crítica, com base nos dados de 2002 e 2008.

Em todo o bioma, a expansão das lavouras de cana-de-açúcar, da soja, da pecuária, da produção de carvão e as queimadas (naturais ou provocadas) são os principais vetores de desmatamento.

Os municípios listados pelo ministério serão alvo de ações prioritárias do governo, como já acontece nas cidades que mais desmataram na Amazônia Legal. Entre as medidas, que integram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado), lançado hoje (10), estão a previsão de aumento das operações de fiscalização e controle e a oferta de alternativas econômicas para as pessoas que se beneficiam do desmate ilegal.

“O peso das medidas econômicas vai ser muito maior [que o da repressão]. O 'direito de derrubar' é muito maior que na Amazônia [onde a reserva legal é menor]”, comentou Minc.

Além de frear o desmate, o governo quer aumentar o percentual de áreas de preservação no Cerrado. Atualmente, a soma de unidades de conservação federais e estaduais corresponde a 7,5% da área total do bioma. A meta, assumida inclusive internacionalmente no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica, é chegar a 10%.

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Manifestantes se reúnem na Esplanada dos Ministérios para defender preservação do Cerrado

11 de Setembro de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília - A Esplanada dos Ministérios foi palco na manhã de hoje (11) da passeata Grito do Cerrado, que reuniu mais de mil pessoas em defesa da preservação do meio ambiente e do monitoramento do bioma.

A passeata é uma das atividades programadas no 6° Encontro Nacional e Feira dos Povos do Cerado, que começou no dia 9 e termina no o próximo domingo (13).

Os participantes do encontro iniciaram a manifestação às 8h30 concentrados em frente à Catedral. Índios de sete etnias rue vivem no Centro-Oeste do país participaram da tradicional Corrida de Toras. Eles levaram até a Câmara dos Deputados duas toras de madeira contendo propostas para a conservação do bioma e de sua cultura.

Além da preservação do Cerrado, o encontro reivindica a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 115/95 que propõe o reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais, assim como a Amazônia. A proposta tramita há 14 anos no Congresso.

Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, informou que no Brasil, desmata-se uma área de 20 mil quilômetros quadrados de Cerrado a cada ano. Isso corresponde ao dobro do que é desmatado na Amazônia.

“Não faz sentido um bioma brasileiro ser patrimônio nacional enquanto outros não. Essa passeata serve para dar voz a esses povos [do Cerrado] que estão aqui e que querem ser ouvidos”, disse Isabel Figueira, membro da coordenação Rede Cerrado, entidade que promove o evento.

No final da manhã, os manifestantes deixaram o gramado do Congresso e seguiram em marcha até a Rodoviária de Brasília.

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Povos do Cerrado temem que mudanças na lei florestal resultem em desmatamento

12 de Setembro de 2009 - Roberta Lopes - Repórter da Agência Brasil - José Cruz/Abr - Brasília - Manifestação cultural no Encontro dos Povos do Cerrado, que reuniu defensores da inclusão do bioma na Constituição como patrimônio ambiental
Brasília - Os povos que vivem no Cerrado se preocupam com a proposta de legislação que substitua o atual Código Florestal porque temem que as mudanças resultem em mais desmatamento na área ocupada pelo bioma e também na Amazônia.

Essa é uma das discussões que seguem debate no 6º Encontro Nacional dos Povos do Cerrado, evento que se realiza até amanhã, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.

Segundo a coordenadora do evento, Marilene Souza, outros temas ligados à preservação do Cerrado estão em discussão nas oficinas, entre os quais a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais e políticas públicas para o Cerrado.

Tramitam no Congresso Nacional diversas propostas de legislação florestal e ambiental. De acordo com Marilene, os povos que vivem no Cerrado temem mudanças no código que tenham impacto negativo na política ambiental. “O Código Florestal envolve todos os biomas brasileiros, mas nosso temor é de que as mudanças que possam surgir impactem negativamente na política ambiental”, afirmou.

Ela disse, ainda, que as discussões realizadas nas oficinas vão resultar em uma carta com propostas para o Cerrado. O documento será entregue à imprensa, ao Congresso Nacional e a órgãos como o Ministério do Meio Ambiente.

