Estacionamento
do Ministério das Cidades dá espaço
a cidadãos em Dia Mundial sem Carro
22 de Setembro de 2009 - Da Agência
Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - Brasília
- Como parte das comemorações ao Dia
Mundial sem Carro, o estacionamento do Ministério
das Cidades deixou hoje (22) de servir como espaço
aos automóveis para dar lugar à população.
Assim como nas principais capitais do país,
Brasília também aderiu ao movimento
Vaga Viva, manifestação pacífica
que interdita, para o acesso às pessoas,
locais antes destinados aos veículos.
Ciclistas e grupos de pessoas
ligados a movimentos que defendem transportes alternativos
ao automóvel estiveram no estacionamento
principal do ministério, lugar que serviu
também como palco para a exposição
de fotos e exibição de vídeos
sobre mobilidade urbana.
“Várias cidades do mundo
estão fazendo nesse momento a mesma coisa
que nós: a demonstração do
uso de espaço para carros transformado em
ambiente para pessoas conviverem”, explica o presidente
da organização não governamental
Rodas da Paz, Ronaldo Alves. A ONG é uma
das organizadoras do movimento, que pretende conscientizar
a sociedade sobre a importância do uso alternativo
de transporte.
No entanto, Alves enfatiza que
a força de vontade da população
em deixar o carro na garagem não é
o suficiente para evitar o trânsito caótico
e promover a mobilidade urbana sustentável.
Uma pesquisa realizada pela ONG com 400 pessoas
no Distrito Federal mostrou que 61% delas gostariam
de se deslocar para suas atividades diárias
por meio de bicicleta, mas que se sentem inseguras
pela falta de ciclovias e de demais estruturas nas
vias da cidade.
O ministro das Cidades, Márcio
Fortes, que chegou de bicicleta à manifestação,
cobrou a participação dos governos
municipais para realização de obras
de infraestrutura no país destinadas à
mobilidade urbana, principalmente a construção
de ciclovias.
"Esse movimento de hoje é
para tentar conscientizar as pessoas de que é
possível, sim, utilizar a bicicleta para
outros fins que não sejam o de lazer, mas
precisamos que prefeitos e governadores também
se conscientizem em elaborar projetos de ciclovias
e solicitar recursos ao ministério para implantá-los",
disse.
Além de Brasília,
a manifestação também foi feita
em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Porto
Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Recife.
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No Dia Mundial sem Carro, ministro
promete mais investimentos em ciclovias
22 de Setembro de 2009 - Paula
Laboissière - Repórter da Agência
Brasil Brasília - Ao participar das comemorações
do Dia Mundial sem Carro na capital federal, o ministro
das Cidades, Marcio Fortes, prometeu hoje (22) mais
investimentos na construção de ciclovias
e bicicletários em todo o país.
Perguntado sobre o montante a
ser investido, ele disse que os recursos vão
ser liberados à medida que as prefeituras
pedirem a verba. “Cada cidade tem uma situação
de necessidade”, afirmou.
“A bicicleta é fundamental.
Com ela, você pode acessar um metrô,
um terminal de ônibus e não necessariamente
vir de carro. Vamos cuidar mais do meio ambiente,
diminuindo a emissão de poluentes”, disse
Marcio Fortes, antes de participar do 10º Congresso
Brasileiro de Municípios.
O ministro destacou que em alguns
locais do país, como Brasília, o regime
climático definido facilita o uso de bicicletas.
Ele lembrou também que o sistema de locação
de bicicletas, já implantado no Rio de Janeiro,
diminui os custos com transporte. “Quanto mais gente
utiliza bicicletas, mais ciclovias serão
construídas”, disse.
Para o presidente da organização
não governamental Rodas da Paz, Ronaldo Alves,
as comemorações trazem à tona
não apenas as discussões sobre o uso
intensivo de automóveis, mas também
sobre todos os problemas de saúde pública
e de falta de qualidade de vida provocados pela
situação.
“Temos uma alternativa não
poluente, relativamente barata e que agrega pessoas,
que é a bicicleta. Imagina o quanto os países
vão deixar de gastar com doenças e
com mortes no trânsito”, afirmou.
Alves reconhece, entretanto, que
as dificuldades ainda são muitas. Em Brasília,
por exemplo, dos 600 quilômetros (km) de ciclovia
prometidos pelo governo, apenas 42 km foram construídos
até o momento. “E eles não caíram
do céu. Temos que acreditar que é
possível, mas falta muito.”
22 de Setembro de 2009 - 16h31 - Última modificação
em 22 de Setembro de 2009 - 22h23
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Dia Mundial sem Carro é
lembrado com manifestação em São
Paulo
Marli Moreira - Repórter
da Agência Brasil - São Paulo - Um
grupo de ativistas do Movimento Nossa São
Paulo ocupou os espaços destinados a automóveis
em um cruzamento próximo à Avenida
Paulista para marcar o Dia Mundial Sem Carro. No
lugar de carros, o asfalto ganhou grama artificial
e pufes na ação denominada de Vaga
Viva.
