Posted on 30
September 2009 Curso organizado por Instituto Floresta
Tropical com apoio do WWF-Brasil vai capacitar técnicos
para práticas sustentáveis na implantação
de projetos de infraestrutura em áreas de
manejo florestal
As estradas são parte essencial
da infraestrutura de uma área onde se pratica
o manejo florestal. Afinal, é necessário
que exista uma via para transporte de técnicos,
trabalhadores, moradores e equipamentos, bem como
para o escoamento da produção.
Porém, é necessário
que as vias sejam construídas com base em
critérios de sustentabilidade, que garantam
a conservação dos ecossistemas locais
e o bem-estar e a segurança de famílias
que habitam a área, técnicos e trabalhadores
que passam por ali.
Com base nessas necessidades,
o Instituto Floresta Tropical e o WWF-Brasil, em
parceria com o Serviço Florestal dos Estados
Unidos, organizam o curso “Planejamento e Construção
de Estradas Florestais”, dirigido a técnicos,
engenheiros e agentes de governo que atuem no planejamento
e na construção de estradas em áreas
onde é praticado o manejo florestal. O treinamento
acontece entre 19 e 23 de outubro, no município
de Paragominas (PA).
De acordo com o engenheiro florestal
Maximiliano Roncoletta, do WWF-Brasil, a qualificação
de técnicos para construção
de estradas é elemento fundamental para garantir
a sustentabilidade de projetos de manejo. “Existem
inúmeras regras para que uma via de acesso
cause o menor número possível de impactos
socioambientais. Além disso, é necessário
otimizar custos e assegurar o escoamento da madeira
e outros produtos florestais”, analisa.
Maximiliano Roncoletta acrescenta
que o WWF-Brasil trabalha para que o Serviço
Florestal Brasileiro exija que rigorosos critérios
ambientais constem de projetos apresentados por
empresas que pretendam explorar áreas de
florestas públicas por meio de concessões.
“É importante ter a maior quantidade possível
de garantias de que as áreas concessionadas
sejam operadas de forma sustentável”, concluiu
o engenheiro florestal do WWF-Brasil.
O curso será ministrado
por instrutores convidados e profissionais do IFT.
O instrutor principal será o engenheiro geotécnico
Gordon Keller, do Serviço Florestal dos Estados
Unidos. As inscrições podem ser feitas
até o dia 4 de outubro, pelo site www.ift.org.br.
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Compromissos de investimento em
conservação marcam o VI CBUC
Posted on 28 September 2009 Com
compromissos de investimento em conservação
reforçados se encerra a sexta edição
do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação
As atividades do VI Congresso
Brasileiro de Unidades de Conservação
se encerraram em 24 de setembro. Os debates e trocas
acerca do tema, contudo, não acabam com o
evento. Os cerca de dois mil especialistas em conservação
e estudantes da América Latina e do mundo
presentes no CBUC, levam consigo acordos, compromissos
e aprendizados a serem aplicados na prática.
O papel das áreas protegidas
na mitigação e adaptação
às mudanças climáticas, avaliações
sobre a gestão das áreas e a lógica
dos sistemas de áreas protegidas foram temas
amplamente abordados nas palestras e eventos paralelos
ocorridos no encontro. As discussões avançaram
no estabelecimento de diretrizes e oportunidades
para o futuro.
Nesse sentido, os compromissos
assumidos pelo governo durante o CBUC podem ser
interpretados como uma evidência da sensibilização
da sociedade para a contribuição das
áreas protegidas para a vida no planeta.
Representante do ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc, a secretária de Biodiversidade
e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey de
Brito, reforçou o compromisso do governo
federal na segunda fase do Programa Áreas
Protegidas da Amazônia (Arpa) e na criação
de 14 milhões de hectares em áreas
protegidas até 2010.
Brito ainda anunciou o comprometimento
do ministério para cumprir a meta da Convenção
da Diversidade Biológica (CDB) de fazer a
manutenção de 10% da biodiversidade,
e o início do monitoramento, a exemplo da
Amazônia, do desmatamento no Cerrado, com
possibilidade de ampliação para outros
biomas a partir do próximo ano.
