02/09/2009 - Para tratar de mudanças
climáticas, o Secretário Estadual
do Meio Ambiente, Xico Graziano, palestrou, em 01.09,
no Fórum CSI no Brasil,
promovido pela empresa Votorantim. Voltado para
empresários, o evento procurou abordar a
sustentabilidade na produção de cimento
e contou com as participações de representantes
das 18 maiores empresas mundiais do setor.
O Secretário ressaltou
a importância do projeto de lei que trata
da política estadual do meio ambiente, afirmando
que “a lei está em tramitação
na Assembléia Legislativa de São Paulo
e recebeu regime de urgência”. Segundo Graziano,“a
lei provavelmente será votada em outubro
deste ano. “A política estadual de meio ambiente
estabelece uma meta de redução de
20% das emissões de gases causadores do efeito
estufa a partir da base de 11000”, ressaltou, complementando
que “uma das maneiras para atingir tais objetivos
é enfatizar as energias limpas”. Conforme
o Secretário, hoje aproximadamente 56% da
energia do Estado já é renovável.
Outro ponto tratado durante a
palestra foi à alteração das
regras tradicionais de licenciamento ambiental.
Graziano disse que a “nova lei permitirá
que se use como critério para licenciar a
análise da quantia de CO2 emitida pelo empreendimento”.
Graziano ainda enfatizou o projeto estratégico
Mata Ciliar como instrumento de combate ao aquecimento
global. “A nossa meta é, em 25 anos, recuperar
um milhão de hectares de florestas localizadas
perto de rios. Se atingirmos esse resultado, teremos
220 milhões de toneladas de CO2 a menos na
atmosfera, o que equivale a 130 milhões de
veículos rodando em todo o Estado durante
um ano”.
Ao fim, o Secretário falou
sobre o petróleo. Conforme o projeto de lei,
5% da receita obtida pelos royalties estaduais de
exploração de petróleo e gás
natural no território paulista devem ser
destinadas ao enfrentamento das alterações
do clima. Essa, portanto, seria uma medida preventiva,
pois, conforme Graziano, “muitas das previsões
que os cientistas dizem que irão acontecer
provavelmente serão realidade”.
Texto: Júlio Vieira
+ Mais
Mais verde no Parque Villa-Lobos
21/09/2009 - O céu estava
fechado e pesado. Em pouco tempo pequenas gotas
começaram a cair, deixando toda a vegetação
úmida e o ar cheirando terra molhada. “O
que muitos chamam de tempo ruim, é uma maravilha
para as plantas”, lembrou o secretário Xico
Graziano em evento no Parque Villa-Lobos para marcar
o início do plantio de 8.400 mudas de espécies
nativas brasileiras, a inauguração
do Circuito das Árvores e da nova sede da
Companhia da Polícia Militar.
O plantio finaliza o projeto paisagístico
original do Villa-Lobos. Entre 1992 e 1994, com
o plantio de 12 mil árvores, foi realizada
a primeira etapa do projeto no parque, que antes
era um depósito de entulho e material dragado
do Rio Pinheiros. A partir de 2004, a Secretaria
Estadual do Meio Ambiente – SMA plantou mais 13
mil árvores, levando em conta os critérios
das resoluções quanto à diversidade
de espécies para plantios de reflorestamento
heterogêneo em áreas degradadas. Com
o plantio de hoje, o parque passa a contar com aproximadamente
37 mil árvores. “Esse parque é um
exemplo de recuperação ambiental.
As pessoas não imaginam como é mais
difícil recuperar uma área que antes
era degradada. Mas, devagar, nós estamos
conseguindo”, destacou Xico Graziano.
A iniciativa é resultado de um termo de recuperação
ambiental assinado entre a empresa CCR – Autoban
e a SMA por conta das obras do Complexo Anhanguera,
que vão ampliar e reformular o tráfego
de veículos desde a Ponte Atílio Fontana,
na Marginal Tietê, em São Paulo, até
o km 19 da Via Anhanguera, na região de Osasco.
As primeiras mudas são da espécie
pau-brasil. As novas espécies, que incluem
a palmeira juçara, ameaçada de extinção,
ajudam a finalizar o projeto paisagístico
do parque.
O plantio será feito de duas maneiras. A
primeira inclui a criação de um novo
bosque de espécies nativas, utilizando 1000
mudas com altura entre 2 e 3 metros. A outra prevê
o enriquecimento nos bosques de espécies
nativas já existentes no parque, utilizando
7.644 mudas. A manutenção dos bosques
será durante o período de seis e 12
meses, respectivamente, período pelo qual
as mudas necessitam de cuidados especiais. Passado
esse tempo, as árvores conseguem crescer
por si só.
Natureza nas alturas
Outra maneira de aproveitar o verde do parque é
no Circuito das Árvores, inaugurado pelo
governador José Serra. “Esse é um
passeio no meio das árvores, uma idéia
simples, mas muito interessante”, destacou. A passarela
elevada chega até 3,5 metros de altura e
tem uma extensão de 120 metros, possibilitando
a observação da fauna e da flora dos
bosques do parque. A estrutura é feita de
madeira de reflorestamento cedida pela Estação
Experimental de Itapetininga, ligada ao Instituto
Florestal – IF e projetada para não impactar
a vegetação do local. Foram usados
50 metros cúbicos de eucalipto na construção
do Circuito das Árvores. Algumas das espécies
de árvores e aves mais recorrentes estão
identificadas ao longo do caminho, que possui acesso
às pessoas com mobilidade reduzida.
A nova sede da 1ª Companhia do 23º Batalhão
da Polícia Militar também foi inaugurada
pelo governador. Desde 1999 o batalhão estava
em local provisório, nas instalações
do antigo canteiro de obras. A Polícia Militar
é responsável pela segurança
e atendimento do Villa-Lobos e dos bairros de Pinheiros
e Alto de Pinheiros.
Exemplo de acessibilidade
O conjunto de ações foi saudado pela
secretária estadual de Direitos da Pessoa
com Deficiência, Linamara Battistella, também
presente na inauguração do Circuito
das Árvores. “Prestigiamos as iniciativas
para demonstrar o aplauso do público com
deficiência à preocupação
constante e crescente do Governo de São Paulo
com a efetiva inclusão dessas pessoas, que
também têm direito ao esporte e ao
lazer, como todo cidadão do Estado”. A inauguração
do Circuito das Árvores não poderia
ocorrer em melhor ocasião: hoje é
celebrado mais um aniversário do Dia Nacional
de Luta da Pessoa com Deficiência. Instituída
em 1982, a data é um pleito pela conscientização
da sociedade sobre as necessidades, principalmente
de inclusão, do segmento.
O Parque Villa-Lobos foi um dos primeiros da cidade
a ser adequado à acessibilidade de pessoas
com necessidades especiais. A grande área
plana e os caminhos praticamente nivelados tornam
mais fácil o deslocamento de pessoas. Para
os deficientes visuais, por exemplo, o parque dispõe
de sinalização tátil, implantada
sob a orientação da Fundação
Dorina Nowill, entidade que desenvolve trabalhos
para atender esse segmento da população.
Alguns dos brinquedos de madeira nos parquinhos
também foram elaborados para garantir a acessibilidade,
como a gangorra adaptada. O Villa-Lobos também
conta com um telefone público para os deficientes
auditivos.