“Foi uma forma de chamar a atenção
das autoridades para a necessidade de maciços
investimentos em transporte coletivo para que os
moradores da cidade possam deixar o carro em casa”,
justificou o coordenador do Movimento Nossa São
Paulo, Maurício Broinizi.
Pesquisa feita pela entidade, em conjunto com o
Instituto Brasileiro de Opinião Pública
e Estatística (Ibope), aponta que, em comparação
ao ano passado, o tempo médio gasto pelos
motoristas em congestionamentos no trânsito
na cidade aumentou. Em 2008, esse tempo foi calculado
em duas horas e trinta minutos. Em agosto deste
ano, o tempo médio de espera chegou a duas
horas e quarenta minutos.
Na avaliação de
Broinizi, a data de hoje serve para refletir sobre
a necessidade de aumentar o número de ruas
e avenidas, túneis, metrôs, trens e
ônibus para atender à demanda da população.
Ele lembrou que cidades da Europa e dos Estados
Unidos contam com até 500 quilômetros
de linhas de metrô e que, em São Paulo,
o metrô tem apenas 61 quilômetros em
35 anos de existência.
O metrô de São Paulo
transporta cerca de 3,3 milhões de pessoas
por dia em quatro linhas. Mais 2 milhões
de pessoas viajam em trens da Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos (CPTM). Por meio de ônibus,
micro-ônibus e vans, numa frota estimada em
14.868 veículos, foram transportados 243,4
mil usuários no último mês de
agosto, segundo a São Paulo Transportes (SPTrans).
Ainda segundo a empresa, entre janeiro e agosto
deste ano, l,8 milhão de passageiros foram
transportados.
Broinizi observou que, além
do desconforto em congestionamentos, o número
excessivo de carros implica resultados negativos
para o meio ambiente e em impactos na saúde
pública. Ele cita como exemplo o alto grau
de estresse dos motoristas e o aumento da poluição
do ar. Outro fator citado por Broinizi é
o incremento nos valores decorrentes de acidentes
de trânsito. Ele citou um levantamento da
Fundação Getulio Vargas (FGV) indicando
que o volume financeiro em razão dos acidentes
alcançam R$ 26,8 bilhões por ano.
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No Dia Mundial Sem Carro, Curitiba
libera ruas para bicicletas, pedestres e ônibus
22 de Setembro de 2009 - Lúcia
Nórcio - Repórter da Agência
Brasil - Curitiba - No Dia Mundial Sem Carro, comemorado
hoje (22), 40 quadras de 15 ruas do centro de Curitiba
foram fechadas às 6h e só voltam a
ser liberadas às 20h. A prefeitura autorizou
o acesso nesses trechos apenas de ônibus,
bicicletas, pedestres e veículos de emergência.
Uma extensa programação
está prevista para ocorrer em toda a cidade
durante o dia. Nas ruas haverá exames de
saúde e atividades de educação
de trânsito, lazer e serviços, com
o objetivo de chamar a atenção para
a necessidade de reduzir a emissão de poluentes.
Quem se interessar poderá utilizar um dos
quatro ciclotáxis – puxados por bicicletas
– que ficarão à disposição
para passeios nas principais ruas bloqueadas.
Os passeios serão coordenados
pela organização não governamental
(ONG) Grupo de Transporte Humano, União de
Ciclistas do Brasil. Nesses trajetos serão
distribuídas 5 mil mudas de árvores
nativas e 3 mil de flores. A Secretaria Municipal
do Meio Ambiente fará ações
de educação ambiental para chamar
a atenção da população
sobre o impacto do uso abusivo dos veículos
individuais para o aquecimento global.
A prefeitura fez campanhas convidando
a população para deixar hoje o carro
na garagem e usar ônibus, sair a pé
ou de bicicleta, em benefício da saúde
e da cidade, que tem um dos mais altos índices
de motorização do país, de
1,67 habitante por veículo.
Dados da prefeitura mostram que
o número de veículos na capital paranaense
passou de 684, 2 mil em 1999, para 1,097 milhão
em 2008. Nesse período, a população
estimada da capital passou de 1,57 milhões
para 1,82 milhões. Os dados indicam que em
uma década a frota de automóveis aumentou
60%, enquanto a população cresceu
15,8%.
A programação também
inclui a criação do Fórum Municipal
de Mudanças Climáticas, composto por
representantes da sociedade, como de universidades,
e de ONGs, e do setor produtivo. A ideia, conforme
a prefeitura, é que o novo fórum defina
estratégias de planejamento urbano para que
a cidade se adapte às mudanças provocadas
pelo aquecimento global.
O fórum fará um
estudo sobre a vulnerabilidade da cidade em relação
aos efeitos do aquecimento para prever ações
como o atendimento à população,
pela Defesa Civil, em casos de eventos climáticos
extremos.
Hoje Curitiba comemora também
os 35 anos do primeiro ônibus expresso a circular
pela cidade, dando início ao sistema de via
exclusiva – canaleta, por onde transitam 2,3 milhões
de passageiros por dia.
A cidade também conta com
a Linha Verde, com 9,5 quilômetros de via
exclusiva para o transporte coletivo. Esses ônibus
são abastecidos com biocombustível,
100% à base de óleo de soja, e emitem
70% a menos de poluentes.