A Secretaria do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos apresentou nesta quarta-feira
(30) os resultados do primeiro Inventário
de Emissões de Gases de Efeito Estufa do
Setor de Resíduos do Paraná - realizado
pelo Fórum Paranaense de Mudanças
Climáticas. O inventário avaliou a
emissão anual do gás metano no efeito
estufa entre os anos de 11000 a 2005, considerando
os setores de resíduos sólidos, esgoto
doméstico, esgoto comercial e os efluentes
industriais.
O setor que mais emite metano
no Paraná é o de resíduos sólidos,
seguido do esgoto doméstico e por último
a emissão de efluentes. Isso devido à
disposição final dos resíduos
ser em aterros sanitários e os processos
de tratamento de esgotos domésticos serem,
predominatemente, sistemas anaeróbios, ou
seja, sem a presença de ar.
Em um intervalo de 15 anos os
três setores emitiram 1.542,39 de gás
metano (GgCH4) no efeito estufa, sendo que em 11000
a emissão era de 93,55 GgCH4 e em 2005 aumentou
para 129,11 GgCH.
Segundo o secretário do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, o inventário é o primeiro
passo para apontar quanto e como cada setor poderá
reduzir a emissão de gases no efeito estufa.
“O metano é um dos gases
que mais contribui para o efeito estufa e para as
alterações climáticas. Participando
do nosso inventário, as empresas do setor
de resíduos do Paraná estão
dando um grande exemplo para os demais setores e
para o mundo, pois demonstram preocupação
com o meio ambiente”, avaliou Rasca. Ele completou
dizendo que o Brasil e o Paraná devem continuar
buscando energias renováveis para evitar
as alterações climáticas e
os desastres naturais.
O Inventário das Emissões
foi realizado pela Secretaria do Meio Ambiente e
suas autarquias (IAP, Suderhsa e ITCG), em parceria
com a Sanepar, Consórcio Intermunicipal para
Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos (Conresol) e Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUC/PR). A articulação
institucional foi do Fórum Paranaense de
Mudanças Climáticas Globais e o apoio
metodológico da Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB) e da Rede Nacional
de Inventários de Gases de Efeito Estufa
de Resíduos.
CONTRIBUIÇÃO - O
gerente da divisão de Questões Globais
da Cetesb, João Wagner Silva Alves, contou
que o inventário do Paraná integrará
o inventário de Emissões de Gases
de Efeito Estufa no Setor de Resíduos e a
Rede Nacional de Inventário de Emissões.
“Aqui no Paraná encontramos
uma equipe de técnicos muito eficiente e
dedicada e que aprendeu a metodologia de cálculo
da Cetesb e aplicou localmente. Nada melhor do que
quem vive no estado e conhece a realidade da região
para coordenar o inventário”, destacou João
Wagner.
Segundo ele, a Cetesb fez uma
estimativa para o Paraná, assim como para
os demais Estados, só que, diferentemente
de outros Estados, os técnicos paranaenses
quiseram tomar a frente do trabalho.
O gerente da divisão de
Questões Globais da Cetesb explicou que o
método utilizado para calcular a emissão
de gases no efeito estufa é o mesmo criado
pelo Painel Intergovernamental de Mudança
do Clima (IPCC) – órgão vinculado
à ONU – elaborado nos anos 90 e que deve
ser seguido fielmente pelas equipes técnicas.
Entre os critérios avaliados na metodologia
estão empregos de dados da população,
geração de resíduos, qualidade
de alocação dos locais de armazenamento
de resíduos, tecnologia aplicada para o tratamento
de resíduos e tudo que envolve a gestão
de resíduos no local.
“A Cetesb poderia utilizar dados
do IBGE ou outros estudos, mas os dados locais sempre
terão melhor qualidade e serão mais
precisos. Por isso, o trabalho do Paraná
tem esta importância e o estudo de autoria
do Estado fará parte do inventário
nacional”, afirmou Wagner.
Para a coordenadora do Fórum
Paranaense de Mudanças Climáticas
Globais na Secretaria do Meio Ambiente, Manyu Chang,
o trabalho em conjunto foi fundamental para a concretização
do Inventário paranaense. “Muitas pessoas
não sabem, mas o inventário é
o primeiro e mais importante passo para saber como
tentar reduzir emissões de gases”, disse
Manyu.
Chang lembrou que a Secretaria
do Meio Ambiente aumentou o número de Instituições
representadas no Fórum, com o objetivo de
ampliar a participação da sociedade
no processo de elaboração da política
estadual de mudanças climáticas. Através
do site http://www.forumclima.pr.gov.br/ é
possível obter mais informações
sobre o Fórum e sobre o tema Mudanças
Climáticas.