Além das oficinas, há também a feira com produtos do Cerrado. Até amanhã, haverá apresentação de danças. Participam do encontro índios e quilombolas das regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, do Tocantins e de Goiás.

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Zoneamento da cana-de-açúcar protege biomas brasileiros

17 de Setembro de 2009 - Danilo Macedo e Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Wilson Dias/Abr - Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, discursa na solenidade de lançamento do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar para a produção de etanol e açúcar
Brasília - A proposta de zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, que está sendo lançada hoje (17) pelo governo federal, proíbe a construção de novas usinas e a expansão do plantio em qualquer área da Amazônia, do Pantanal, da Bacia do Alto Paraguai ou em vegetação nativa de outros biomas. O projeto ainda será encaminhado ao Congresso Nacional.

Essas áreas, somadas àquelas onde o plantio já não é permitido, como as unidades de conservação e terras indígenas, fazem com que fique proibido o plantio da cana em 92,5% do território brasileiro.

As proibições previstas pelo zoneamento estabelece que estarão aptos ao plantio da cana-de-açúcar 64 milhões de hectares. Considerando os novos critérios, a expansão da cana-de-açúcar poderá ocorrer em 7,5% do território nacional. Atualmente, o cultivo de cana ocupa uma área de 8,89 milhões de hectares, o que representa menos de 1% do território nacional.

Na avaliação do governo, o zoneamento tornará a produção de etanol ainda mais eficiente, estimulando o comprovado benefício ambiental do uso do biocombustível produzido a com a cana-de-açúcar.

Já há a intenção do governo de chegar a 2017 com um aumento de quase 100% na produção de etanol em relação à produção atual, o que elevaria a área plantada para cerca de 1,7% do território do país. Dados da Agência Internacional de Energia mostram que o etanol de cana produz 90% menos gases de efeito estufa do que a gasolina.

Para atingir, plenamente, os objetivos apresentados no zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, o governo pretende permitir a produção apenas em áreas que não necessitem irrigação e possam ter mecanização, eliminando a prática de queimadas. Para isso, o presidente Lula assinou um decreto que orienta o Conselho Monetário Nacional a estabelecer novas condições, critérios e vedações para o crédito rural e agroindustrial.

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Zoneamento da cana reduzirá resistência ao etanol brasileiro, avalia Minc

20 de Setembro de 2009 - Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, avalia que o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, lançado pelo governo federal, vai reduzir a resistência à entrada do etanol brasileiro no mercado externo e dar maior competitividade ao produto. A proposta proíbe a construção de novas usinas e a expansão do plantio em qualquer área da Amazônia, do Pantanal, da Bacia do Alto Paraguai ou em vegetação nativa de outros biomas.

Na avaliação do ministro, essa é a oportunidade para que o país tenha um combustível verde e que não provoca o aquecimento global. “A importância de se garantir que o álcool seja verde significa a preservação de ecossistemas importantes como o da Amazônia, do Pantanal e de vegetações cativas. Primeiro é bom para o Brasil, para o pulmão do trabalhador e para o bioma e segundo porque garante a colocação do etanol brasileiro no mercado externo”.

Para Minc, a decisão do governo evitará barreiras comerciais e bloqueios ao nosso produto, facilitando a transformação do mesmo em uma commodity (produtos básicos como soja e minério de ferro que têm cotação internacional). O ministro do Meio Ambiente disse, em entrevista à Agência Brasil, que o próximo passo agora será promover a transferência tecnológica do álcool brasileiro entre os países do Hemisfério Sul.

“Queremos fazer a transferência de tecnologia Sul/Sul, do do Brasil para a África e para a Ásia. Normalmente se pensa na transferência de tecnologia dos países ricos para os pobres. Neste caso, é interessante porque é um programa com tecnologia brasileiro, cria empregos aqui e lá fora e diminui o aquecimento global - uma vez que, por causa do ciclo, o álcool emite percentual zero de carbono”, afirmou.

Outro objetivo da decisão governamental, segundo Minc, é fazer com que as regras possam no futuro valer retroativamente. “Este primeiro acordo visa apenas à expansão do plantio, mas queremos que muita coisa que está no programa a ser encaminhado ao Congresso Nacional comece a valer também para traz de modo a acabar com as queimadas em um prazo de cinco anos.”


 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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