Com o mote de desmatamento zero
em todos os biomas até 2015 em todo o país,
o WWF-Brasil focou sua participação
no evento para debater e divulgar a importância
das áreas protegidas para manutenção
da biodiversidade e do clima.
A organização, que
se prepara para a 15º Conferência das
Partes (COP) da Convenção das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas que
acontece em dezembro, em Copenhague, e para a 10º
COP sobre Diversidade Biológica no Japão,
em 2010, aproveitou o CBUC para lançar e
distribuir conteúdos científicos sobre
o tema.
Mudanças Climáticas
e desmatamento zero
O tema das mudanças climáticas dominou
o VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação.
No penúltimo dia, foi divulgado pelo WWF-Brasil
e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam), o estudo “Redução das emissões
de carbono do desmatamento no Brasil: o papel do
Programa Áreas Protegidas da Amazônia
(Arpa)”.
Realizado pelo Ipam e Universidade
Federal de Minas Gerais, com apoio do WWF-Brasil
e The Woods Hole Research Center, o estudo destaca
que as áreas protegidas são de fato
uma barreira para o desmatamento, uma vez que o
desmatamento no interior das áreas protegidas
é consideravelmente menor do que fora.
A principal fonte das emissões
brasileiras de carbono é o desmatamento e
a degradação florestal. Portanto,
se o Arpa contribui para evitar o desmatamento,
também contribui para evitar a emissão
de carbono na atmosfera, uma das principais causas
das mudanças climáticas.
De acordo com as simulações
feitas pela pesquisa, até 2050 as UCs apoiadas
pelo Arpa deverão resultar na redução
de 5,1 bilhões de toneladas de CO2, o que
equivale a 70% da meta de reduções
prevista para o primeiro período de compromisso
do Protocolo de Quioto.
Hora de acordar
A Hora de Acordar Global, realizada ao meio-dia
de 21 de setembro, foi marcada por uma série
de mobilizações no mundo todo para
exigir que as lideranças aprovem um novo
acordo global de clima justo, ambicioso e comprometido
durante a 15ª Conferência das Partes
(COP-15) da Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas.
O CBUC foi palco de uma dessas
mobilizações. Participantes do Congresso
se reuniram no estande do WWF-Brasil e participaram
da campanha. Centenas de assinaturas foram coletadas.
A Hora de Acordar resultou em
2.500 atividades em todos os continentes. Só
no Brasil 211 eventos foram registrados no site
oficial da campanha TicTacTicTac, promotora da ação.
Áreas Protegidas da Amazônia
Também no dia 21 de setembro, as áreas
protegidas da Amazônia tiveram destaque na
programação do CBUC. Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Fundo Brasileiro de Biodiversidade
(Funbio), Cooperação Técnica
Alemã (GTZ) e WWF-Brasil se reuniram para
fazer breve balanço das conquistas do Arpa
na fase 1, entre 2003 e 2009, e para anunciar o
início, em janeiro de 2010, da segunda fase
do programa, com duração até
2013.
A renovação também
virá com a contribuição que
a sociedade brasileira poderá fazer no processo
de consulta pública, aberto até o
dia 21 de outubro. O documento com as diretrizes
básicas da segunda fase do programa está
disponível no site do Ministério do
Meio Ambiente.
O evento realçou o compromisso
do governo brasileiro e dos parceiros com o maior
programa de conservação ambiental
do mundo, cuja segunda fase deverá dar mais
atenção à questão das
mudanças climáticas e ao papel das
áreas protegidas na mitigação
e adaptação.
Junto com o anúncio da
consulta pública para a fase 2 do Arpa, Instituto
Socioambiental (ISA) e WWF-Brasil lançaram
o Mapa Amazônia Brasileira 2009. O documento,
realizado pelo ISA com apoio do WWF-Brasil, permite
a visualização da situação
atual do desmatamento na Amazônia, as principais
estradas, as terras indígenas e todas as
unidades de conservação da região.
