22/09/2009 - O tema das mudanças
climáticas já não se restringe
aos técnicos e especialistas em meio ambiente
desde que o Painel Intergovernamental
de Mudanças do Clima – IPCC na sigla em inglês,
divulgou em seu último relatório,
em 2007, que não há mais dúvidas
de que as ações humanas são
responsáveis pelo aquecimento do planeta.
A partir de então, as discussões a
respeito do tema passaram a compor a agenda dos
tomadores de decisão de governos nacionais,
regionais e locais.
Diante do cenário atual,
o Seminário Internacional sobre Mudanças
Climáticas nos Estados e Regiões apresentou,
em 22.09, as ações e os desafios dos
governos regionais para enfrentar as mudanças
de clima. Durante a abertura, o secretário
estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, ressaltou
as ações do Estado de São Paulo
e a importância da troca de experiências
na agenda das mudanças climáticas.
“São Paulo quer ir a Copenhagen com uma política
de clima com metas e compromissos. Esse encontro
tem como finalidade compartilhar as ferramentas
de trabalho”, declarou.
O presidente da Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo – CETESB, Fernando
Rei, destacou o papel do seminário e o desafio
dos governos locais da América Latina e Caribe.
“O dia de hoje se insere na rede de governos regionais
para que possamos apresentar a agenda prática
em nossos países e regiões. A agenda
da adaptação é o desafio do
governante mais próximo da população”,
apontou.
De acordo com o presidente da
Organización Latinoamericana de Gobiernos
Intermédios – OLAGI, Paúl Carrasco
Carpio, a rede procura obter dos governos regionais
propostas de combate às mudanças de
clima. “Poucos governos nacionais assumem uma política
de preservação e conservação
do meio ambiente. Cabe à rede buscar a construção
dessas políticas”, enfatizou.
Segundo o secretário executivo
do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas
Globais e de Biodiversidade, Fábio Feldmann,
a próxima Conferência das Partes da
Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima – COP 15, que
será realizada em dezembro de 2009, na cidade
de Copenhagen, na Dinamarca, será decisiva.
“A grande expectativa da Conferência diz respeito
à definição de metas de redução
de gases de efeito estufa pelos países em
desenvolvimento. Para tanto, temos que internalizar
essa agenda nos nossos países”, ressaltou.
A secretária executiva
do Programa Estadual de Mudanças Climáticas
– Proclima, Josilene Ferrer, esclareceu que o objetivo
do seminário é fazer um intercâmbio
de experiências e ações entre
os estados da América Latina e Caribe. “O
desafio da governança climática é
o mesmo, mudam as particularidades. Queremos fortalecer
a sensibilidade e a capacidade de ação
dos governos regionais”, destacou.
O seminário, com término
no dia 24.09, conta também, no dia 23.09,
com a contribuição dos representantes
da Secretaría Del Medio Ambiente y Recursos
Naturales Del Gobierno Del Estado de Puebla, no
México, do Gobierno Departamental de Santa
Cruz, na Bolívia, da Secretaria de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável do Estado de
Minas Gerais, do Fórum de Mudanças
Climáticas do Paraná, da Secretaria
do Desenvolvimento Econômico Sustentável
de Santa Catarina, do Fórum Bahiano de Mudanças
Climáticas Globais e Biodiversidade, da Secretaria
do Meio Ambiente do Estado de São Paulo –
SMA e da organização internacional
sem fins lucrativos The Climate Group.
No último dia do encontro
os participantes farão uma visita técnica
ao Aterro Bandeirantes, na Zona Oeste da Capital
paulista, para conhecer a planta de recuperação
energética de biogás.
O encontro é promovido
pela CETESB e pela SMA, juntamente com a Rede de
Governos Regionais para o Desenvolvimento Sustentável
– nrg4SD, a Organización Latinoamericana
de Gobiernos Intermédios – OLAGI e o Programa
Estadual de Mudanças Climáticas –
Proclima, com apoio da Embaixada Britânica,
do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas
Globais e de Biodiversidade e do The Climate Group.
Texto: Valéria Duarte
Fotografia: Pedro Calado
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Reunião em Cubatão
aborda parceria entre CETESB e órgão
da USP
30/09/2009 - Uma parceria que
tem tudo para dar certo está sendo estabelecida
entre a Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo - CETESB, órgão da Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, e o Centro de Capacitação
e Pesquisa em Meio Ambiente – CEPEMA, vinculado
à Universidade de São Paulo – USP.
Um passo importante nesse sentido
foi dado no último dia 22 de setembro com
a realização de um encontro para promover
a integração de atividades discutindo
questões como monitoramento, remediação
de solos e resultados de pesquisas.
O CEPEMA, localizado na Rodovia
Cônego Domênico Rangoni, km 270, Zona
Industrial de Cubatão, foi criado com recursos
provenientes de compensação ambiental,
contando com instalações laboratoriais,
auditório e áreas para atividades
de educação ambiental.
