22 de Setembro
de 2009 - Isabela Vieira - Repórter da Agência
Brasil - Paraty (RJ) - A bordo de uma embarcação
histórica, construída de madeira da
Amazônia, crianças de escolas de Paraty,
no sul fluminense, vão conhecer a partir
de hoje (22) a Expedição Tocorimé-
Na trilha de Darwin, que se propõe a repetir
o roteiro feito pelo cientista britânico na
América do Sul, há quase 180 anos.
Como parte do projeto, cerca de
60 estudantes, selecionados em três escolas,
também vão bater um papo ao vivo com
astronautas da Nasa. Além de responder às
perguntas dos jovens, em órbita, os astronautas
devem acompanhar o roteiro do Tocorimé-Pamatojari,
tirando fotos de satélite do barco, hoje,
em Paraty.
Programada para 2010, a expedição
Tocorimé partirá de Fernando de Noronha
(PE) com destino à Ilha Galápagos,
passando por 15 portos. Com cerca de 20 cientistas
brasileiros e estrangeiros a bordo, o objetivo é
catalogar espécies por meio da coleta de
DNA, além de promover a ciência entre
as crianças, em atividades interativas durante
as paradas até 2011.
“Pretendemos utilizar uma rede
ligada à ciência evolucionária
com base no legado de Darwin para estimular a ciência,
a educação e a cultura”, disse o responsável
pela expedição e capitão do
Tocorimé, Marcus Lehmann.
Ele explicou que será possível
acompanhar a viagem e as atividades no barco por
meio da internet, inclusive, com imagens produzidas
pelos visitantes. Representante do Museu de História
Natural de Nova York para América do Sul,
o Instituto Sangari, levará a exposição
oficial sobre Darwin ao Tocorimé.
Na embarcação, o
objetivo é disponibilizar também dois
laboratórios para atividades como a extração
de DNA de frutas, capacitar professores em cursos
rápidos nos portos e formar lideranças
jovens para monitorar as atividades no barco. Para
aventura na América do Sul, a expedição
Tocorimé estuda ainda parceria com projetos
científicos, entre eles, o inglês The
HMS Beagle, que quer repetir o trajeto de Darwin
pelo mundo.
Durante um encontro de cientistas
ontem (21), em Paraty, o biólogo da Universidade
Vale do Itajaí (Univale), Leonardo Rori,
destacou que no trajeto de Darwin pela América
do Sul há coisas para "descobrir e redescobrir".
“A informação superficial dos oceanos
ajuda a reconhecer biodiversidade e mudanças
climáticas globais.
"Em uma embarcação
suave como o Tocorimé, talvez, seja possível
acessar informações que em navios
maiores, que geram poluição e barulho
poderia ser mais difícil”, explicou.
Em 1831, o cientista Charles Darwin
partiu a bordo do navio Beagle. Pesquisou em várias
regiões do mundo, fósseis e plantas,
relacionando as amostras ao ambiente ao modo de
vida destas. Observou uma série de transformações
e adaptações em relação
aos fósseis, estabelecendo, assim, a Teoria
da Evolução e se tornando um dos biólogos
mais importantes do mundo.