20 de Setembro de 2009 - Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - A formação de minhocários
domésticos vai ser adotada pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia
nas comunidades carentes atendidas pela Secretaria
de Ciência e Tecnologia para Inclusão
Social. O projeto será apresentado até
outubro deste ano ao ministério pela organização
não governamental Minhocasa.
A proposta visa a conscientizar
a população sobre a necessidade de
reciclagem do lixo produzido em casa, de modo a
preservar o meio ambiente. A ideia foi desenvolvida
na Austrália, como política pública
para transformação do lixo orgânico
em adubo sólido e líquido, e trazida
ao Brasil pela educadora ambiental Kika Danna, que
criou a ONG.
"Precisamos nos conscientizar
da quantidade do lixo que produzimos. Mais do que
isso, trabalhar a educação nas comunidades
mais carentes, para que essas pessoas percebam a
importância dessa conscientização.
Mais do que falar para elas da importância,
temos que ter soluções para que possam,
de forma fácil, resolver os problemas do
lixo”, disse à Agência Brasil o secretário
de Inclusão Social do ministério,
Joe Valle.
A secretaria já está
trabalhando na coleta seletiva, como forma de inserção
e inclusão social do catador, associando
a atividade com artesanato e trabalhos alternativos,
ao usar diferentes tipos de equipamentos para os
vários tipos de materiais recicláveis.
“No lixo orgânico, o projeto
Minhocasa é excelente alternativa para que
a gente possa resolver o problema do lixo de forma
descentralizada, sem grandes aterros, sem chorume
e com uma tecnologia simples, barata e que dá
um resultado fantástico”, disse Valle.
O administrador da ONG no Brasil,
Cesar Cassab Danna, explicou que o projeto foi dimensionado
para a realidade brasileira e inclui o desenvolvimento
de kits Minhocasa. A parceria com a Secretaria de
Ciência e Tecnologia para Inclusão
Social prevê o atendimento, inicialmente,
somente das comunidades localizadas no Entorno de
Brasília.
Cassab disse que a perspectiva
é estender o projeto posteriormente a todo
o país. “Esse é o nosso sonho. A gente
pode estar levando um pouco dessa informação,
que é básica e simples, mas que faz
uma grande diferença, principalmente em relação
ao impacto ambiental que a gente acaba gerando involuntariamente
quando joga lixo orgânico fora."
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Trabalho para criação
de minhocários tem foco nas escolas da rede
pública
20 de Setembro de 2009 - Alana
Gandra - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - O trabalho da organização
não governamental Minhocasa com o Ministério
da Ciência e Tecnologia de incentivar a criação
de minhocários é voltado às
comunidades de baixa renda, com foco nas escolas
da rede pública.
O Minhocasa vai fazer adaptações
dos kits para sistemas mais rústicos, de
modo que as pessoas possam ter em seus quintais
a compostagem convencional e o minhocário
de baia. “São formas de reciclagem de resíduos
acessíveis a todo mundo”, disse o administrador
da ONG no Brasil, Cesar Cassab Danna..
Ele ressaltou que o adubo gerado
pelo lixo orgânico é de elevada qualidade
e pode estar voltando para uma horta doméstica
ou uma horta comunitária. “Mais da metade
daquilo que a gente produz como lixo é considerado
orgânico. A outra metade já tem valor
comercial. São os recicláveis, como
alumínio, papel, vidro”.
O kit minhocasa é composto
de três caixas superpostas e interligadas.
Na caixa do meio, minhocas se alimentam do lixo
orgânico - formado por restos de alimentos,
cascas de frutas e legumes, entre outros produtos
-, que acaba se transformando em adubo sólido.
O adubo líquido, que seria o chorume do lixo,
depois de passar pelo sistema, já sai com
o PH neutro, sem mau cheiro e sem ser um poluente
potencial.
“Na realidade, ele se torna um
biofertilizante na última caixa do kit. Cesar
Cassab informou que em 50 dias todo o material orgânico
estará decomposto e terá se transformado
em adubo.
O kit é fornecido em dois
tamanhos. O B está dimensionado para absorver
até meio litro de lixo por dia, o que é
a média de uma a duas pessoas. “Ou seja,
um casal”. O G absorve até um litro de lixo,
que é a média de uma família
com três a quatro pessoas. Hoje, já
existem mais de 4 mil kits em funcionamento em todo
o Brasil.
A ONG está abrindo representações
no país para tornar mais rápido o
acesso das pessoas aos minhocários. “E a
política pública é o que a
gente almeja”, afirmou Cassab.
A organização Michocasa
desenvolve projeto educacional na periferia de Brasília,
onde ensina educação ambiental para
crianças e jovens de comunidade situada na
área rural. A entidade promove cursos, oficinas
e palestras e dá consultoria sobre a reciclagem
do lixo orgânico.