Técnicos da Companhia de
Habitação do Paraná (Cohapar),
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama)
e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP)
visitaram, nesta segunda-feira (28), as áreas
em Colombo onde serão construídas
casas para 508 famílias – mais de duas mil
pessoas - que vivem na beira do rios Atuba, Palmital
e Arruda. Mais 371 regularizações
fundiárias serão feitas no local,
além da recuperação ambiental
da área, com a criação de bacias
de contenção de cheias e criação
de parques ambientais novos. O investimento é
de R$ 19, 8 milhões.
Estas pessoas esperam, ansiosas,
o início das obras, que precisam da licença
final do IAP, diz o presidente da Associação
dos Moradores Nova Esperança, Antônio
Medeiros. Os moradores da região vivem em
favelas, sem nenhuma infraestrutura, com o esgoto
passando em suas portas. A situação
piorou neste mês de setembro, quando o volume
de chuvas foi sete vezes maior do que no ano passado.
“Estas casas representam a única esperança
de melhoria de vida para essas pessoas. É
difícil conviver com a água das chuvas,
com doenças como leptospirose, ninguém
merece viver assim”, disse.
O presidente da Cohapar, Rafael
Greca, levou os técnicos do Ibama e do IAP
aos locais onde as famílias vivem hoje e
aos terrenos da Cohapar, no Jardim Liberdade e Jardim
Contorno, onde serão construídas 320
moradias. A Cohapar aguarda a aprovação
da licença ambiental para estas duas áreas,
mas prevê que não haverá problema
pois no Jardim Liberdade – em terreno ao lado da
Cohapar - o IAP já autorizou as obras de
uma empresa de manufaturados de aço.
“Esta é uma visita que
mostra que o projeto da Cohapar e do governo federal
pode ser uma ocasião de resgate social e
de recuperação ambiental, que não
pode nem deve ser embargado. A retirada das famílias
da beira dos rios vai transformar estes locais em
áreas ambientais de preservação,
e isto compensará o uso das outras áreas
de banhados, que serão transformadas em bairros
novos e moradias dignas, sem risco de enchentes”,
explica o presidente da Cohapar. As famílias
vivem hoje em barracos na beira dos rios Palmital,
Arruda e Atuba.
O superintendente estadual do
Ibama, José Álvaro Carneiro, explicou
que a obrigatoriedade legal é do IAP, mas
o acompanhamento técnico deve-se à
existência de recursos federais no projeto.
“Estamos contribuindo na avaliação
destas áreas para chegarmos ao melhor entendimento
possível. Precisamos analisar com bastante
critério técnico e jurídico
para que o projeto seja bem sucedido”.
Reginato Bueno, chefe regional
do IAP, acredita que é possível chegar
a uma solução para as áreas.
“Este projeto tem um problema social muito grave
e que precisa ser resolvido, mas não podemos
deixar a parte técnica de lado, assim como
a parte jurídica. Precisamos pensar em conjunto
para que o projeto seja legal e atenda às
necessidades destas pessoas”, afirmou.