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RS POSSUI 69% DAS CIDADES BRASILEIRAS QUE FAZEM GESTÃO AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Porto Alegre (RS) – Brasil
Setembro de 2009

(03/09/2009) Preservar as florestas, a fauna, a flora e os recursos hídricos são competências comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Sendo assim, a descentralização da gestão ambiental tem sido um tema constante na agenda dos diversos governos, tanto na esfera federal como estadual ou municipal. No Rio Grande do Sul não é diferente, mas o Estado está à frente dos demais, já que dos seus 496 municípios, 228 fazem sua gestão ambiental, licenciando os empreendimentos que geram impacto apenas local.

Levantamento feito entre 19 estados brasileiros, que informaram seus dados à Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente, aponta que, dos 328 municípios aptos ao licenciamento local, 228 são gaúchos. Ou seja, 69% das cidades brasileiras que têm gestão ambiental são do RS. Grandes estados como Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais somam ao todo 36 municípios habilitados. Esses dados foram apresentados no 19º Encontro Nacional da Anamma (Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente), que acontece nesta semana, no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é, justamente, debater os desafios dos municípios em relação à gestão e licenciamento ambiental.

O êxito do RS na municipalização ambiental deve-se às políticas públicas do Governo do Estado com ênfase à descentralização, através do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (Siga) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Atualmente, 99 prefeituras estão com processos tramitando junto a Secretaria para adesão ao sistema. Para mobilizar as prefeituras que ainda não assumiram o licenciamento, o Governo do Estado criou o Programa de Incentivo à Adesão ao Siga. A iniciativa proposta pela governadora Yeda Crusius prevê o apoio técnico e administrativo aos municípios, além de repasse de R$ 20 mil para investimentos no sistema ambiental municipal.

De acordo com o secretário estadual do Meio Ambiente, Berfran Rosado, é necessário descentralizar as políticas ambientais. “A promoção do desenvolvimento econômico pode ser plenamente compatibilizada com a preservação do meio ambiente. Com a municipalização da gestão que vem sendo preconizada pela governadora Yeda Crusius, todos ganham: o Estado, o município e a sociedade em geral”, conclui o secretário.

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Passo Fundo: berço das águas no Estado

(08/09/2009) Passo Fundo é berço de cinco das 25 bacias hidrográficas do Estado. Nas terras do município nascem águas que abastecem e são responsáveis diretas pelo desenvolvimento de 61% dos municípios gaúchos: 302 dos 496. Em uma grande área situada no interior da cidade, no distrito de Povinho Velho, entre Passo Fundo e Mato Castelhano, existe uma vereda de pequenas nascentes que são as formadoras das bacias do Passo Fundo, Alto Jacuí, Apuaê-Inhandava e Taquarí-Antas.

Pequenos banhados se desmembram em quatro braços diferentes, que seguem destinos contrários. Um dos braços vai formar, depois de percorrer mais de 100 quilômetros e se juntar a dezenas de rios e riachos, a grande bacia do rio Jacuí, que contribui com 85% das águas formadoras do Lago Guaíba. Em outro ponto do município, não muito distante do primeiro, outras nascentes dão início à quinta bacia hidrográfica com berço na cidade, a do rio da Várzea.

Riqueza não é valorizada

Apesar da importância da área onde estão situadas as nascentes, a grande maioria não é preservada. É o que afirma Maria Helena Bassan Benedetti, agrônoma da agência regional do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). Segundo ela, a área deveria passar por uma reformulação, objetivando que todas as nascentes e banhados passem a ser mantidos da forma original.

“As nascentes não se encontram protegidas, principalmente pela ocupação econômica, com lavouras e criação de gado. Além disso, existe ainda a transformação de banhados com nascentes importantes em açudes. Isso altera todo o ecossistema”, revela. Para Maria Helena, a solução para a defesa desses recursos, evitando que se extingam com o passar dos anos, é a mudança comportamental, com mais atuação das autoridades no sentido de fazer valer a legislação vigente, que proíbe a ocupação no entorno das nascentes.
Já o professor da UPF Claud Ivan Goellner, que preside os comitês de gerenciamento das bacias hidrográficas do rio Passo Fundo (CBHPF) e Alto Jacuí (Coaju), defende que a área “seja de fato manejada como Unidade de Conservação Municipal”. Para isso, segundo Goellner, já existe um projeto em andamento com os grupos ecológicos locais, entre eles o Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), para transformar a bacia em área protegida.

Para o diretor do Gesp, Paulo Fernando Oliveira Cornélio, a riqueza hídrica da cidade ainda é pouco valorizada. “Historicamente, os gestores públicos não reconheceram esta riqueza importante. Passo Fundo foi fundada com nome de rio e toda a cidade é gerida economicamente por este recurso hídrico. O município talvez ‘não existiria’ sem estes atributos naturais tão importantes”, garante.

Situação do rio preocupa

Cartão postal e rio que dá nome a cidade. Seriam fatores determinantes para que o Passo Fundo recebesse atendimento especial das autoridades, comunidade e das indústrias instaladas no local. Seriam, mas não é o que sempre acontece. A comprovação está nas amostras de água colhidas na área urbana do rio. No trecho situado ao lado da prefeitura municipal, por exemplo, o nível de poluição, em uma escala que vai de um a quatro, está entre os patamares três e quatro, sendo que o último é característico de esgoto. Isso se dá, segundo Goellner, principalmente pela falta de saneamento. “Apenas 20% do esgoto urbano da cidade é tratado”, revela ele. Na área rural da cidade, explica o professor, a situação melhora, e a água é avaliada na maioria dos pontos como de classe dois.

Saiba mais sobre as cinco bacias

Bacia do Rio Passo Fundo
Abrangência: 30 municípios
Cidades mais importantes: Passo Fundo, Erechim e Sarandi
Área: 4,8 mil km²
Rios mais importantes: Passo Fundo, Índio e Erechim, além dos arroios Butiá e Timbó
População atingida*: 169 mil habitantes

Bacia do Alto Jacuí
Abrangência: 47 municípios
Cidades mais importantes: Passo Fundo, Carazinho, Cruz Alta, Soledade, Marau e Ibirubá
Área: 16 mil km²
Rios mais importantes: Jacuí, Jacuí-Mirim e Jacuizinho
População atingida*: 360 mil habitantes

Bacia do Apuaê-Inhandava
Abrangência: 52 municípios
Cidades mais importantes: Erechim, Getúlio Vargas, Lagoa Vermelha, Tapejara e Vacaria
Área: 14,8 mil km²
Rios mais importantes: Apuaê/Ligeiro, Inhandava/Forquilha, Bernardo José, Cerquinha, Santana e Arroio da Divisa
População atingida*: 292 mil habitantes

Bacia do Taquarí-Antas
Abrangência: 119 municípios
Cidades mais importantes: Marau, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Vacaria e Veranópolis
Área: 26 mil km²
Rios mais importantes: das Antas, Taquari, Guaporé
População atingida*: um milhão de habitantes

Bacia do Rio da Várzea
Abrangência: 54 municípios
Cidades mais importantes: Passo Fundo, Carazinho, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões
Área: 9,5 mil km²
Rios mais importantes: da Várzea, Porã, Barraca, do Mel, Guarita e Ogaratim.
População atingida*: 324 mil habitantes

* A população atingida não corresponde ao número total de habitantes dos municípios de abrangência, já que a bacia hidrográfica muitas vezes não compreende todo o território municipal. A bacia do Rio Passo Fundo, por exemplo, contempla menos de 40% da área do município.
Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí
Assessoria de Comunicação Social
Jornalista responsável – Bruno Todero


 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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