Gestão de Áreas
Protegidas
As unidades de conservação só
podem cumprir seu papel de proteger a diversidade
biológica e contribuir para a manutenção
de serviços ecológicos se forem bem
administradas. E a boa gestão, por sua vez,
depende de avaliação e monitoramento.
Três estados amazônicos
– Acre, Amapá e Mato Grosso – investiram
na avaliação sobre a efetividade de
gestão de suas unidades de conservação
(UCs). Os resultados desse esforço foram
divulgados durante em painel com a presença
de representantes das Secretarias do Meio Ambiente
(Semas) dos três estados. Eles apresentaram
os principais resultados e informararam sobre os
próximos passos.
Os três livros lançados
são resultado da parceria entre o WWF-Brasil,
as Secretarias de Estado do Meio Ambiente de Acre,
Amapá e Mato Grosso e o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Mosaicos de Áreas Protegidas
O aperfeiçoamento do conceito e planejamento
de mosaicos de área protegidas, além
da consolidação de um documento base
que dê subsídios à Política
Nacional sobre o tema, são um passo importante
para a definição de uma estratégia
nacional de trabalho que possibilite ampliar as
metas e resultados de conservação
da natureza no país.
Evoluir nesse sentido foi o objetivo
do III Seminário de Mosaicos de áreas
Protegidos realizado nos dias 21, 22 e 23 de setembro
no VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação.
Apresentações e
um painel de especialistas no tema marcaram as atividades
do seminário, que foi concluído com
o recolhimento de contribuições para
o fechamento de documento base com subsídios
e diretrizes à Política Nacional sobre
Mosaicos de Áreas Protegidas. Após
a sistematização, o documento será
encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente
(MMA).
Aqueles que quiserem contribuir
para a construção de um marco legal
sobre mosaicos, ou mesmo receber o texto-base Subsídios
e Diretrizes à Política Nacional sobre
Mosaicos de Áreas Protegidas podem escrever
para o email acariquara@gmail.com e enviar suas
observações.
O seminário foi realizado
pelo WWF-Brasil, GTZ, KfW, Elap, CEUC, Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
do Amazonas (CEUC/SDS), Governo do Estado do Amazonas,
Programa Áreas Protegidas da Amazônia
e Ministério do Meio Ambiente. Conta com
a parceria da Rede Brasileira da Mata Atlântica,
Associação Mico-leão-dourado,
SOS Mata Atlântica, Conservação
Internacional, Valor Natural, Cooperação
Técnica Brasil-França e ICMBio/MMA.
Atualmente há 12 mosaicos
de áreas protegidas estaduais e federais
reconhecidos pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA). Outros 22 estão em processo de reconhecimento
no Brasil.
Reservas Particulares de Patrimônio
Natural
Saber como está a conservação
da biodiversidade brasileira em terras privadas
será mais fácil a partir de agora.
A nova versão do Cadastro Nacional de Reservas
Particulares do Patrimônio Natural foi lançado
durante o VI Congresso Brasileiro de Unidades de
Conservação (CBUC).
Uma das inovações da ferramenta é
a ampliação no número de relatórios
e gráficos, cruzando dados diversos conforme
a necessidade do usuário.
É possível, por
exemplo, obter uma lista de todas as reservas por
estado, por bioma ou por região ou fazer
consultas escolhendo diferentes variáveis.
O controle na atualização e validação
das informações para que venha alimentar
o Cadastro Nacional de Unidades de Conservação
foi outro grande avanço apresentado nesse
banco de dados on-line.
A atualização do
sistema com novos módulos foi realizada pela
CNRPPN e contou com apoio de WWF-Brasil, The Nature
Conservancy (TNC) e Federação das
Reservas Ecológicas Particulares do Estado
de São Paulo (Frepesp). O cadastro pode ser
acessado pelo endereço eleletrônico
www.reservasparticulares.org.br/