Brasília (04/09/2009) -
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou
nesta quinta-feira (3/9), no Maranhão, da
Operação Turiawaca, realizada
pelo Ibama nas terras indígenas Alto Turiaçu,
Awa e Carú, região que faz fronteira
com o Pará e é campeã em desmatamento
no estado. Desde o início da operação,
há duas semanas, 21 pessoas foram presas
por desmatamento ilegal, 30 armas e 21 caminhões
com madeira foram apreendidos, e mais de 100 fornos
de carvão foram destruídos.
Os presos, entre eles o presidente
da Câmara de Vereadores, José Mansueto,
foram enquadrados por furto de madeira em terra
indígena e em reserva biológica, e
alguns por porte ilegal de armas, já que
o local é conhecido como território
de pistolagem.
“Muitos deles são suspeitos
de terem participado da rebelião ocorrida
no ano de 2007, em retaliação à
operação do Ibama”, destacou José
Padrone, assessor do MMA que coordenou a operação
desta quinta-feira.
A megaoperação teve
apoio logístico do Exército e está
sendo realizada em parceria com a Força Nacional,
Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Batalhão de Polícia Ambiental
e Funai, totalizando mais de 100 agentes envolvidos.
Das 33 serrarias fiscalizadas,
31 foram embargadas e lacradas. Em apenas uma delas,
que foi alvo desta ação, cerca de
700 m³ de toras, 60 m³ de madeira serrada
e carvão vegetal foram encontrados no local.
Todo o maquinário foi lacrado e será
removido. O proprietário da serraria foi
multado em R$ 450 mil.
Segundo Minc, a remoção
do maquinário faz parte de uma nova estratégia
para evitar a continuidade das ações
criminosas. “Se a gente for embora volta tudo no
dia seguinte. O governo do estado já se ofereceu
para nos apoiar na remoção do maquinário
e vamos continuar na região. Quando chegar
a fase da retirada dos maquinários e equipamentos
das serrarias o efetivo da operação
poderá dobrar”, disse.
O ministro informou ainda que
parte da madeira e do carvão apreendidos
foi doada para a Pastoral da Criança do município
de Buriticupu, onde ficam as reservas indígenas.
Também devem ser doadas lâminas de
madeira para a construção de casas
populares.
Um rigoroso e detalhado levantamento
está sendo feito por técnicos do Sistema
de Proteção da Amazônia (Sipam)
para detectar fraudes nos Documentos de Origem Florestal
(DOF). As informações têm auxiliado
nas prisões dos suspeitos de crime ambiental.
O servidor da Funai, José
Pedro dos Santos, que acompanhou a operação,
afirmou que entre os presos estão suspeitos
de assassinato. Segundo ele, nos últimos
dez anos cerca de 80 índios já morreram
por conflitos com madeireiros. Ele denunciou ainda
que na região existem tribos isoladas que
sofrem sérias ameaças com a destruição
do seu habibat.
Arco Verde - O ministro Carlos
Minc se comprometeu com as lideranças locais
e com o Ministério Público local a
incluir o município de Buriticupu na segunda
etapa da Operação Arco Verde. O município
possui cerca de 70 mil habitantes e tem nas serrarias
uma de suas principais fontes de emprego. “Essa
área que visitamos é a de maior desmatamento
do Maranhão e por causa dessa área
o estado ocupa hoje o terceiro lugar em desmatamento
no País, ultrapassando Rondônia que
estava nessa posição”, destacou Minc.
A primeira etapa da Arco Verde,
que está levando iniciativas sustentáveis
para os 43 municípios que mais desmatam no
País, chega ao Maranhão agora em setembro,
no município de Amarante.
Ascom MMA