O encontro tratou de questões
relativas a biomonitoramento, recuperação
de áreas contaminadas, tratamento de água
e outras. O engenheiro Rodrigo César de Araújo
Cunha, gerente do Departamento de Desenvolvimento
Institucional Estratégico da CETESB, e Marilda
Mendonça Guazzelli Ramos Viana, do CEPEMA,
abriram o evento falando sobre as possibilidades
de um convênio entre as duas instituições,
incluindo a realização de novos encontros
técnicos.
Maria Inês Zanoli Sato,
gerente do Departamento de Análises Ambientais
da CETESB, proferiu uma palestra, junto com Alcides
Diniz Garcia Junior, da Divisão de Suprimentos,
sobre “Avaliação do Uso de Produtos
Biotecnológicos para Tratamento de Efluentes
Líquidos, Resíduos Sólidos
e Remediação de Solos e Águas”.
Foram abordadas questões como normas para
avaliação de uso de produtos biotecnológicos,
que devem ser registrados no Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
– IBAMA e cujo uso, em São Paulo, deve ser
autorizado pela CETESB.
“São produtos utilizados
no tratamento de efluentes líquidos, resíduos
sólidos e remediação de solos
e águas, e que envolvem microorganismos e
metabólicos, que são enzimas, proteínas,
polímeros, biossurfactantes e outros”, explica.
Trata-se de microorganismos que podem ser patogênicos
ou geneticamente modificados, conhecidos como OGM
ou transgênicos, que exigem uma avaliação
multidisciplinar para aplicação.
Maria Inês entende que o
entrosamento com o CEPEMA representa ganhos para
CETESB, pois a parceria com a universidade é
sempre proveitosa, pois “eles têm recursos
humanos para a pesquisa”. O CEPEMA está desenvolvendo
tecnologia para remediação de áreas
contaminadas utilizando recursos químicos
e biotecnológicos.
Alfredo Carlos Cardoso Rocca,
gerente da Divisão de Avaliação,
que fez uma exposição sobre contaminantes
prioritários e avaliação e
gerenciamento de risco em areas contaminadas, acredita
que a parceria entre as duas instituições
é positiva, possibilitando o desenvolvimento
de estudos na area ambiental, gerando dados que
constitui a principal atividade do CEPEMA.
As atividades conjuntas visam
a capacitação de técnicos,
identificação de temas de interesse
para o desenvolvimento de pesquisas pela universidade,
como areas contaminadas, análises laboratoriais,
poluição do ar e outras.
Técnicos do CEPEMA abordaram
questões como processos de remediação
de solo, degradação de poluentes orgânicos,
monitoramento do ar, tratamento de águas
e outras.
Texto: Newton Miura
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Reunião na Colômbia
discute consumo e produção sustentáveis
na América Latina
29/09/2009 - A Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo - CETESB, que desempenha
um importante papel de apoio ao Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA, participou
no período de 16 a 18 de setembro, da V Reunião
Regional de Especialistas em Consumo e Produção
Sustentáveis, na cidade de Cartagena das
Índias, na Colômbia.
O engenheiro Flávio de
Miranda Ribeiro, gerente da Divisão de Sustentabilidade
e Questões Globais, que representou a instituição,
explicou que a reunião teve o objetivo de
apresentar o progresso alcançado pelos países
da região em questões relacionadas
ao consumo e produção sustentáveis,
bem como os desafios que a região ainda enfrenta
para equacionar o problema.
O encontro reuniu representantes
de governo dos diversos países, além
de profissionais que atuam na área. Os trabalhos
se iniciaram com a apresentação das
atividades realizadas nos países participantes,
no âmbito dos governos e das instituições
ligadas ao tema.
A principal contribuição
do evento foi a construção de propostas
regionais, consolidadas em um documento que será
encaminhado pelas Nações Unidas ao
Fórum de Ministros de Meio Ambiente da América
Latina e Caribe, recomendando possíveis alternativas
para a inclusão do assunto nas políticas
de governo.
Além disso, o encontro
foi marcado pelo lançamento oficial da Rede
de Informações em Consumo e Produção
Sustentáveis para a América Latina
e o Caribe, uma iniciativa desenvolvida pelo PNUMA
com o apoio da CETESB.
Para Flávio de Miranda,
a Rede “deverá desenvolver um mecanismo para
a construção e distribuição
de conhecimentos entre seus membros, contemplando
recursos como uma biblioteca virtual, newsletter,
cursos à distância e espaço
de videoconferência para reuniões,
entre outros”.
A Rede é composta, a princípio,
por diversas instâncias ocupadas por representantes
de governo e seus convidados, mas gradualmente deverá
admitir a criação de Centros de Referência
Temática, categoria atribuída a instituições
que detenham notório saber sobre algum dos
assuntos relacionados aos objetivos da iniciativa.
“Neste aspecto, a CETESB deverá
ser o primeiro desses Centros, propondo-se a transferir
a outros atores parte de sua experiência acumulada,
assumindo assim uma posição de destaque
na região”, explicou Flávio de Miranda.
Para conhecer a Rede e suas funcionalidades
acessar o site http://www.redpycs.net/ (versão
em português ao clicar na bandeira brasileira
no topo da página).
Texto: Newton Miura
Fotografia: Divulgação