Panorama
 
 
 

CONFERÊNCIAS SOBRE SAÚDE AMBIENTAL MOBILIZAM O PAÍS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2009

16/10/2009 - Cristina Ávila - Caminhões, ônibus e carros que passam pelas ruas das cidades soltando fumaça preta estão com os dias contados. Eles serão um dos focos do Plano Nacional de Qualidade do Ar, que será lançado na 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental, promovida pelos Ministérios do Meio Ambiente, Saúde e das Cidades, entre 9 e 12 de dezembro em Brasília. O plano é um dos resultados das conferências municipais e estaduais, que iniciaram no final de julho e discutem as prioridades a serem apresentadas para a criação de políticas públicas que englobem questões relacionadas à saúde e ao meio ambiente.

"Essa conferência nacional será consequência da reivindicação das conferências individuais que cada um dos três ministérios realizou", afirma Karla Matos, coordenadora do Programa Agenda 21 do MMA. Ela explica que o encontro em Brasília vai refletir as solicitações da sociedade no que se refere a problemas comuns aos três ministérios, e citou como exemplo os resíduos sólidos, que contaminam rios, geram problemas de saúde para as pessoas e demandam saneamento básico. Portanto, temas que sugerem soluções conjuntas.

O Plano Nacional de Qualidade do Ar deverá representar um conjunto de novas políticas públicas para controle das emissões de gases tóxicos por veículos e também por indústrias. "A conferência nacional vai debater, por exemplo, a criação de unidades de medição da poluição de ar nas cidades do país", adiantou Karla Matos. O plano também é consequência de informações e experiência acumulada pelos ministérios.

Mas o grande encontro em Brasília vai revelar sugestões variadas. Em Alagoas, por exemplo, onde a conferência estadual terminou nesta quarta-feira (14/10), um dos mais intensos debates foi sobre grandes monoculturas agrícolas no estado.

Trabalhadores, empresários e autoridades locais levantaram diversos questionamentos a respeito dos reflexos da produção na saúde da população e no meio ambiente. E concluíram que uma das sugestões de políticas públicas que farão na conferência nacional será o fortalecimento da agricultura familiar, com ênfase na produção de alimentos orgânicos, que trará benefícios à saúde e à natureza, devido, por exemplo, a redução do uso de agrotóxicos na região.

"Aqui, a conferência estadual foi jóia demais", exclama José Marcius, analista ambiental do MMA. Técnico experiente no acompanhamento das Conferências de Meio Ambiente realizadas em anos anteriores, ele considerou o encontro alagoano muito bem organizado e com grande participação.

A conferência foi aberta pelos secretários estaduais de Infraestrutura, Saúde e Meio Ambiente e teve a participação de aproximadamente 400 pessoas, entre elas 250 delegados eleitos nas conferências municipais realizadas em seis regionais. "Eles trouxeram uma chuva de propostas que na estadual foram consolidadas em temas macros", afirma José.

A bióloga Débora Angelin, analista ambiental do MMA que, de Brasília, monitora o que está acontecendo no país diz que cada estado brasileiro deve eleger seis diretrizes para macro-políticas nacionais e 12 ações estratégicas pontuais (por exemplo, pode ser a sugestão de obras para municípios ou estado). Ela explica que os três ministérios deslocam técnicos, como José Marcius, para apoiar os encontros nos estados e municípios.

Cada ministério tem comitês individuais que reúnem dirigentes de suas secretarias para que tenham uma visão global de todo o seu conjunto de ações e possam contribuir com as conferências nas regiões. A comissão organizadora nacional da Conferência é composta pelos Conselhos do Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, de Saúde e das Cidades.

"Ainda não temos informações sobre a participação de municípios e estados, mas pelo que tenho acompanhado, tem sido muito boa. Hoje mesmo conversei com Sergipe e estava todo mundo viajando para as territoriais", relata Débora Angelin. Ela diz que alguns municípios têm dificuldades logísticas para realizar os encontros, mas buscam alternativas. "Fazem encontros regionais e alguns se organizam por territórios, que têm suas afinidades socioeconômicas", cita ela.

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Conselho Gestor do Painel Brasileiro sobre Mudança do Clima é nomeado

16/10/2009 - Portaria interministerial publicada nesta sexta-feira (16/10), no Diário Oficial da União, nomeou o pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), para a presidência do Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC).

O mesmo ato nomeia para a presidência do Comitê Científico do Painel Suzana Kahn Ribeiro, secretária de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente e professora Adjunta do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia-COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O painel foi instituído em setembro por portaria conjunta dos ministérios do Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia. Esse fórum, criado nos moldes do Painel Intergovernamental da ONU sobre clima, vai reunir 300 renomados cientistas e pesquisadores brasileiros de várias instituições como Inpe, Embrapa, Coppe-UFRJ, centros universitários, entre outras, para atualizar os dados referentes a mudanças climáticas do país. Os mais recentes datam de 1994. O apoio financeiro ao grupo será do Pnuma.

Pelo painel, o país deverá atualizar e completar as informações referentes aos efeitos climáticos e colocar esse conhecimento, organizado em forma de relatórios, à disposição da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, dos governos e de todas as instituições e pessoas interessadas no assunto.

Em abril, quando o painel foi anunciado, Minc defendeu que com o apoio da comunidade científica será possível aproximar essa discussão sobre mudanças do clima da população brasileira. "Isso precisa ser discutido pelo povo e é nosso dever trazer esse tema para nossa realidade senão fica igual futebol, todo mundo diz uma coisa", afirmou o ministro.

Ele lembrou que o Brasil na última Conferência do Clima, em Póznan, na Polônia, no final de 2008, saiu de uma posição defensiva para uma de protagonista em relação a metas para redução das emissões de gases estufa e afirmou que os cientistas brasileiros terão papel fundamental nesse protagonismo.

"O IPCC reúne três mil cientistas das mais diversas partes do mundo que estudam as mudanças climáticas de uma maneira global. Com esse painel genuinamente brasileiro nós poderemos formular dados com base na nossa realidade", disse Minc na época.

Para a secretária Nacional de Mudanças do Clima, Suzana Khan, "o painel é importante porque vai definir o que interessa para o Brasil sobre mudança do clima, além de ajudar na tomada de decisões específicas sobre o país nos fóruns internacionais".

A criação do painel é mais um dos passos que vêm sendo dados pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo governo brasileiro na redução das emissões e se soma a iniciativas como a medida adotada recentemente obrigando as térmicas a carvão e óleo a compensarem suas emissões de gás carbônico, as medidas de contenção de desmatamento e a inclusão do uso de placas solares nas casas do programa de habitação do governo federal para baixa renda.

Saiba Mais

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) é um órgão composto por delegações de 130 governos para prover avaliações regulares sobre a mudança climática. Nasceu em 1988, da percepção de que a ação humana poderia estar exercendo uma forte influência sobre o clima do planeta e que é necessário acompanhar esse processo.

Desde então, o IPCC tem publicado diversos documentos e pareceres técnicos. O primeiro Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente (Assessment Report, ou simplesmente AR) foi publicado em 11000 e reuniu argumentos em favor da criação da Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (em inglês, UNFCC), a instância em que os governos negociam políticas referentes à mudança climática.

O segundo relatório do IPCC foi publicado em 1995 e acrescentou ainda mais elementos às discussões que resultaram na adoção do Protocolo de Kyoto dois anos depois, graças ao trabalho da UNFCC. O terceiro relatório do IPCC foi publicado em 2001. Em 2007, o grupo publicou seu quarto grande relatório.


 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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